Excerto do novo livro de rakel de Magalhaes ainda nao publicado: Fénix mandou o seu mocho -correio levar o bilhete nas patas até ao palácio. Era um bichinho bem treinado para estas artes de correspondência. Este mochinho bravo, epíteto dado pela dona era o seu fiel amigo e transpostava sempre as mais secretas mensagens. O mocho voou durante um dia e uma noite sem parar. Entru pelo vitral da entrada principal do jardim do Labirinto. Deixou a mensagem no correio real. Partiu para casa da sua dona, pois ainda lhe esperava um longo voo. Logo de manhã cedinho, o mensageiro real entregou a mensagem de Fénixo ao rei. O rei abriu com tanta hesitação o bilhete que quase rasgava tudo. Depois de ler o bilhete expressou um alívio e um sorriso estampado na cara. Agora podia sair com a sua escolta em paz para as suas cruzadas. Antes de partir em cruzada, o rei deu um beijinho e um abraço apertado á filha e um grande beijo à fiel esposa e discursou para elas num tom saudoso: Meus tesouros mais preciosos, cuidai do meu reino enquanto estou fora. Em breve, dentro de trinta dias regressarei. Trataremos de tudo, responderam as duas em eco. Parte descansado. O rei e a sua escolta partiram. O palácio estava agora mais só, mais vazio aos olhos das duas damas que entresteciam com a partida de um ser tão poderoso mas tão belo interiormente. O silêncio pairava. Já não se ouvia a voz grossa e afinada do rei que agitava as plantas do jardim do labirinto. As borboletas pareciam mais tristes e sem côr, Miguel, o escudeiro andava mais abatido com a notícia da partida do rei em escolta. O rei tinha uma importante posição no reino não só na hierarquia mas também na parte sentimental da comunidade do reino. Todos adoravam o rei. Não era tirano, ouvia sempre o povo e impunha respeito. Positivamente, estas partidas do rei davam estabilidade ao reino mas agitavam o coração da rainha que temia pela vida do seu companheiro. Um rei ausente do seu reino é um rei que deixa a sua marca de regresso. O rei sempre volta com saúde e com mazelas para a rainha curar. Na verdade, essas feridas demoravam meses a cicatrizar pelas marcas fundas das espadas que ostentavam. Não eram nada fáceis as cruzadas. A rainha entretinha-se nas suas leituras sobre livros de decoração enquanto o rei estava ausente. Íris preferia concentra-se nas restantes regras que faltavam por cumprir do livro sagrado. Tinha que aproveitar toda a sua energia e concentrá-la em valores mais nobres como as regras. A princesa saiu do interior do palácio e foi respirar ar puro. O ar puro fazia-lhe bem às narinas e á mente. Cheiravam bem as flores do jardim e esse perfume abria-lhe o pensamento- uma espécie de elixir que lhe avivava a memória e as ideias. O seu hipótalamo ficava mais receptivo e a memória mais viva. De repente a princesa ficou com uma vontade enorme de comer chocolate. O chocolate curava-lhe a falta de seu pai que partira. Devorou dois chocolates num só trago. O seu filme preferido e romance chamavam-se ambos Chocolate. Delirava com a atmosfera do Filme, com a chocolataria, com a arte em fabricar manualmente o chocolate. Era uma princesa culta e gulosa e disso tinha a plena certeza. in rakel de magalhaes
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 11:07:16 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015