Fala-se muito nas chamadas “aldeias do câncer” na China. São - TopicsExpress



          

Fala-se muito nas chamadas “aldeias do câncer” na China. São locais onde a incidência da doença é muito alta devido à manipulação de metais pesados na reciclagem de aparelhos eletrônicos ou à contaminação de cursos de água e solo. Estes focos de câncer, infertilidade e outros problemas relacionados à poluição são hoje para os cidadãos chineses mais preocupantes que a questão do crescimento econômico. No campo, as pessoas sofrem em silêncio porque seus problemas têm menor atenção na mídia, enquanto na cidade o crescimento dos protestos leva as autoridades à ação, como no caso de diversas medidas tomadas recentemente por Beijing para cortar a emissão de gases estufa e combater com mais severidade a produção de outros poluentes. Nos EUA, por exemplo, o Congresso, dominado por interesses do petróleo, acha que a melhor coisa para o país é o corte de impostos (dos ricos) e a redução de regulamentações de toda ordem, e a falta de legislação a respeito faz com que seja muito raro alguém ir para a cadeia por crimes ambientais. Na Europa já é diferente. Cadeia e grandes multas são muito mais frequentes e severas. Mas a coisa está mesmo ficando complicada para os poluidores na China. Autoridades deram recentemente aos tribunais autoridade para condenaram à morte responsáveis pelos casos mais serios de poluição. Esta é aparentemente uma resposta ao clamor publico. Esta nova interpretação da lei é um aperto nas “sanções lenientes e superficiais” existentes até o momento, segundo a agência oficial de notícias Xinhua. Os protestos públicos da população chinesa contra o crescimento a qualquer custo têm crescido muito como resposta ao aumento da poluição de solo, água e ar. Uma nova pesquisa do Public Opinion Research Centre, em colaboração com a Universidade Shanghai Jiao Tong, descobriu que, para 80% da população, a proteção ambiental deve ser uma prioridade mais alta que o crescimento econômico. E o Health Effects Institute, em Boston, relata que mais de um milhão de pessoas morrem prematuramente na China como resultado das condições ambientais, informa o Triple Pundit. Os níveis de matéria fina particulada em Beijing, Guangzhou e outras grandes cidades chinesas sobem com frequência a uma taxa sete vezes mais alta do que o considerado minimamente seguro pela Organização Mundial de Saúde. O povo parece ter perdido a paciência. Agora, as autoridades também.
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 22:31:53 +0000

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