Em julho de 2009, minha mãe começou a apresentar sintomas de um - TopicsExpress



          

Em julho de 2009, minha mãe começou a apresentar sintomas de um estágio avançado do Mal de Alzheimer. Então me dei conta do quanto precisava me preparar para aceitar o desfecho inexorável. Busquei leituras que me levassem a compreender os mistérios de nossa existência. Alguns dos livros, que então li, estão relacionados no final desta obra, em Referências Bibliográficas. Mas eu queria dividir com o mundo a paz que alcancei, principalmente com meus irmãos. Pois sabia o tamanho da dor que os aguardava: minha mãe tem a mais intensa presença para aqueles que a conheceram intimamente. Foi assim que iniciei a escritura deste livro. Minha mãe faleceu em 25/8/2013. Ela foi velada na casa onde viveu a maior parte de seus 87 anos de vida, ao lado de nosso pai, falecido em 27/11/2012. Meu pai faleceu às vésperas de completar 94 anos de idade, após ter resistido por três anos à intensa tristeza, em decorrência do adoecimento de nossa mãe. Bom, hoje, 28/8/13, estou escrevendo este parágrafo (todo o livro já está concluído), porque quero falar aqui da minha emoção no funeral de minha mãe. Cantos religiosos foram entoados com afinamento e com grande encanto pelos presentes. A leitura litúrgica daquele domingo fora refeita à volta de seu caixão, funcionando como uma catarse e fazendo aflorar todas as emoções que ainda se encontravam entorpecidas até aquele momento. Contudo, não retiro do livro as minhas referências contrárias aos excessos da religiosidade humana. Pois este livro tem o propósito de ser um tipo de retrato, no qual possamos nos ver, em profundidade e sem eufemismos. Repetidamente, a cada momento. Não sendo esta obra contrária, especificamente, a alguma religião. Pois tudo tem dois lados divergentes, mas necessários, os quais ao se juntarem nos equilibrarão e nos unificarão, transformando-nos em um. A leitura litúrgica daquela hora tão dorida se referia à morte significar pecar e à vida eterna significar viver para Deus. Isso está correto. Todavia, ao final da leitura deste livro, estaremos aptos a compreender que pecar significa julgar e separar. E que viver para Deus significa parar todo o julgamento separativo do bem e do mal, em nós e à nossa volta. Significa aceitação ao agora, exatamente como nós e o próximo nos apresentamos agora mesmo. Sem necessidade de idealização alguma de nós mesmos. O Evangelho lido, na cerimônia que antecedeu o sepultamento de minha mãe, dizia que Jesus afirmou a seus discípulos que eles estavam aptos a percorrerem o caminho até ao Pai, porque Ele lhes havia ensinado. Mas recebeu a resposta de que não conheciam sequer o Pai e de que, então como poderiam conhecer o caminho? Amorosamente, Jesus lhes disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Alguém somente poderá conhecer o Pai, através de mim”. Desculpem-me aqueles que discordarem de mim. Pois se trata apenas do meu ponto de vista. Cada um tem o seu. Minhas meditações me levaram a entender que pequenas palavrinhas foram suprimidas na fala do amoroso Mestre Jesus de Nazaré, as quais nos levariam a um novo entendimento. Ficaria assim: O conhecimento do nosso “Eu Sou” é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode conhecer nossa comunhão com a Fonte (o Pai), se não for através de mim (significando através do ego). Ao final da leitura deste livro, estaremos mais aptos a compreendermos esta passagem bíblica.
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 18:43:13 +0000

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