Em jeito de balanço... entrevista publicada no número de "O - TopicsExpress



          

Em jeito de balanço... entrevista publicada no número de "O Fozcoense" editado em 15 de Julho de 2013. Conversando com... Engº Gustavo Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa À beira de terminar este mandato autárquico, justifica-se uma troca de impressões, em jeito de balanço, sobre a sua mais recente experiência, os passos mais importantes dados neste mandato, e a vida do Município. F (“o Fozcoense”) – Como considera a sua experiência no cargo presidencial da Câmara? GD (“Gustavo Duarte”) – Penso que tem sido muito positiva. Foi um período em que o Concelho de Foz Côa se desenvolveu, levando a efeito um número significativo de obras, atingindo cerca de vinte milhões de euros, com especial relevância para o Centro de Alto Rendimento de Remo – no Pocinho, que importa em cerca de sete milhões de euros. Acabámos o edifício da Expocôa, que há cinco ou seis anos estava parado após a sua 1ª fase e que estava a deteriorar-se. Esta infraestrutura permite-nos levar a efeito vários eventos, como sejam os Festivais do Vinho do Douro Superior, que têm trazido muita projecção ao Concelho de Foz Côa e bastantes visitantes, lembrando que passaram pela Expocôa seis mil visitantes em cada edição. F – E quais foram, na definição da linha de rumo, os pontos onde se devia dar mais importância? GD - No início do mandato identificámos alguns eventos que poderiam catapultar o Concelho de Vila Nova de Foz Côa através da comunicação social, atraindo mais gente de modo a obter-se um dinamismo no aproveitamento dos recursos naturais e dos produtos endógenos. Quatro seriam esses eventos: o Festival do Vinho do Douro Superior; o Cinecôa, que este ano vai ter a 3ª edição; as Festas da Amendoeira em Flor e dos Patrimómios Mundiais, que já vinham de trás e queremos dinamizar, e também ao Festival da Juventude, que este ano terá a sua 3ª edição. Estes quatro eventos desenvolvem-se ao longo do ano, trazem sempre muita gente, movimentam bastante o nosso meio e trazem um considerável retorno à economia local, beneficiando a hotelaria, a restauração, a venda de produtos regionais, a procura de serviços, movimento em suma. F – Vila Nova de Foz Côa e o Concelho, em termos gerais, receberam neste mandato algumas melhorias por que se vinha reclamando em vão. GD – É verdade. Por exemplo, já há anos que se andava a procurar dotar a cidade e algumas freguesias de uma casa mortuária. Hoje, a sede do Concelho já tem uma casa mortuária condigna, com o aproveitamento de um edifício escolar (projecto de Adães Bermudes), e procedeu-se também ao alargamento do cemitério novo. Dotou-se também todo o Concelho com acesso gratuito à Internet, o que foi um projecto pioneiro a nível nacional. Do mesmo modo se distribuiram por todas as freguesias desfribilhadores automáticos, que podem ser de grande utilidade em todas as localidades do Concelho. Sendo o turismo uma das grandes apostas da Autarquia, conseguimos, neste mandato, criar o Centro de Interpretação Turística, no antigo edifício Conde de Ferreira, na Avenida Gago Coutinho, um dos lugares mais centrais da cidade, e que entrou já em funcionamento, constituindo uma prestimosa e excelente infraestrutura no elenco dos serviços. Foi o primeiro Centro desta natureza a candidatar-se, na região do Douro, e o primeiro a abrir as portas. Quem o visitou já, não deixa de o elogiar, pela qualidade que o distingue, inclusive pelos painéis de fotografias das maravilhosas paisagens da nossa região e pelo bom gosto que se manifesta naquelas instalações F – Em muitas das suas intervenções, manifesta muita preocupação pela situação das pessoas idosas. Foi, de resto, um dos Municípios a criar a Associação das Cidades Amigas dos Idosos. GD – É verdade. Neste capítulo, Vila Nova de Foz Côa é, no País, uma das três Cidades Amigas dos Idosos, galardão esse que nos foi atribuído em Janeiro passado em cerimónia solene, na Sede da OMS (Organização Mundial de Saúde), em Génève – Suíça, na presença da Embaixadora de Portugal, de um Assessor do Ministro da Saúde e das mais altas individualidades internacionais no sector da Saúde. Também alguns fozcoenses residentes naquele País quiseram partilhar connosco a alegria desta distinção. É evidente que, para termos este prémio, também fizémos por isso. Temos, entre outros apoios que concedemos, um protocolo com a Cruz Vermelha, no sentido de serem visitadas todas as freguesias, uma vez por semana, onde são prestados vários cuidados de saúde, como o controle da tensão arterial, da diabetes, apoio psicológico, todos esses cuidados de medicina preventiva, através de enfermeiras diplomadas. A preocupação que temos com os idosos do Concelho deu origem à criação de uma equipa que vai planificadamente pelo Concelho prestando alguns cuidados de saúde, detectando, apoiando e acompanhando as pessoas, que, neste capítulo, passam a sentir-se menos desamparadas e sós. Apresentámos um projecto à ULS do Nordeste e assinámos um protocolo para que certos serviços que normalmente são prestados pelo Centro de Saúde passem a sê-lo por elementos da Cruz Vermelha que se encontram no terreno, assim se evitando uma duplicação de trabalho, o que a ULS do Nordeste apreciou, dele merecendo a melhor concordância. Fomos também distinguidos como uma das 35 Autarquias mais familiarmente responsáveis do País. Neste mandato, além das obras que fizemos e dos eventos que realizámos, conseguimos estes prémios nacionais e internacionais, o que revela o valor do trabalho que foi feito, e por isso nos congratulamos. F – Mais uns meses e este mandato chegará ao seu termo. Quais os projectos em carteira para o futuro? GD – Naturalmente que não descuramos esse aspecto, que é importante. Estamos já neste momento a trabalhar no próximo Quadro Comunitário, com vista a obter dele os melhores resultados, a partir do próximo ano. Temos já aprovado pelo “PROVER do Vale do Côa” um conjunto de projectos para a concretização do futuro Parque Temático. Com as obras do Cais do Pocinho praticamente concluídas, estamos a estabelecer contactos com os operadores turísticos para que, no futuro, as embarcações façam escala no Pocinho e possibilitem uma visita ao Museu e à cidade de Foz Côa. Tencionamos candidatar ao próximo Quadro Comunitário de Apoio a construção de várias “etar’s” no Concelho e recuperar uma grande parte das casas degradadas. F – E a situação financeira do Município? GD – Pese embora o grande volume de obras realizado, é com agrado que podemos anunciar que em 31 de Dezembro passado o Município de Foz Côa não tinha dívidas a fornecedores. Isto, porque fomos rigorosos na gestão dos dinheiros públicos e soubemos aproveitar, como poucos, os Fundos Comunitários disponíveis, candidatando tudo o que era necessário e possível. É, aliás, motivo de orgulho verificarmos que, na Região Norte, o concelho de Vila Nova de Fz Côa é aquele que apresenta uma das mais altas percentagens de investimento per capita, ombreando com muitos do litoral português. De regozijo podemos igualmente falar a propósito da classificação dos 308 concelhos do País e Ilhas, no que concerne à qualidade de vida, pois, como se confirma num estudo da Universidade da Beira Interior, há quatro anos, em 2009, estávamos a nível nacional em nº 215 e actualmente estamos em nº 82,e a nível distrital passámos do penúltimo para o segundo lugar. F – A Câmara Municipal acompanha com preocupação a economia do Concelho? GD – É evidente que sim. A economia do Concelho não está alheia a esta dinâmica, emparceirando seriamente nesta senda de desenvolvimento. Refira-se, por exemplo, o concurso denominado “Prémio Douro Empreendedor”, que tem em vista realçar os valores durienses no campo do empreendedorismo, e foi disputado por cerca de 70 empresas da região do Douro, relembrando que são sediadas neste Concelho três da finalistas, tendo duas destas sido vencedoras. F – Douro, rio e região, é a coisa mais importante de Portugal. – pode dizer-se parafraseando Miguel Torga. A Câmara Municipal fala hoje muito no Douro e a realidade duriense não lhe tem sido estranha... GD – É verdade. E eu acredito muito no Douro. O Douro, hoje, é uma região que está na moda. Como diz a National Geographic, é um dos destinos turísticos mais sustentáveis do mundo. O melhor elogio que se pode fazer ao Douro é dizer que é “único”. Tudo o que tem a marca Douro é produto de excelência. F – E a crise, Senhor Presidente, como vamos com ela? GD - A crise que vivemos tem características mundiais, não apenas nacionais. Nesta altura temos procurado dotar o Concelho de infraestruturas que virão a ter a sua maior prestabilidade, em termos de economia e desenvolvimento, logo que esta crise seja ultrapassada. Temos aqui óptimas condições para que Foz Côa seja uma referência importante. Além do Centro de Alto Rendimento do Remo – no Pocinho, o próprio Museu do Côa, que tem sido e continuará a ser uma alavanca para o lançamento de novos empreendimentos e melhoria dos existentes, atingindo neste momento a sua velocidade de cruzeiro, ao pôr em marcha iniciativas que lhe dão vida, é outra mais valia para uma dinâmica de desenvolvimento que importa animar e fazer crescer. Temos procurado melhorar a sede e as freguesias, com obras de requalificação e com o lançamento de melhorias diversas. Os eventos que temos promovido, como festivais de juventude, de poesia e do vinho, numa dinâmica local, põem em destaque as nossas potencialidades, os nossos valores e os produtos endógenos que são a riqueza da nossa região. Temos mantido em funcionamento todos os serviços públicos. Continuamos a ter o Tribunal Judicial, a Fundação Côa - Parque, a Pousada da Juventude, o Posto da GNR de Freixo de Numão, os Serviços Agrários, etc., etc. . Teremos em breve, nas instalações que eram do Turismo, uma Loja da Juventude. Além de não termos perdido nada, ainda estamos a ganhar alguns serviços. Nesse sentido para isso nos temos esforçado. É uma aposta que temos querido ganhar. F – Quer deixar uma mensagem, como palavra final, para todos os Municípes? GD – Sem dúvida. E essa palavra não pode deixar de ser uma palavra de optimismo, pois não é outro o nosso sentimento quando sabemos que nos temos conduzido sempre a favor dos interesses do Concelho. Aliás, temos de o dizer: o nosso Concelho não é de uma pesoa, nem de duas ou três; é de todos os fozcoenses. E cada um, na missão que desempenha, na concretização das suas tarefas, traz sempre mais um contributo para que a nossa terra se desenvolva harmoniosamente e seja um espaço onde vale a pena viver. Devemos, por isso, continuar com esses objectivos, na certeza de que é, com o esforço de cada um, que estas terras podem avançar e progredir. Engrandecer e valorizar o Concelho de Vila Nova de Foz Côa tem sido o único sentido para que apontamos. Por isso quero deixar uma palavra muito amiga, de saudação e de estímulo, com votos de felicidades, para todos os Fozcoenses, onde quer que se encontrem, e também de sincero apreço para os autarcas deste Concelho, sem esquecer os dedicados Presidentes de Junta de Freguesia, que nos têm acompanhado na linha da frente para a obtenção de quanto possa conduzir a uma melhor qualidade de vida em favor das nossas populações. __________________________ © (Entrevista concedida em 09-07-2013 a Manuel Daniel p/ “O Fozcoense”)
Posted on: Sun, 21 Jul 2013 17:22:29 +0000

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