Fascismo e outros regimes totalitários Alguns historiadores e - TopicsExpress



          

Fascismo e outros regimes totalitários Alguns historiadores e teóricos vêem no fascismo e no regime comunista da União Soviética (mais especificamente o Stalinismo) grandes semelhanças, designando-os de totalitarismo (uma designação de Hannah Arendt). Outros vêem-nos como incomparáveis. Arendt e outros teóricos do totalitarismo argumentam que há semelhanças entre as nações sob domínio Fascista e Stalinista. Por exemplo, quer Hitler quer Stalin cometeram o assassínio maciço de milhões dos seus concidadãos civis que não se integravam nos seus planos. De acordo com o doutrinário do libertarianismo Nolan Chart, o fascismo ocupa um lugar no espectro político como o equivalente capitalista do comunismo, sendo um sistema que apoia a liberdade económica mas que é coagido pelos seus controles sociais de tal forma que se torna totalitário. Em 1947 o economista austríaco Ludwig von Mises publicou um livro chamado Caos planejado (Planned Chaos). Ele afirmava que o fascismo e o Nazismo são ditaduras socialistas e que ambas obedeciam aos princípios soviéticos de ditadura e opressão violenta dos dissidentes. Ele afirmou que a maior heresia de Mussolini à ortodoxia marxista tinha sido o seu forte subscrever da entrada italiana na Primeira Guerra Mundial do lado aliado (Mussolini pretendia libertar áreas de língua italiana vivendo sob o controlo austríaco nos Alpes). Esta visão contradiz as declarações do próprio Mussolini (para não mencionar os seus oponentes socialistas) e é geralmente vista com cepticismo por historiadores. Críticos de von Mises argumentam que ele estava atacando um fantoche. Por outras palavras, que ele mudou a definição de socialismo, por forma a acomodar o fascismo e o nazismo a essa definição. O conceito de ditadura do proletariado ao qual Von Mises alude não é o mesmo que o conceito de ditadura empregue pelos fascistas. Ditadura do proletariado é suposto significar, na definição marxista, uma ditadura dominada pelas classes trabalhadoras, em vez de uma ditadura dominada pela classe capitalista. Este conceito foi distorcido por Estaline ao ponto de significar uma ditadura pelo secretário geral do PCUS sobre o partido e as classes trabalhadoras. Neste ponto, Estaline desviou-se de Karl Marx, e como tal não é correto afirmar conduzia uma forma de governo Marxista. Por outro lado, enquanto o modelo económico fascista baseado no corporativismo promove uma colaboração entre classes numa tentativa de união da mesmas sob o controle do Estado, o modelo marxista promove a eliminação não só das classes como também do próprio Estado. Adicionalmente, o fato de os estados fascistas, por um lado, e a União Soviética e o bloco soviético por outro, serem estados policiais, não significa que sejam produto do socialismo. Apesar de todos os estados de partido único poderem ser considerados estados policiais, não há qualquer relação entre a definição de socialismo e a definição estado policial, nem todos os estados policias são socialistas ou fascistas. Muitos outros regimes de partido único, incluindo regimes capitalistas, foram também estados policiais. Alguns exemplos são: A República da China sob o regime Kuomintang de Chiang Kai-shek; O Afeganistão sob o regime Talibã; O Irão, durante o regime dos Xá, um estado monárquico policial; O Vietname do Sul, a Coreia do Sul, Singapura e outros países do sudeste asiático, durante períodos recentes da sua história. Por outro lado, existiram muitos governos socialistas em sistemas multi-partidários que não foram estados policiais. Fascismo e nazismo A suástica nazista. O nazismo é geralmente considerado como uma forma de fascismo, mas o Nazismo, em contraste com o fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças, e a engenharia social destes aspectos da cultura com o fim último de uma maior prosperidade possível para eles às custas de todos os outros. Adolf Hitler. Por seu lado, o fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia de que todos estes fatores existiam para servir o Estado e que não era necessariamente no interesse do Estado servir ou manipular algumas daquelas características. O único objetivo do governo sob o fascismo era auto-valorizar-se como a maior prioridade da sua cultura, simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a sua dimensão, melhor, pelo que se pode dizer que se tratou de uma Estadolatria (idolatria do estado) governamental. Enquanto o nazismo era uma ideologia metapolítica, vendo a si mesmo apenas como uma utilidade pela qual uma condição alegórica do seu povo era o seu objetivo, o fascismo era uma forma sinceramente anti-socialista de Estatismo que existiu por virtude de e com fins em si mesmo. O movimento nazista falou da sociedade baseada em classes como o seu inimigo e pretendia unificar o elemento racial acima de classes estabelecidas, enquanto que o movimento fascista tentou preservar o sistema de classes e sustentou-o como a fundação de cultura estabelecida e progressiva. Este teorema subjacente fez os fascistas e nazistas de então verem-se como parcialmente exclusivos entre si. Hoje, no entanto, esta diferença não é patente na terminologia, mesmo quando usada num contexto histórico. O nazismo distingue-se do fascismo por pretender estabelecer teorias raciais. O fascismo não apresentou esta característica, tendo em 1922, visto um terço dos judeus aderir ao movimento liderado por Mussolini[carece de fontes]. Fascismo e socialismo O fascismo desenvolveu uma oposição ao socialismo e o comunismo, embora muitos fascistas houvessem sido marxistas no passado. Com relação a isso, em 1923 Mussolini declarou, na Doutrina do Fascismo: (…) O fascismo [é] a completa oposição ao … socialismo marxista, à concepção materialista da história das civilizações humanas, que explica a evolução humana como simples conflitos de interesses entre vários grupos sociais e pela mudança e desenvolvimento envolvendo os instrumentos e modos de produção… O fascismo, agora e sempre, acredita no sagrado e no heroísmo; quer dizer, em acções não influenciadas por motivos económicos, directos ou indirectos. E se a concepção economicista da história for negada, de acordo com a teoria de que os homens são mais do que bonecos, levados ao sabor de ondas de mudança, enquanto as forças controladoras reais estão fora de controle, disso tudo se conclui que a existência de uma luta de classes eterna é também negada —; o produto natural da concepção economicista da história. E acima de tudo o fascismo nega que a luta de classes possa ser a força preponderante na transformação da sociedade. … A máxima que a sociedade existe apenas para o bem-estar e para a liberdade daqueles que a compõe não parece estar em conformidade com os planos da natureza… Se o liberalismo clássico acarreta individualismo, o fascismo acarreta governo forte. Benito Mussolini58 Por mais que certos tipos de socialismo possam parecer-se superficialmente ao fascismo, deve ser destacado que as duas ideologias se chocam violentamente em muitos assuntos. O papel do Estado, por exemplo. No socialismo, considera-se que o Estado é meramente uma ferramenta do povo, algumas vezes chamado de mal necessário, que existe para servir aos interesses do povo e proteger o bem comum (e algumas formas de socialismo, como o socialismo libertário, rejeitam completamente o estado). Já o fascismo crê no Estado como um fim em si mesmo, e digno de obediência e subserviência por parte do povo. O fascismo rejeita as doutrinas centrais do marxismo, que são a luta de classes e a necessidade de substituir o capitalismo por uma sociedade controlada pelo operariado, na qual os trabalhadores sejam proprietários dos meios de produção. Um governo fascista é geralmente caracterizado como de extrema direita e um governo socialista, de esquerda. Mas teóricos como Hannah Arendt e Friedrich Hayek argumentam que existem diferenças apenas superficiais entre o fascismo e formas totalitárias de socialismo (veja Stalinismo); uma vez que os governos autoproclamados socialistas nem sempre mantiveram seu ideal de servir ao povo e respeitar os princípios democráticos. Muitos socialistas e comunistas rejeitam esses governos totalitários, encarados como uma forma de fascismo com máscara de socialismo. (Veja espectro político e modelo político para mais detalhes.) Socialistas e outros críticos (não necessariamente de esquerda) sustentam que não há sobreposição ideológica entre fascismo e marxismo; acreditam que ambas as doutrinas são diametralmente opostas. Sendo o marxismo a base ideológica do comunismo, eles concluem que as comparações feitas por Arendt e outros são inválidas. Mussolini rejeitou completamente o conceito marxista de luta de classes ou a tese Marxista de que o operariado deveria apropriar-se dos meios de produção. Em 1932 ele escreveu (na Doutrina do Fascismo, por via de Giovanni Gentile): Fora do Estado não pode haver nem indivíduos nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes). Então o fascismo opõe-se ao Socialismo, que confina o fluxo da história à luta de classes e ignora a unidade de classes estabelecida em uma realidade económica e moral do Estado. A origem esquerdista do líder fascista italiano Mussolini, como um antigo líder da ala mais radical do partido socialista italiano, tem sido frequentemente notada. Após a sua viragem para a direita, Mussolini continuou a empregar muito da retórica do socialismo, substituindo a classe social pela nação como a base da lealdade política. Também é frequentemente notado que a Itália fascista não nacionalizou quaisquer indústrias ou entidades capitalistas. Em vez disso, ela estabeleceu uma estructura corporativista influenciada pelo modelo de relações de classe avançado pela Igreja Católica. De facto, existe uma grande quantidade de literatura sobre a influência do Catolicismo no fascismo e nas ligações entre o clero e os partidos políticos na Europa antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de o fascismo italiano ter proclamado a sua antítese ao socialismo, a história pessoal de Mussolini no movimento socialista teve alguma influência sobre ele. Elementos da prática dos movimentos socialistas que ele reteve foram: A necessidade de um partido de massas; A importância de obter o apoio entre a classe trabalhadora técnicas de disseminação de ideias tais como o uso de propaganda. O Manifesto Fascista original continha um determinado número de propostas para reformas que também eram comuns entre os movimentos socialista e democráticos e eram desenhados para apelar à classe trabalhadora. Estas promessas foram geralmente ignoradas uma vez que os fascistas tomaram o poder. Antonio Gramsci Críticos apontam que os marxistas e os sindicalistas foram os primeiros alvos e as primeiras vítimas de Mussolini e de Adolf Hitler uma vez que eles chegaram ao poder. Eles também notam o antagonismo que resultou em lutas de rua entre fascistas e socialistas, incluindo: a Batalha de Cable Street de 1936 em Londres entre Trotskistas e membros do Partido Comunista da Grã-Bretanha contra simpatizantes de Mosely lutas de rua na Alemanha anteriormente à chegada ao poder de Hitler. Mussolini também aprisionou Antonio Gramsci de 1926 a 1934, depois que este, que era líder do Partido Comunista Italiano e uma figura intelectual destacada, tentar criar uma fronte comum entre a esquerda política e os trabalhadores, por forma a resistir e derrotar o fascismo. Outros líderes comunistas italianos tais como Palmiro Togliatti foram para o exílio e lutaram pela república em Espanha. Uma séria manifestação do conflito entre fascismo e socialismo foi a Guerra Civil Espanhola, com a Itália fascista e a Alemanha Nazi a apoiar as forças nacionalistas espanholas, que combatiam comunistas, socialistas e anarco-sindicalistas. Não obstante, a Alemanha Nazi aliava-se pouco depois à União Soviética na partilha da Polónia - Pacto Molotov-Ribbentrop. Anticomunismo Fascismo e comunismo são sistemas políticos que ascenderam à significância após a Primeira Guerra Mundial. Historiadores do período entre a primeira e a segunda guerra mundial tais como E.H. Carr e Eric Hobsbawm afirmaram que o liberalismo estava sob pressão séria neste período e que pareceu na altura uma filosofia condenada. O sucesso da Revolução Russa de 1917 resultou numa onda revolucionária por toda a Europa. O movimento socialista mundial dividiu-se entre as alas social democrata e leninista. A subsequente formação da Terceira Internacional levantou sérios debates entre os partidos social-democratas, resultando no separatismo de apoiantes da Revolução Russa para formar partidos comunistas na maioria dos países industrializados (e não industrializados). Nos finais da Primeira Guerra Mundial, houve tentativas de revoltas ou ameaças de revoltas por toda a Europa, notavelmente na Alemanha, onde a Revolta Espartaquista, liderada por Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht em janeiro de 1919], (com poucos apoiantes) foi facilmente esmagada. Na Baviera, comunistas derrubaram o governo e estabeleceram o Soviete de Munique entre 1918 e 1919. Um curto governo soviético foi estabelecido na Hungria sob Béla Kun em 1919. A revolução russa também inspirou movimentos revolucionários em Itália, com uma onda de ocupação de fábricas. Muitos historiadores vêem o fascismo como uma resposta a estes desenvolvimentos, como um movimento que ao mesmo tempo tentou apelar às massas e desviá-las do Marxismo. Também apelou aos capitalistas como uma barreira contra o Bolchevismo. O fascismo italiano tomou o poder com a bênção do rei de Itália após anos de intranquilidade esquerdista terem levado muitos conservadores a recear que uma revolução comunista era inevitável. Através da Europa, numerosos aristocratas, intelectuais conservadores, capitalistas e industriais ofereceram apoio aos movimentos fascistas nos seus países, emulando o fascismo italiano. Na Alemanha, numerosos grupos de direita nacionalista surgiram, particularmente no pós-guerra os Freikorps, que foram usados para esmagar os espartaquistas e a Räterrepublik de Munique. Com a Grande Depressão da década de 1930, parecia que o liberalismo e as formas liberais de capitalismo estavam condenadas, e os movimentos fascistas e comunistas incharam. Estes movimentos opunham-se ferozmente um ao outro e lutavam frequentemente, o exemplo mais notável foi a Guerra Civil Espanhola. Esta guerra tornou-se uma guerra por representantes (simpatizantes) entre países fascistas e seus apoiantes internacionais, que apoiaram Franco e o movimento comunista mundial aliado com certo atrito aos anarquistas e trotskistas, que apoiaram a Frente Popular e que foram ajudados sobretudo pela União Soviética. Viatcheslav Molotov Inicialmente, a União Soviética apoiou a coligação com potências ocidentais contra a Alemanha Nazi e frentes populares em vários países contra o fascismo doméstico. Esta política foi largamente mal sucedida devido à desconfiança mostrada pelas potências ocidentais (sobretudo pela Grã-Bretanha) face à União Soviética. O Acordo de Munique entre a Alemanha, França e Inglaterra contribuíram para o receio soviético de que as potências ocidentais estariam desejosas de força-la a lutar contra o Nazismo. A falta de ímpeto por parte dos britânicos durante as negociações diplomáticas com os soviéticos serviu para tornar a situação ainda pior. Os soviéticos mudaram a sua política e negociaram um pacto de não-agressão conhecido como o Pacto Molotov-Ribbentrop em 1939. Vyacheslav Molotov afirma nas suas memórias que os soviéticos acreditavam que isto era necessário para ganharem tempo e prepararem uma guerra esperada com a Alemanha. Stalin não esperava que os Alemães atacassem antes de 1942, mas o pacto acabou em 1941 quando a Alemanha Nazi invadiu a União Soviética na Operação Barbarossa. Fascismo e comunismo tornaram-se inimigos de morte. A guerra, para ambos os campos, era vista como uma guerra de ideologias. Fascismo e cristianismo Ver artigo principal: Fascismo clerical Um tópico controverso é o relacionamento entre os movimentos fascistas e o cristianismo, particularmente a Igreja Católica Romana. Leão XIII, em 1898, autor da encíclica Rerum Novarum Tem sido alegado por alguns autores [carece de fontes] que a encíclica do Papa Leão XIII de 1891, Rerum Novarum antecipou a doutrina que se tornou conhecida como fascismo. Na referida encíclica, dizia-se no entanto em flagrante contradição com a doutrina fascista acerca do papel a desempenhar pelo Estado: não é justo que o indivíduo ou a família sejam absorvidos pelo Estado, mas é justo, pelo contrário, que aquele e esta tenham a faculdade de proceder com liberdade, contando que não atentem contra o bem geral, e não prejudiquem ninguém. e O Governo é para os governados e não vice-versa60 Alega-se [carece de fontes] que as tendências corporativas da Rerum Novarum foram ressaltadas pela encíclica do Papa Pio XI em 25 de maio de 1931 Quadragesimo Anno que reafirmou a hostilidade de Rerum Novarum face à competição desordenada e à luta de classes. Uma vez mais, o papel do Estado era o de velar pelo bem comum e não o de reduzir os indivíduos ao Estado, como no fascismo. A promulgação da encíclica Non abbiamo bisogno, em 29 de junho de 1931, Pio XI reitera de forma veemente a condenação dos erros do fascismo italiano, considerando-o já uma estatolatria, como se confirmou na definição que Mussolini fez da doutrina fascista em 1932. O conflito entre o fascismo e a Igreja Católica, remonta ao início dos anos 1920 do século XX. O partido católico na Itália (Partito Popolare) estava então prestes a formar uma coligação com o partido reformador que poderia ter estabilizado a política italiana e frustrando o golpe projetado por Mussolini. A 2 de outubro de 1922, o Papa Pio XI fez circular uma carta ordenando ao clero que não se identificasse com o Partito Popolare, mas que ficasse neutro, uma ação que iria enfraquecer o partido e sua aliança contra Mussolini. No seguimento da ascensão de Mussolini ao poder, o secretário de estado do Vaticano encontrou-se com Il Duce no início de 1923 e concordou em dissolver o Partito Popolare, que Mussolini via como um obstáculo ao domínio fascista [carece de fontes]. Em troca, os fascistas fizeram garantias quanto à educação e instituições católicas [carece de fontes]. Em 1924, no seguimento do assassinato do líder do Partido Socialista por fascistas, o Partito Popolare juntou-se ao partido socialista na exigência de que o rei demitisse Mussolini como primeiro-ministro, e afirmou o desejo de formar um governo de coligação. Pio XI respondeu ao avisar contra os perigos de uma coligação entre católicos e socialistas. O Vaticano ordenou que todos os padres deixassem quaisquer posições que tivessem no Partito Populare, abandonando-o. Esta posição da Igreja levou à desintegração deste partido nas áreas rurais, onde o partido dependia da condescendência clerical. O Vaticano estabeleceu subsequentemente a Ação Católica como uma organização não política sob o controlo direto dos bispos. A organização foi proibida pelo Vaticano de participar na política, ordenando a todos os católicos que se juntassem à Ação Católica. Isto resultou em centenas de milhares de católicos italianos terem deixado o Partito Popolare, aderindo ao à Ação Católica. Foi o colapso do partido católico - Partito Populare.61 Em 1927 Giovanni Gentile dera-se conta de uma séria antítese filosófica, deixando adivinhar um problema político de difícil resolução: era necessário resolver a contradição entre a concepção transcendente da Igreja Católica e o carácter imanente da concepção política do fascismo. O caminho mostrava-se empinado (palavra suas): a política eclesiástica do Estado fascista devia resolver o problema de manter intacta e absoluta a sua soberanía face à Igreja.62 Quando Mussolini ordenou o fecho da Ação Católica em Maio de 1931, Pio XI emitiu uma encíclica, Non abbiamo bisogno, na qual declarava a oposição da Igreja Católica à estatolatria de Mussolini, dizendo que aquela ordem tinha desmascarado as intenções pagãs do Estado fascista. Sob pressão internacional, Mussolini decidiu o compromisso com os católicos e a Ação Católica foi salva. Tem sido também alegado [carece de fontes], para além das semelhanças doutrinais, terá havido relações entre a Igreja católica e os movimentos fascistas de outros países. Por exemplo, na Eslováquia, o ditador fascista foi um monsenhor católico [carece de fontes]. Na Croácia, os Ustaše fascistas ter-se-ão identificado a si mesmos como um movimento católico. Estes regimes têm sido vistos como exemplos de fascismo clerical [carece de fontes]. No Brasil, o movimento TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, organização católica fundada por Plínio Corrêa de Oliveira), reagiu fortemente contra os ideais e a prática dos fascistas.63 Em 1939, no primeiro número do ano do Legionário, Corrêa de Oliveira fez uma surpreendente previsão: enquanto se vão delimitando todos os campos de batalha, vai-se desenvolvendo um processo cada vez mais claro: o da fusão doutrinária do nazismo com o comunismo. A nosso ver, o ano de 1939 assistirá à consumação desta fusão.64 Em agosto de 1939 foi anunciado o pacto Molotov-Ribbentrop, no qual a URSS e a Alemanha nazista faziam a partilha da Polónia.
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 06:36:20 +0000

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