Eu fui e vi exatamente o que aconteceu... A Manifestação - TopicsExpress



          

Eu fui e vi exatamente o que aconteceu... A Manifestação começou por volta das 15:00 onde pessoas se encaminhavam para o Centro do Rio de Janeiro, por volta de 17:00 as pessoas começaram a se movimentar a caminho da Prefeitura, gritando palavras de ordem e progresso. Por volta das 18:30 a frente da passeata chegou a porta da Prefeitura, muitos não sabiam o que se passava lá na frente. Quando começaram os barulhos de bomba e o boato se espalhava que a Cavalaria estava pronta pra nos cercar. Alguns minutos depois a multidão deu sinais de que algo estava errado, então começaram a recuar. A maioria estava com grupo de 5 ou mais pessoas. Exatamente as 19:00 a Cavalaria cercou o primeiro TRIO-ELÉTRICO E AS PESSOAS QUE ESTAVAM ENTRE A PREFEITURA E UMA RUA ANTERIOR FORAM ENCURRALADAS COM BOMBAS DE EFEITO MORAL, SPRAY DE PIMENTA. A única solução era passar pela primeira ponte que divide as duas pistas da Presidente Vargas, pessoas pulavam pelo rio e outras eram empurradas e socorridas pela ponte. Aos que continuaram na pista da prefeitura tentavam caminhar em direção a candelária e lugares seguros. Quem estava do outro lado da ponte se encontrava em desespero por amigos que não conseguiram atravessar, quando vimos que as luzes foram apagadas, e as redes de celulares e internet não funcionavam, a solução foi seguirmos em frente, ao chegarmos perto do Terreirão do samba o clima era diferente pessoas se encontravam sentada conversando e cantando o Hino. Mas aos poucos começamos a ouvir que o barulhas das bombas e a agitação era grande demais. E seguimos tentando encontrar quem ficou pra trás, mais a frente encontramos o posto Shell de gasolina onde muitos marcaram como ponto de encontro assim como nós. Ao vermos as noticias pela televisão da Loja de Conveniência a revolta era grande, mas estamos tentando sair da confusão e não aumentar ela. Demorou uns 20 minutos até que o caos começasse ali, ao vermos que a policia estava vindo pela Presidente Vargas tentamos sair por uma rua lateral ao posto, foi quando percebemos que a confusão estava fora de controle. Pessoas voltavam correndo da Policia, que vinha cercando as ruas de trás logo baderneiros e vândalos começaram a tacar pedras. Pessoas estavam na fila pro banheiro sentados, procurando amigos. Senhoras de idade, casais novos e muitos grupos de amigos. Ao perceber que passaríamos pelo fogo cruzado o desespero foi grande, haviam bombas, pedras, paus, fugueiras no meio da rua e policiais com cassetetes. Ao tentar atravessar no meio da confusão e correr para a rodoviária, pessoas caiam no chão, choravam, gritavam e muitos seguravam vidros de vinagre tentando amenizar o efeito e ajudar aqueles que estavam correndo. Dali pra frente tudo era perigo, e os de pensamentos nos enlouquecia, se entracemos nos ônibus poderiam vira-los ou tacar fogo. A melhor e única opção era brincar de cão e gato com os baderneiros e a policia, todas as ruas do lado esquerdo da Presidente Vargas ainda estavam calmas. Até entrarmos em uma Rua sem saída, onde dava para as barcas e um quartel militar. Ao ver que estávamos cercados, retornamos e tentamos pedir ajuda, quando alguém viu um caminho saindo de dentro do quartel, ao ver que era somente um caminhão ninguém se movimentou, estávamos com medo e precisamos de abrigo. Até o momento que alguém gritou eles vão vir atras dá gente, a correria foi grande mais caminhos começaram a surgir, muitas rondas e muitos soldados estavam vindo na nossa direção. Pessoas começaram a correr, chorar, se desesperar e implorar pros ônibus abrirem as portas e nos dar refugio, era a unica solução de sobrevivência naquele momento, segundo depois de entrarmos no ônibus vimos um grupo de chope passando ao lado e parando todos que estavam la fora ainda. A adrenalina diminuiu ao chegarmos na Central, e podemos ver o caminho que tínhamos feito até a praça VX destruído. Sinais, pontos de ônibus, lixo pegando fogo. Então tivemos a triste noticia de que um amigo nosso estava preso, mas não em uma cadeia, lá aonde os militares apareceram prenderam as pessoas nas barcas, nossos amigos estavam lá. Nós contaram que eles queriam separar as mulheres, crianças e alunos de direito dos demais homens. Mas as meninas resistiram e não saíram, não posso imaginar o que teria acontecido com cada um deles, não tenho uma mente tão suja a esse ponto. Nos perdemos, e só nos encontramos no ponto de partida aqui na taquara, e a cada noticia de quem tinha achado uma amigo era um alivio, nunca fiquei tão feliz ao saber que estava chegando em casa, e ao ver cada um que foi chegando e nos abraçando. Nós gritamos, pedimos mudança, e eles tentam nós calar, e matar o nosso direito de reivindicar um país melhor. Tenho certeza que assim como eu, estamos orgulhosos um dos outros por que sobrevivemos e viveremos e muito mais VOLTAREMOS. NÃO PODEM CALAR A VOZ DO POVO. JÁ QUE EU SOU BRASILEIRO NÃO DESISTIREI NUNCA #JUNTOSOMOSMELHORES'
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 19:20:44 +0000

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