Esta foi minha primeira casa própria. Foi comprada - parcelada - em dezembro de 2000. No tempo em que com R$ 150 mil era possível adquirir 150 m2 de construção num lote de 800 m2. Hoje, nem pensar... Vivemos nela - Alexandra Moreira de Mello, Pedro Mello e eu - durante pouco mais de seis anos. Foi uma fase muito boa, cheia de alegria e realizações. O vovô Chico certa vez me disse que só sairia da casa onde vivia em Campinas, e que foi dos pais deles, se fosse morar numa casa com jardim, como a nossa. Pensamos, eles vão ficar velhinhos e podem precisar de nós. Portanto, por que não? Hoje, a vovó Ada Mello vive nela há seis anos e toda vez que a visitamos sentimos aquele mesmo gostinho de vida boa. Pedrão costuma dizer que adoraria voltar a viver nela um dia. A casa está praticamente igual à original, construída em 1978 pelo antigo dono; à exceção do tanque de areia que já não existe mais e do bico do terreno (não visível aqui) onde foi construída a casinha do tio Ricardo Moreira. Hoje, passamos por lá para tomar um cafezinho coado na hora pela vóva (assim a chamamos às vezes) e aproveitei para desemperrar uma porta balcão que teimava em não abrir. Um gesto cheio de simbolismo. Agora, vou atrás da tranca certa, outro gesto repleto de significado. Precisamos abrir portas emperradas em nossas vidas. Mudar as trancas, admirar o passado com os olhos confiantes no futuro e enfrentar os momentos de dúvidas e tristezas com muita fé e esperança. Às vezes parece muito difícil, mas o que seria da vida não fossem as experiências boas e ruins que acumulamos ao longo do tempo e com as quais, ou aprendemos, ou voltam a se repetir até que nos convençamos de que é preciso encarar nossos fantasmas olhando-os fixamente, bem no fundo de seus olhos. A propósito, o fio preto na caixa de concreto, bem no meio da grama, ganhou um poste de luz há alguns anos e, ao lado dele, frondosa, jaz uma pata de vaca, cuja copa já alcança o telhado. A árvore foi cultivada a partir de sementes recolhidas ao redor da antiga casa do vovô e da vovó, em Campinas, por ela e pelo Pedro. Foi a realização do sonho de ter uma casa de tijolinhos, como a dos 3 porquinhos.
Posted on: Tue, 11 Jun 2013 14:51:11 +0000
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