Exílio Sol do meu verão. Clima quente que vicia. Sede que não se aplaca, como mil beijos em nostalgia. Precoce avaliar mudança na temperatura. Começa uma chuva despretensiosa com umidade lá nas alturas. Observando atrás da vidraça a garoa que insiste em molhar tudo. Ainda a pouco o sol lambia quente o terreno, num outono fora de época. Agora o Rio Grande parece São Paulo, tudo garoado. A luz do começo do dia, como ontem no fim da tarde, com um fio no horizonte, ilumina o lado Oeste. Guarda chuvas apressados passam. Desviam uns dos outros na correria. Poças d’água antes pequenas, juntam-se para formar maiores e correm para os baixios. Numa progressão, viram lagos, lagoas e rios. Se a previsão acertar, logo esfria. Entendo agora como gaúchos que vão para o Centro Oeste, não retornam pro sul, um dia. Ficam exilados no Cerrado. O ar as águas o chão e o céu, sem falar na culinária de sabores exóticos e variados. Do calor das donas do Cerrado, lindas e maravilhosas, que os laçam, subjugam, domam e os encantam, cortando-lhes as azas. E nunca mais retornam. Fazendo-os felizes, num paraíso, nessa extensão do Rio Grande, como se estivessem realmente em casa. robertomatisse
Posted on: Tue, 03 Dec 2013 11:03:38 +0000
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