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FAÇAM ALGO A RESPEITO Meu nome e Diego Cardoso de Almeida e em 19 de Setembro de 2011 fiz um Juramento, não um simples juramento como o de um homem para uma mulher ou de algum profissional a sua profissão. Fiz um juramento olhando nos olhos de um bebezinho recém nascido que em meus braços estava se sentindo seguro, minhas palavras foram essas: “Eu juro cuidar de você, zelar pela sua vida e protegê-lo de qualquer coisa nem que isso custe a minha própria vida; juro te amar eternamente; juro te ensinar sobre as coisas da vida. Como se tornar um homem de bem, com princípios e valores; como se levantar quando cair; como colocar Deus em primeiro lugar; como amar o próximo; como ser honesto e íntegro vale a pena e por fim, como acreditar que sempre poderemos ser melhores do que realmente somos”. Mas queridos amigos, no dia 10 de Agosto de 2013 fui impedido de cumprir o juramento feito ao meu filho. Quando paro para pensar em como me senti vendo meu filho no hospital após uma convulsão, sendo tratado com descaso, concluo: “como as pessoas se tornaram frias e gananciosas”. Quando vi que não tínhamos profissionais competentes, e que meu filho não era o único a estar ali na sala de emergência de um hospital largado a mercê de pessoas que não tem o mínimo de amor, e, entendimento do significado de um juramento, percebi que eu deveria fazer alguma coisa a respeito. Meu intuito não é pedir nada pra ninguém, mas, através desta nota dar voz a tantos pais que assim como eu, estão acostumados a ver seus filhos sendo tratados como um simples número. Quando tornei a olhar nos olhos do meu filhinho e vi seu pedido de socorro, lembrei então, do meu juramento. Como num ato de desespero perguntei ao Dr. Carlos Eduardo (o plantonista da vez), o que poderia ser feito, e, ele me respondeu: “Pai, sou um psiquiatra, estou aqui apenas quebrando um galho”. Parei para pensar e concluí: “Então quer dizer que a vida do meu filho esta nas mãos de um Severino Quebra Galho”. Desmontei lágrimas. Mas em meu interior algo dizia: “E o seu juramento; e a vida do seu filho, faça algo a respeito”. Comecei a implorar pelos corredores do hospital pedindo por favor um Pediatra! E as únicas palavras que eu ouvia, era que o único pediatra que estava na escala do Hospital de Torres, estava apenas de sobre aviso para partos, então, passei a clamar pela vida do meu menino. Falei com enfermeiras, recepcionistas , amigos e familiares. Ligamos para todos os Pediatras de Torres e sempre escutava a mesma informação: Todos estavam viajando em pleno final de semana. A realidade era: Hospital cheio, sem profissionais capacitados para as devidas especialidades. Achei que tinha encontrado a solução quando pedi então a transferência do meu garoto para qualquer lugar que oferecesse o mínimo de cuidado profissional (já que nem isso estava tendo), conversando com a enfermeira chefe ela me informou que isso somente poderia ser feito com autorização do Diretor do Hospital. Pensei : “Agora resolvo o problema”. Então, solicitei imediatamente para ir ao encontro dele, e para minha surpresa....Estava viajando. Fico me perguntando: “Onde teremos que chegar para termos um sistema de saúde qualificado?, Quem precisa morrer para que se faça alguma coisa?”. Está na hora de acordar, pelo amor de Deus! Perguntava para aqueles profissionais que pareciam tão perdidos quanto eu, quem Dará conta da vida do meu filho se ele morrer? Eles me respondiam - O Hospital. Mas será que o Hospital devolveria a vida do meu filho. não tem dinheiro algum que pague a saúde e a vida de um ser humano. Depois de muitas ligações, um médico humano saiu do armário, agradeço a Deus pela vida do Doutor que tem aqui meu reconhecimento e gratidão, por que ele me deu esperanças de que ainda existam profissionais da saúde honrando seus juramentos. Seu nome: Dr Fabio Farias. Como pai, louvo seu gesto, mas o cidadão tem orgulho de você. Muito obrigado! O Dr. Farias demonstrou compaixão, comprometimento com suas funções e principalmente , amor... Ele entrou no hospital quebrando as regras do mesmo, por que, nosso Hospital qualificadíssimo não autoriza entrada de médicos particulares para atender seus pacientes. Mesmo assim, este homem enviado por Deus, naquela tarde, se desprendeu de regras e obedeceu seu juramento examinando meu filho e compadecendo-se das demais crianças que estavam ali no local. Foi solicitado por médicos e enfermeiras que estavam ali que eu tivesse calma. Mas, meu Deus! Quem teria calma com a saúde do seu filho tão frágil? Qual animal ao ver sua cria passando perigo ou dificuldade não mataria ou daria sua vida por ele? Quanto muito eu, um pai obstinado a defender seu filho. Procurei formas e maneiras de se fazer valer a lei, e compromisso do Hospital de oferecer um Plantão pediátrico. Fui até o Promotor de Justiça Vinicius (O responsável pelo plantão do ministério público). Prontamente ele compareceu ao hospital e viu com seus próprios olhos tamanha vergonha da saúde pública torrense. Não temos emprego, nem ruas em condições, não temos turismo (ano após ano, Santa Catarina, leva vantagem), e há muito tempo já não temos acesso a saúde. Procurei o conselho tutelar, fui a delegacia e ...Nada a se fazer, por alguns instantes me senti de mãos atadas, presas por não ter meios de atender a necessidade do meu filho naquele momento. Por isso, depois de muito refletir, decidi que não posso me calar , e não vou me calar diante de tanta negligência. Quando eu soube pela boca de uma administradora do Hospital que não conseguem mais médicos para trabalhar por conta do seu baixíssimo salário, algo em torno de R$ 20 a R$30 mil reais ao mês (quase o mesmo que o salário mínimo de milhares de brasileiros), gente que sem dignidade financeira também é exposto todos os dias a um sistema de saúde falido, sinto muito, pago o preço, mas eu não posso me calar. Procurei saber quais os Juramentos que os médicos precisam fazer para exercer essa profissão, faço questão de mencionar alguns trechos aqui: EU, SOLENEMENTE, JURO CONSAGRAR MINHA VIDA A SERVIÇO DA HUMANIDADE. PRATICAREI A MINHA PROFISSAO COM CONSCIENCIA E DIGNIDADE. A SAUDE DOS MEUS PACIENTES SERA A MINHA PRIMEIRA PREOCUPACAO. MANTEREI, A TODO CUSTO, NO MAXIMO POSSIVEL, A HONRA E A TRADICAO DA PROFISSAO MEDICA. NÃO PERMITIREI QUE CONCEPCOES RELIGIOSAS, NACIONAIS, RACIAIS, PARTIDARIAS OU SOCIAIS INTERVENHAM ENTRE MEU DEVER E MEUS PACIENTES. MANTEREI O MAIS ALTO RESPEITO PELA VIDA HUMANA, DESDE SUA CONCEPCAO. FACO ESTAS PROMESSAS, SOLENE E LIVREMENTE, PELA MINHA PROPRIA HONRA. Depois de ler esse juramento meu sangue ferveu, o sentimento de indignação e revolta, tornaram a minha mente. Afinal: “Onde esta o respeito a Humanidade quando médicos se negam a trabalhar, cuidar dos seus pacientes debilitados por causa de dinheiro; Onde esta a honra: Onde esta a saúde dos pacientes em primeiro lugar. Quando volto a ler essa hipocrisia... Juro consagrar minha vida a serviço da humanidade, e me lembro dos fatos que eu vivi, e, todos aqueles outros pais, fico pensando que não valem de nada – Só palavras. A verdade é que a medicina, mesmo com raras exceções, é apenas, um meio de se ganhar dinheiro, e são usados por pessoas ambiciosas, egoístas e gananciosas. Tudo se trata de dinheiro! Graças ao meu bom Deus meu filho esta bem, mas peço aos senhores leitores dessa nota: “Olhem para os seus filhos e imaginem não poderem fazer nada a respeito de suas vidas; Olhem para o nosso sistema de saúde falido, quebrado e não fiquem mais sentados e calados. Assim como um dia eu tive que me indignar, não esperem a dor da doença na vida de seus filhos, façam algo a respeito. Mostremos unidade com educação, saiamos as ruas e ecoemos aquilo que esta sufocando nossos corações”. Não se trata apenas de desleixo, corrupção, falta de qualificação médica e do próprio hospital que estamos aqui falando. Não é apenas sobre dinheiro, ganância e egoísmo - Estamos falando de vidas, compaixão, de amor ao próximo, e principalmente Honra a um Juramento que por ora esta quebrado e não serve pra nada.
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 21:03:38 +0000

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