Em partida da terceira divisão de Santa Catarina, auxiliares, quarto árbitro, delegado da partida e gandula também assinaram termo circunstanciado Por GLOBOESPORTE.COM Itajaí, SC Os quero-queros continuam buscando seu espaço em Santa Catarina. Depois de as aves atacarem um auxiliar em jogo da terceira divisão estadual, elas novamente apareceram. E viraram caso de polícia. Também pela Terceirona, no duelo entre Navegantes e Pinheiros e, coincidentemente no mesmo estádio do episódio anterior, o Hercílio Luz, em Itajaí, o árbitro, seus auxiliares, o delegado da partida e até um gandula foram autuados por crime ambiental no dia 19 de outubro. Na ocasião, o árbitro Cinésio Mendes Junior chegou duas horas mais cedo ao local da partida, como de praxe. Conhecendo o problema com a ave no estádio, foi procurar o ninho e não encontrou. Assim, deu início ao duelo e, novamente presenciando ataques ao árbitro auxiliar, o trio, acompanhado do quarto árbitro, do delegado e de um gandula, encontraram três ovos à beira do campo durante o intervalo. Os profissionais espantaram o quero-quero e moveram o lar dos pássaros para a pista de atletismo. À distância, policiais militares que faziam a segurança do jogo apenas observaram. No fim da partida, que terminou 4 a 1 para o Pinheiros, os policiais chamaram Cinésio à beira do campo e perguntaram se ele conhecia o artigo 29 da lei número 9.605. Diante da negativa do árbitro, eles sinalizaram que era preciso autuá-lo por crime ambiental. No escrito, que prevê pena de detenção de seis meses a um ano e multa, cita que é crime ‘atar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida’. Cinésio e as outras cinco pessoas envolvidas no caso agora aguardam intimação da Justiça para depor sobre o incidente. Depois de assinar um Termo Circunstanciado, o processo chegou à 2ª Vara Criminal de Itajaí na última quarta-feira. Para o árbitro, houve omissão dos policiais, que segundo o profissional, disseram que não os avisaram antes pois estavam muito distantes. - Foi uma omissão grande dos policiais, eles viram a gente tirando e não nos avisaram nada. Eles disseram que estavam longe da gente. Foi um descaso dos policiais. É a mesma coisa que alguém está fazendo um crime e os policias deixarem porque estavam longe. Faltou bom senso para os policiais – afirmou Cinésio, em entrevista por telefone. Ainda sem data para o julgamento, o árbitro monta sua defesa baseada na omissão dos policiais e no desconhecimento da lei. De acordo com Cinésio, a ação foi tomada justamente para proteger as aves e evitar que os jogadores as atingissem enquanto a bola rolava. Na súmula da partida, Cinésio ainda lembrou que os policiais estavam irredutíveis e disse que a Federação Catarinense de Futebol não passa nenhuma orientação aos árbitros sobre como lidar com as aves em campo. Estádio havia sido palco de cena inusitada na semana anterior No duelo entre Navegantes e Internacional de Lages, pela quinta rodada do returno da competição, no estádio Hercílio Luz, em Itajaí, um quero-quero estava irritado. A ave atacou o auxiliar Maykon Vieira, que precisou de doses de malabarismo para escapar das investidas da ave (veja o vídeo ao lado). Após o ataque, outro lance curioso chamou a atenção no confronto. O delegado da partida, Paulo César Gonçalves ficou à beira do gramado e chamou o árbitro Jackson Pereira para atender um telefone celular. Conversando no aparelho, Gonçalves entrega nas mãos do juiz, dando a entender que a ligação seria para ele, mas Jackson faz um sinal de recusa com as mãos. Como se não bastasse, a partida, que terminou 2 a 1 para o Navegantes, começou com 25 minutos de atraso por falta de ambulância e depois pela ausência de maqueiros e gandulas. Para o jogo ser iniciado, atletas do time do Vale do Itajaí pediram para alguns dos torcedores ocuparem o posto.
Posted on: Fri, 08 Nov 2013 20:17:54 +0000
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