Estou certo de que não tenho as mesmas motivações dos nossos senadores, Eduardo Braga, Vanessa Grazziotin e Alfredo Nascimento, para serem contrários à extinção do voto secreto geral e irrestrito no Congresso Nacional. Mas o fato é que também sou contrário à extinção. Em votações de perda de mandato e afins, como na Comissão de Ética, sou favorável ao voto aberto, mas isso é bem diferente de abertura geral. Boas intenções, em exagero, podem significar retrocesso. Sou contra porque, na prática, o voto aberto torna os parlamentares reféns do Executivo, que agora vai ter de bandeja a lista dos que lhe obedecem e dos que lhe contrariam. Isto vai acabar com a independência que ainda resta no parlamento, tornando-o cada vez mais submisso ao Planalto. Quem votar contra o governo vai ficar sem suas emendas. Quem votar a favor continua no clube dos amigos. Na contramão, é verdade, há a tramitação do orçamento impositivo, que obriga o Executivo a atender as emendas parlamentares. Mas é pouco. A verdade é que o eleitor está pouco se lixando para como votam seus deputados e senadores, enquanto o Executivo está interessadíssimo. Quem é a favor do voto aberto geral no Brasil precisa também apoiar, portanto, que o seu próprio voto seja aberto nas urnas. Quem topa?
Posted on: Wed, 20 Nov 2013 00:34:15 +0000
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