Eu que não escrevo.. Brilha primavera brilha As bordas da alma. As teias da luz do fim dos tempos. Entre as veias de um quase outro tempo. Segue um instinto leve e brando. Entre tantas formas de ver, cura o vento com fogo. Se no topo da criação ele fez como um elfo. As mãos como teias, entrelaçadas de ar. Saiam fitas das suas emoções, tinha tanta luz. E ainda vibrava em notas mais doces e asperas e leves. Se o sol parece grande... nós podemos ser maior ainda. Quando mais podemos voar, mais podemos derreter. Como fungos tão bonitos de coração, somos amor. A brisa suave atravessa nossas cabeças e faz aquele mel. Deixa a pressa pra lá. Ela é para os cegos de coração. Deixa o lucro pra lá. Ele é para os adormecidos de luz, de conciência. Deixa o ego pra lá. Ele é o mal do mundo, o anti-Deus da nossa existência. Atalhos são partes do retalho da não completude das coisas. Siga forte como um rio e suave como uma borboleta. Os raios de sol estavam recheados de flores e no coração a primavera. A vida mais uma vez renovada, reesverdeada por aquele verde claro. Deixo a casca do carvalho me proteger. O roxo claro dos ipês me remeter. Quero toda a porto alegre do meu coração. Levo o Guayba por onde for. É de porto-alegrares que indo em mim. Eu vi um campo tão lindo de flores no meu sonho. Quero todas as cores e outras mais, peço permissão a natureza para abrir os olhos dos meus olhos. Peço as sementes mágicas que deixem, como meus anscenstrais deixaram voar. Eu sei que posso voar, e os brutos de alma nunca entenderam isso. Quanto mais racional, mais vil se torna. Quando o coração fala e é realmente escutado e seguido, a vida é vida. Quando a vida não é mais vida, seguimos as cifras, os números a lógica. Essa lógica que não é lógica, porque mata por lucro. Não engula idéias que matam. Ao contrário vemos retas, contas e números, matando a nossa natureza interna. Matando as nossas vidas, nossas crianças, nossas emoções genuínas. Nos desumanizando ao máximo, lutando por lucro e dinheiro sujo. Vendendo até a própria mãe. Onde há uma reta não há um coração. Eu quero abrir a felicidade do meu coração e jogar pelo ralo as ilusões líquidas de publicidade. Se esse mundo é feito disso, quero distância. E se a arte e contaminada por isso, morre a arte. Quantas luz você já emanou hoje? Saiba que não adianta nada fixar a vida naquilo que pode tocar. Não há riqueza naquilo que toca, há riqueza quando consegues tocar alguém. Pois ao atravessar essa vida, verás que teus bolsos serão outros e não teras dinheiro. Do mundo material não se leva nada ao atravessar e vencer a morte, e então viver na espiritualidade. Não haveria sentido viver se fossemos fragmento de reta. Somos o horizonte e o pôr-do-sol. Tão infinitos na essência quanto Deus. Eu sou ponte, quem fala por mim não sou eu. Eu sou apenas um pote, onde eles podem lhe dar a água. E quem bebe dessa água, jamais terá sede. Essa sede que quando se mata, não temos mais o vazio da vida. Uma vida pilastrada em outras pessoas, cai, quando essas ve vão. O turvo som de passáros negros outra vez aparecem na casa da morte. São esses mesmos que nos desafiam a voar. Os ventos mudam a cada queda de um. Se o sol não nascer, buscaremos outro lugar para estar. Temos no corpo e na alma fragmentos de estrelas. Buscamos pessoas que não deixaram de brilhar apesar desse corpo grosseiro que temos. Ao escutar o canto dos passáros sinto que tudo aquilo que canto é sujeira. Admiro os pássaros por cantar. Deveriamos ficar quietos por muito mais tempo, parar as cidades e apenas deixar os pássaros ressoarem bonito. Aprenda a escutar as músicas mais belas pela voz dos pássaros, eles transmitirão somente aos corações abertos. Vamos amigos da terra do nunca, sigamos nesse lindo trêm até lá. Com o coração puro podemos atravessar o rio. Chegar a outra margem e então poder voar, conversar com fadas. Ver além das borboletas, e ver então as ninfas, Afrodite e Dionísio. Uma festa tão bonita como o sorriso de uma criança. Onde o amor é protagonista. Onde temos a riquesa de ajudar. Onde a gentileza é nossa moeda. Onde familia é cultivada e tem raízes fortes. Onde o ego é anulado. Onde o coletivo tem alma e dança circular. Eu sou amor. Eu sou luz. Eu sou flor, fogo e ácido. Onde o mar namora a lua. Onde o sol namora o pampa. Admire, dance, transborde. Cante, lute, sonhe. Ame, queime, mude. Vou deixar o meu coração me levar, no mar do amor. Com o desejo voraz, com pé na estrada e o peito aflito pelo novo. Tenho orgulho de ter sangue guarani, charrua, minuano... nas minhas veias e na minha alma. por Mainumby Arapoty
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 06:28:03 +0000
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