Fazendo um Círculo para Incluir os Outros Peter Amsterdam A - TopicsExpress



          

Fazendo um Círculo para Incluir os Outros Peter Amsterdam A atmosfera na época quando a FI surgiu como parte da Revolução por Jesus continha um forte sentimento contra o sistema estabelecido. Estávamos imersos no cenário da contracultura dos anos 60 e início dos anos 70, mesmo que nossa ênfase fosse a revolução espiritual e o retorno às origens do cristianismo. Um dos efeitos que isso provocou na nossa cultura foi o nosso desligamento do mundo, separados no estilo de vida e cultura, operando grandemente de forma independente das estruturas sociais e econômicas nos países em que vivíamos. Nós nos mantínhamos na oposição à sociedade dominante, rejeitando todas as formas de “comunhão com o mundo”. David, enfática e continuamente, promoveu esses temas em seus escritos e manteve comparações contrastantes entre nós e o mundo. Como é comum às revoluções, aquilo ao que as forças de mudança estão se opondo, o que rejeitam, e seus motivos precisam ser claramente definidos. Os líderes do movimento têm de comunicar de forma explícita tanto o que defendem quanto aquilo contra o que se colocam. Uma revolução engloba estar em oposição ao estado atual das coisas e as mensagens dos revolucionários são muitas vezes pronunciadas em termos extremos. Em nosso zelo para permanecer separados dos elementos ímpios do mundo, como a Bíblia nos instrui a fazer, desenvolvemos sentimentos generalizados de hostilidade e animosidade para com os sistemas do mundo e a sociedade dominante como um todo (e, em alguns casos, de forma ainda mais intensa quando se tratava dos EUA e da cultura ocidental). Historicamente, temos tido certa aversão e antipatia pela sociedade secular como um todo. Ainda acreditamos que não devemos partilhar do espírito do mundo —“a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”— e acreditamos em permanecer separados em espírito.[1] Contudo, não mais defenderemos que a FI deva tentar operar de forma independente das estruturas da sociedade dominante. Da mesma forma, não nos opomos nem rejeitamos tudo que a sociedade dominante tem a oferecer, seja em termos de governo, ou do trabalho realizado por outras organizações (cristãs ou seculares) nas áreas de assistência, apoio, educação, etc. —inclusive para nossas crianças e jovens. É bom lembrar também que, em muitos casos, o que hoje é considerado contracultura é muito diferente do que era a contracultura nos primeiros anos da Família. Durante a década de 1960, fortes ondas antissistema se espalhavam pelo mundo. Havia protestos contra governos, contra a guerra, e revoltas em muitos países. Era uma época de revolução social. Muitas pessoas estavam rompendo com as restrições da religião estabelecida e da sociedade. Era um movimento de retorno à simplicidade e à vida natural, o qual muitos grupos hippies promoviam. Era também uma época de pensamento revolucionário e inquietação política. Em todas as partes do mundo, os jovens de muitos países se alistavam na luta pela liberdade. O status quo estava sendo desafiado em todas as frentes. A revolução estava no ar. Em meio a esse clima de inquietação social e política, David pregava a revolução espiritual. Ensinava que a revolução maior e verdadeira — a única coisa capaz de efetivar uma mudança duradora nos sistemas seculares e religiosos— resulta da transformação espiritual que ocorre quando alguém recebe Jesus, segue Seus ensinamentos e faz o que estiver ao seu alcance para mudar sua parte do mundo. David declarou guerra espiritual ao sistema e às igrejas e desafiou o status quo. O tom do seu discurso e sua mensagem eram fortemente influenciados pelo clima do fim dos anos 1960 e início da década de 1970, e muito alinhados com o contexto da época. Seus métodos, ensinamentos e ênfase em revolução espiritual se identificavam com os interesses e sentimentos radicais e contra o sistema estabelecido da juventude daqueles dias. David pregava Jesus de uma maneira que aqueles jovens escutavam e aceitavam. Cristo era um “rebelde” contra o establishment e as convenções religiosas dos Seus dias. Era um iconoclasta. Falava de amor, misericórdia e paz. Essa era uma imagem de Jesus com a qual os hippies podiam se identificar. Eles podiam se identificar com a apresentação de Jesus dada pela Família e a maneira simples, franca e amorosa como Jesus ensinava. Além de nos separarmos do sistema da igreja, nadamos contra a corrente, operando tão independentemente quanto podíamos. Nossa igreja indígena seria autônoma em sustento, administração e propagação — independente das outras denominações, do sistema religioso e da sociedade dominante. Nossa revolução espiritual marcava o nascimento da nossa “nova nação”. Estávamos rompendo com os sistemas da igreja e do mundo para cultivar e demonstrar o fogo e a paixão de Deus para aquela época, para seguir Deus a cada dia. Estávamos nos separando da sociedade dominante —caindo fora— para que pudéssemos viver como os discípulos de Jesus, sem dinheiro no bolso e sem um lugar onde recostar nossas cabeças, mas felizes porque a verdade do amor de Jesus e da salvação nos libertaram e queríamos oferecer essa liberdade a outros. Deus perguntou a David se ele estaria disposto a alcançar “os mendigos” e ele atendeu a esse chamado. Aceitou os hippies, os amou e lhes ensinou tudo o que sabia. Sua pregação chegou ao coração dos jovens da contracultura que buscavam a verdade e os provocou a reagir de forma revolucionária, abandonando suas vidas para se dedicarem integralmente a Jesus e à pregação do Evangelho. Em seus escritos, David muitas vezes falou contra os sistemas políticos, contra o sistema educacional e religioso, e contra o sistema econômico do mundo, assim como contra a música e literatura contemporâneas e contra qualquer coisa considerada capaz de desviar nossos membros do serviço a Deus ou atraí-los para o mundo. Muito da nossa cultura e maneira de pensar seguia esse viés. Mudamos nossa postura nesse tópico em 2009, e declaramos que não consideramos que tudo do mundo seja maligno ou espiritualmente nocivo. Ainda acreditamos que não devemos nos conformar com o mundo[2] em nossas atitudes e pensamentos, que deveríamos nos manter separados dos espíritos de ódio, egoísmo, ganância e orgulho que há no mundo. Há muita maldade no mundo, mas há também muita bondade. Existem pessoas nobres e generosas, cujos escritos e vidas têm muito a nos ensinar. Há muito que é educativo e aplicável. Há muito que o mundo oferece do qual podemos aprender e nos beneficiar. Cabe a cada um de nós, na condição de cristão maduro, determinar de forma criteriosa o que é ou não benéfico para o seu espírito e evitar o que poderia nos afastar da fé ou do serviço ao Senhor. A Família surgiu em oposição ao sistema da igreja, em um movimento de revolução contra ele, e David falava desse rompimento em tons ásperos e polarizadores, colocando o sistema da igreja em uma situação desfavorável. Suas afirmações deixavam clara a linha de distinção entre eles e nós e, de certa forma, isso se tornou um ponto de convergência com aqueles que queríamos alcançar nos primeiros anos da Família. David usava uma linguagem forte e vívida para denunciar o que ele considerava hipocrisia e letargia espiritual no sistema da igreja da sua época. E não foi o único a fazer isso. Ocorria um certo despertar espiritual naquela época (foi a época do Jesus Movement, ou Movimento de Jesus), e havia outros cristãos que se manifestavam contra o igrejismo e/ou o sistema religioso norte-americano da época. Os ensinamentos e declarações anti-igreja de David e sua mensagem que defendia o retorno ao cristianismo primitivo fez sentido para muitos dos membros fundadores de AFI. David acreditava que o que funcionou para os primeiros cristãos funcionaria também para os atuais. Ele se determinou a provar que os crentes dos tempos modernos poderiam seguir Jesus e prosperar como os apóstolos e os membros da Primeira Igreja fizeram. Tudo isso significava que David se sentia compelido a romper totalmente com o sistema da igreja dos seus dias. Sua ênfase estava na simplicidade do amor e da mensagem de Jesus. A salvação era simples, era para todo o mundo, e o nosso trabalho era levar a salvação para as pessoas que dela careciam. Dadas as raízes anti-igrejismo de AFI, desenvolvemos uma tendência de julgar as outras igrejas e cristãos indistintamente, rotulando-os de termos negativos ou fazendo generalizações exageradas sobre os cristãos, ou comparações desfavoráveis e, às vezes, errôneas, entre a Família e outros crentes. Há muitas igrejas, grupos relacionados a igrejas, grupos de estudos e organizações religiosas e missionárias progressivas e dedicadas à testificação que estão ampliando seus horizontes para encontrar novas maneiras de divulgar o Evangelho. Há cristãos em todo o mundo que vivem sua fé de forma ativa. Nós os admiramos e respeitamos suas crenças e esforços para servir o Senhor. Muitos estão fazendo um trabalho excelente, mudando sua parte do mundo. Há muitas igrejas cuja essência se alinha à nossa —amor ardente por Deus, fé na Palavra de Jesus, desejo e determinação de seguir o Espírito e empenho à nossa responsabilidade cristã de alcançar os outros com o amor de Deus e a verdade. Muitos membros de AFI colaboram com outros cristãos (ou pessoas de outras religiões) em esforços humanitários e trabalhos missionários, e desfrutam de uma interação positiva e mutuamente benéfica. Apesar de David ter rejeitado muito do cristianismo formal, ele tinha a Bíblia em alta estima. Construiu o alicerce e a doutrina da Família sobre a Bíblia. Ele lia e ensinava a Bíblia para os outros. Apesar de considerar algumas passagens desatualizadas ou discordar de outras, também ensinou o valor da Bíblia como a Palavra de Deus e a importância de memorizar Escrituras. Declarou que considerava a Bíblia “a medida padrão e o departamento de pesos e medidas pelo qual devíamos avaliar tudo o mais que Deus nos dava”[3]. Entretanto, ele não acreditava que tudo que Deus tinha a dizer e revelar limitava-se ao que estava escrito na Bíblia. Ele acreditava —e nós também— que Deus ainda fala e dá revelações. As revelações, entretanto, devem ser fundamentadas nas Escrituras e não contrárias à Bíblia. Uma revelação pode também esclarecer a interpretação das Escrituras ou expandi-las, indo além das explicações contidas na Bíblia, sem, contudo, contradizer os ensinamentos e princípios bíblicos. Conhecer e entender a Bíblia é importante, pois ela é a pedra angular de nossas crenças e práticas. Contém os princípios que sustentam a nossa fé. É a autoridade e a medida padrão. David recebeu revelações e mensagens proféticas para nossa igreja. Muitos dos seus escritos são belos, atemporais e absolutamente inspirados. É claramente perceptível que o Espírito estava falando por seu intermédio. Lemos esses escritos hoje e ainda somos alimentados e movidos pelo Espírito. Isso não quer dizer, entretanto, que consideramos que todos os escritos de David sejam inspirados ou atemporais. Muitos são meras opiniões pessoais, comentários, ensinamentos práticos ou conselhos para um momento específico. Não acreditamos que seus escritos sejam superiores à Bíblia. Muitas das cartas de David eram apresentadas em um estilo de profeta do Antigo Testamento, e espiritualmente falando, muitos de nós “crescemos” em uma atmosfera marcada por dualidades — preto/ branco, certo/errado, na vontade de Deus/fora da vontade de Deus, o caminho estreito que leva à vida/a porta larga para a destruição. Geralmente tem sido oito ou oitenta, sem muito espaço para a possibilidade de tons intermediários. Uma das consequências desse tipo de perspectiva é o preconceito que fomentou, tanto para com os outros membros e suas escolhas e fé, ou com relação àqueles fora de AFI, tais como ex-membros, outros cristãos, etc. Sempre haverá o certo e o errado, a virtude e o pecado. Sempre haverá opiniões pessoais. Sempre haverá motivações e decisões que agradam a Deus, estão em conformidade com a Sua vontade e as que não estão. Os pensamentos de Deus sempre serão mais altos que os nossos.[4] O que queremos eliminar de nossas vidas é o preconceito, ou a mentalidade de que é aceitável, correto ou até nosso dever pronunciar juízo contra toda e qualquer situação. É fácil julgar, e dar opinião é de graça, mas somente o Senhor consegue ver o coração e julgar com justiça. Acreditamos em sermos “cumpridores da Palavra”[5]—seguir as palavras e orientações de Jesus para nós— tão bem quanto conseguimos, motivados pelo amor por Ele e nosso desejo de Lhe agradar. Acreditamos que viver a Palavra é uma das maneiras de permanecermos em Jesus e na Sua Palavra, para que possamos produzir muito fruto e nos beneficiar de Suas promessas.[6] David era leal às suas convicções — uma das quais era que o amor de Jesus era incondicional e para toda a humanidade. Ele nunca abria mão das suas crenças de que a misericórdia de Deus era para todos, disponível a todos e que Jesus amava todos. David acreditava fortemente que o amor de Deus era não apenas incondicional, mas também adaptável — ou seja, que Deus Se manifestaria e mostraria Seu amor do jeito que fosse necessário para alcançar mesmo que fosse uma única alma, e que é o que devemos nos esforçar para transmitir em nossa testificação. Ele nos ensinou a testificar com sinceridade e simplicidade. As pessoas não precisariam entender cada detalhe da doutrina cristã para poder receber a salvação. Ele nos ensinou que a testificação é simples. Qualquer cristão pode e foi chamado para ser um testificador fiel. Acreditamos que existe uma chave para cada coração, que Deus sabe que chaves são essas e que podemos pedir Sua ajuda para encontrá-las, para que os corações se abram para o Seu amor. O amor incondicional de Deus pelas pessoas —manifesto pela dádiva de Seu Filho— está na essência de nossa mensagem. É também o que nos motiva e anima a oferecer o amor e a salvação de Jesus para os que encontramos. Não estamos tentando fazer com que as pessoas se conformem a uma religião, mas queremos ajudá-las a desenvolver um relacionamento pessoal com Jesus. Estamos dispostos a conversar com as pessoas, apresentar-lhes nossas crenças com amor, paciência e respeito pelo que acreditam, em vez de tentar lhes forçar nossa religião goela abaixo. Nosso “estilo” de testificação é um dos nossos pontos fortes e algo que herdamos de David, aprendemos com seus ensinamentos e exemplo de testificação. Maria e eu oramos que cada um de nós possa continuar a desenvolver e expandir nosso estilo de testificação, usando métodos e abordagens adequadas para hoje e para as pessoas que estamos tentando alcançar, retendo, ao mesmo tempo, o simples amor de Jesus em nossa testificação e abordagem de “fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns”.[7] Oramos para que possamos ampliar nosso convívio espiritual para incluir outros, para que seja aberto, de aceitação, e que estenda uma mão de amizade e camaradagem a todos os que queiram trabalhar conosco e aprender sobre as verdades espirituais com as quais fomos ricamente abençoados. Vemos um fortalecimento de corações e esperança, conforme cada um de nós estende a mão para formar um círculo de amor que inclui outros, que reconhece, inspira e cultiva o potencial em outros, que alimenta espiritualmente, encoraja a visão e determinação de nossas famílias, colegas e das pessoas a quem o Senhor nos guia a ministrar. Publicado originalmente em maio de 2010. Atualizado e republicado em setembro de 2013. Tradução Denise Oliveira. Revisão Hebe Rondon Flandoli. -------------------------------------------------------------------------------- [1] 1 João 2:16. [2] Romanos 12:2. [3] David, “Não Esqueça Todo O Passado”, Livro de BN 18, Dezembro de 1983, CdM 1691:6. [4] Isaias 55:8–9. [5] Tiago 1:22. [6] João 15:7–8. [7] 1 Coríntios 9:22. Postado em: A Missão, Bíblia, Peter Amsterdam, Testemunhar, União Baixar Enviar para um amigo Imprimir Email enviado! Houve um erro ao tentar enviar um email para este post. Links para baixar vídeos/aúdios serão inclusos no email juntamente com o texto. 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Posted on: Sun, 22 Sep 2013 23:04:02 +0000

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