Eu sou do Sul! E você? 20 de Setembro 1835... Proclamação da República Riograndense. Homenagem do povo Gaúcho, ao seu lugar de origem, o RIO GRANDE DO SUL Há 257 anos, em 7 de fevereiro 1756, morria Sepé Tiaraju, líder da resistência dos índios Guarani-missioneiro à implementação do Tratado de Madri em terras do hoje Rio Grande do Sul. Sepé cunhou o grito: "Co ivi oguereco iara", esta terra tem dono. "Eu venho de um lugar onde a gente ACREDITA nos jovens, OUVE os velhos, e RESPEITA o eterno. Eu venho de um lugar onde o canto é de CAMPO e de RIO. Mas sobretudo, eu venho de um lugar onde o homem tem PÁTRIA, PENSA e OPINA: Eu Sou GAÚCHO!!" (Ângelo Franco) É bom lembrar que os gaúchos (considerando além do Rio Grande, os gaúchos do Uruguai e Argentina) foram a base utilizada na guerra em seus respectivos países, os quais lhes devem seja a independência, seja a manutenção das fronteiras - por exemplo: sem os gaúchos, basicamente Rio-Grandenses, ( Rosas, na Argentina, não teria caído ). No Brasil o caso é exemplar: Quem manteve as fronteiras ou lutou nas guerras foram os homens deste Estado, mesmo que os livros de história do Brasil não lembrem disso. Ceu, Sol, Sul, Terra e Cor youtu.be/vCnVgRdvq58 Hino do Rio Grande do Sul - legenda youtu.be/gOOUmamk6Bk Abraços fraternos a todos os Gaúchos de todas as querencias... A identidade étnica reside fundamentalmente em simbolismos partilhados por um grupo e reconhecidos pelos demais, o que estaria faltando para considerarmos o elemento gaúcho, uma etnia? Sabemos que o "gaúcho" representa, dentro e fora do Rio Grande do Sul, um grupo de indivíduos facilmente reconhecível por suas iguarias, música, danças e trajes típicos e até mesmo pelo modo de se expressar/comunicar, há variações no sotaque e nas expressões do gaúcho, mas alguns elementos os tornam inconfundíveis, tal qual a expressão "tchê". Se faz necessário relembrar e acrescentar, dentro e fora do Rio Grande do Sul, porém, dando ênfase ao sentimento de pertencimento ao mesmo, apesar da possibilidade do indivíduo jamais ter estado lá. Kaiser (1999) explora bem esse tema ao expor "a saudade do pago Rio-Grandense" exposta por sul-mato-grossenses que nunca estiveram no Rio Grande do Sul. Ou seja, o étnico confere um sentido à existência do indivíduo através da afetividade, como aponta a antropóloga Raquel Mombelli. Assim sendo, ao se reconhecer como gaúcho, o indivíduo está expressando um sentimento de pertencimento. Pertencimento que o diferencia dos demais (os que não são gaúchos) e que o torna membro de um grupo e também membro, herdeiro ou descendente do Rio Grande do Sul, pois pode ele ter nascido em seu território ou não. Desta forma, podemos concluir que há, de fato, uma "nação gaúcha". O gaúcho mostra, como grupo social, características que permitem classificá-lo como grupo étnico: 1) cria espaços regionais de identidade gaúcha, não importa a localização geográfica do lugar; 2) torna natural a ideia de "ser gaúcho". Os filhos de gaúchos nascidos fora do Rio Grande do Sul, nascem gaúchos e se intitulam rio-grandenses, como se fosse algo hereditário. E de fato é, por cultura hereditária. O gaúcho é, de forma inequívoca, um povo, uma etnia de origem rio-grandense ( nesse caso me refiro apenas aos gaúchos de língua portuguesa, não esquecendo do gaúcho de origem uruguaia e argentina) e, por esta razão, está calcado no direito internacional inalienável de autodeterminar-se. Não de forma artificial, mas por constituir, SIM, a Etnia Gaúcha. Referências Bibliográficas: BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1992. MOMBELLI, Raquel. (1996) Mi soi talian gracia a dio: Identidade étnica e separatismo no oeste catarinense. Florianópolis, Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina. KAISER, Jakzam. Ordem e progresso: o Brasil dos gaúchos.Florianópolis: Insular, 1999. ROYCE, Anya P. The Anthropology of dance. Bloomington: Indiana University Press, 1977
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 19:17:50 +0000
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