Fazia muito tempo que eu não ia ao Paracuri, em Icoaraci. Passei - TopicsExpress



          

Fazia muito tempo que eu não ia ao Paracuri, em Icoaraci. Passei o fim da manhã deste sábado andando por lá. Fui comprar vasos para o jardim da minha mãe, no qual tenho certo interesse, tais as orquídeas que, nas mãos dela, têm outro vigor - sou péssimo jardineiro, mas prometo me qualificar, em breve, por umas certas razões domésticas. Fiquei impressionado não só com a ocupação daquela região de Belém - o vai-e-vem de gente, carros, motos, bicicletas. Demorei para reencontrar o lugar onde eu comprara, anos atrás, muitas vezes, boas peças de cerâmica crua, a preços módicos. Fui lá, hoje, pegar uns vasos para mamãe incrementar seu jardim. O barracão do ceramista e florista, antes de madeira, acanhado e pobre, é agora uma estrutura nascente de alvenaria e concreto; espaço amplo, arrumado e arejado denotando que o negócio prospera. Parece ter crescido mesmo: na porta da loja, uma carreta de três eixos estava sendo carregada de vasos de todos os tamanhos, encomendados a vários ceramistas do Paracuri por um único revendedor de São Paulo, que já está preparando o estoque para o Natal - disse o meu fornecedor de vasos. Ah, os preços continuam convidativos e justos: R$ 3,00 os menores, R$4,00 o maiores e as peças para fixar à parede. Vale a pena um passeio aquele lugar de Belém. Pena que o potencial do que poderia ser um polo de produção e comércio qualificado, seja apenas mais uma atividade informal de ocupação e rende de uma população pobre. Deveria ser uma região melhor urbanizada e saneada; com lojinhas atraentes, floriculturas charmosas e até mesmo restaurantes e conveniências. Além, é claro, com artesãos qualificados para produzirem artigos diferenciados, com melhor designer e acabamento; poderia incentivar up grade tecnológico capaz de oferecer um artesanato fino, para decoração sofisticada. E, finalmente, receita melhor para os produtores, comerciantes, empreendedores. Mas o Paracuri - que já foi incluído em roteiro turístico - não é mais um lugar para se levar turista para comprar artesanato de cerâmica. É um lugar congestionado, de estética típica da periferia de Belém, que perturba a visão e também aos ouvidos – o meu fornecedor e a mulher dele reclamaram de um brega em altíssimo e bom (ops! Péssimo!) som que, segundo eles, vara o sábado até madrugada de domingo. O Paracuri poder ser uma região característica, que nos oferecesse produtos de terroir; um espaço de produção, comércio e conivência. Seria atrativo turístico se não fosse tão sem conforto urbano, beligerante e tenso.
Posted on: Sat, 19 Oct 2013 20:45:13 +0000

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