Estragos de um presidente ignorante Mauro Chaves As - TopicsExpress



          

Estragos de um presidente ignorante Mauro Chaves As consequências de um presidente ignorante exercer o supremo comando de uma nação por dois mandatos consecutivos - ou pelo longo período de oito anos - são, realmente, catastróficas. Entenda-se, porém, que nem sempre o volume dessa herança de desinformação social - forma como poderíamos designar o acervo geral de desentendimentos governamentais - é corretamente avaliado, seja quanto a sua intensidade ou durabilidade. Ou seja, nem sempre os efeitos dos atos ou omissões de um chefe de Estado e governo ignorante são perceptíveis de imediato - mas podem se estender por gerações. Às vezes só se vai descobrir depois a total falta de noção, de um governante, de como é o mundo e como agem ou interagem suas forças. E quando se descobre isso o tremendo estrago já pode ter sido feito - e custa uma enormidade consertá-lo. Pior é quando essa incompreensão de um chefe de Estado e governo leva a ações desastradas, no relacionamento com outros países, a ponto de causar um grave comprometimento da imagem externa do país, desfazendo um capital acumulado de valores - morais e institucionais. É que a falta de conhecimento básico, geralmente acoplada a crenças rudimentares, faz com que governantes se tornem verdadeiras esponjas, prontas a absorver, indiscriminadamente, os pleitos dos lobbies de todos os gêneros. Então as decisões ou não-decisões governamentais derivam de pressões descontroladas de grupos de interesse de múltipla espécie, dada a inexistência de um filtro intelectual, provido da necessária massa crítica, que possa selecionar o que, de fato, seja a favor ou contra o verdadeiro interesse da coletividade. A bem da verdade, nada melhor para os defensores de determinados interesses - sejam legítimos ou escusos, representem vantagens pecuniárias ou apenas reproduzam preconceitos ideológicos - do que o vazio intelectual daquele que ocupa o mais elevado posto decisório de uma nação. Pois é, justamente, a vacuidade mental de conhecimento e cultura que dá ensejo à atração de ideias discutíveis ou inviáveis para a sociedade - embora palatáveis, quando não rentáveis, para determinados grupos. No chefe de Estado e governo ignorante processa-se um tipo de absorção aleatória de influências, pelo que passa ele a conduzir-se - e, mais importante, decidir - com base no que lhe é soprado ao ouvido. Às informações que lhe chegam à parte decisória do cérebro, tanto de forma desorganizada e espontânea quanto minuciosamente calculada, por parte de seus interlocutores - movidos estes por claros objetivos -, o governante desprovido de aparato gnoseológico pode reagir de uma forma ou de outra, conforme as circunstâncias, o momento psicológico em que esteja, o clima afetivo que viva, tudo isso apartado de uma análise racional que só o discernimento com base no real conhecimento é capaz de realizar. Em outros termos, o estado de vacuidade de informações - de um presidente ignorante - em relação à configuração do mundo e às características dos povos, ao acervo científico-tecnológico, cultural e tudo o mais que indique o estágio atingido pelo nível do conhecimento humano lhe cria receptáculos mentais escancarados, sem qualquer filtro seletivo, às influências de terceiros - que não dizem respeito aos interesses reais da sociedade. Antes pelo contrário. (trecho do artigo)
Posted on: Mon, 18 Nov 2013 23:23:42 +0000

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