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Encontro define soluções para tráfego de Jet Skis e competições náuticas em Laguna 28/06/09 - Com o objetivo de normatizar a realização de competições náuticas e o uso de embarcações com motor na lagoa Santo Antônio dos Anjos e canal dos Molhes , foi realizada na Secretaria Municipal de Turismo, nesta terça-feira, dia 27, uma reunião com representantes da Marinha, Polícia Ambiental, Conselho Municipal do Meio Ambiente - Condema, Udesc, Governo Municipal, Associação de Usuários de Jet Skis e Amigos do Mar, Câmara de Vereadores e Instituto Boto Flipper. Especialista na vida e comportamento do boto de Laguna, conhecido como boto da tainha, o professor e Doutor em ciências biológicas, Fábio Daura, iniciou o encontro apresentando o estudo que vem realizando desde 2006 com esta espécie. A conclusão é que se usada de forma irregular e em alta velocidade qualquer embarcação, seja ela Jet ski ou não, causa danos no comportamento dos botos e suas atividades vitais. O que causa mais prejuízo aos animais é a ‘cavitação’ do motor do Jet ski, ou seja, o ruído da hélice quando sobe e desce na água durante as manobras. Porém, de acordo com o professor, se a embarcação trafegar em linha reta a 5 nós (velocidade estabelecida pelas normas marítimas) não causa impacto nenhum. “Proibir o uso de jet skis não é a alternativa e sim encontrar maneiras de normatizar e fiscalizar. A grande preocupação não é com a presença de embarcações e sim como elas são usadas”, enfatizou Fábio. Baseado nos estudos apresentados, na legislação e normas apresentada pela Marinha e Polícia Ambiental em acordo com todos os representantes presentes, foi estabelecido que será construída uma rampa pública para desembarque de Jet skis na região próxima ao centro histórico, a velocidade permitida será cinco nós em linha reta desde a rampa até o canal que desemboca no mar e foi descartada a possibilidade de desembarque de Jet skis no canal dos Molhes ou a realização de manobras neste trecho. A próxima reunião já está marcada para o dia 17 de julho, às 14h, na Secretaria de Turismo para dar continuidade aos encaminhamentos e solucionar definitivamente esses pontos estabelecidos. Competições náuticas A reunião também teve como ponto principal a consulta aos representantes sobre a realização de competições náuticas em Laguna. Já que o estudo apresentou a área de abrangência onde se concentram os botos, que engloba a entrada da lagoa Santo Antônio até o canal dos Molhes, com maior concentração na região do canal, foi definido que competições de barcos à vela e a remo estão liberadas no trecho entre o Iate Clube e a entrada da lagoa Santo Antônio. Para aprovação de competições com embarcações a motor deverá ser feito um estudo para a possibilidade de acontecerem na lagoa de Imaruí, nas imediações de comunidades do interior do município. Está descartada a realização de competições com esses tipos de embarcações na área de concentração dos botos. O boto e o Jet Ski Durante a apresentação do estudo feito pelo Professor Doutor Fábio Daura, ficou claro que o Jet Ski não é necessariamente o grande “vilão” da história. O que existe é algo muito mais complexo do que um simples Jet ski “atrapalhando” a vida desta espécie. Apesar de existir essa troca ente boto e pescador em outros lugares, como na Mauritânia (África) e Myanmar (Ásia), não há nada parecido com o boto de Laguna e na proporção que acontece aqui. Nestes lugares, a troca é diferente e o número de botos e pescadores é muito menor e feita de forma mais tribal. A população de boto da tainha em Laguna, apesar de ser muito maior que nestes lugares citados, é considerada também pequena, são 53 ao todo. Por ser uma população isolada e com pouca variação genética, eles também são indivíduos mais suscetíveis às variações ambientais. As embarcações não os únicos fatores prejudiciais. O maior vilão é o emalhamento em redes de pesca. Esta sim tem sido a causa da maioria das mortes de botos. Lesões epidérmicas também são fatores em expansão, causadas principalmente por contaminantes na água. Depois de anos de estudo, o professor chegou à conclusão de que a espécie corre sérios riscos de extinção. Os números são alarmantes: 98% de extinção em 100 anos. A grande questão levantada durante a apresentação foi sobre a real importância dos botos para Laguna: “Se a preservação do boto for prioridade algo tem que ser feito. Temos que deixar de fazer um turismo prático e passar a explorá-lo de forma sustentável”, salienta Fábio.
Posted on: Sat, 29 Jun 2013 00:53:48 +0000

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