Felicidade Ambulante Domingo, 18 de agosto Aprendi a estar satisfeito com o que tenho. Filipenses 4:11 Nunca me esqueci daquele vendedor ambulante. Quando viajei para o Nordeste a fim de morar lá três anos, virei fã daquelas praias mornas e do verão que dura o ano inteiro. Num feriado, minha família e eu fomos para Ipojuca, a 40 quilômetros de Recife. Na bolsa, a munição: protetor solar, óculos de sol, kit de mergulho e dinheiro para uma refrescante água de coco. Bom demais! O problema foi que naquela manhã espetacular milhares de outros fãs tiveram a mesma ideia. De repente, a praia virou uma estação de trem, às 6 horas da tarde. Era uma confusão de gente se apertando para conquistar meio metro areia! Cheio demais! Finalmente, achamos um lugar: de um lado, um “tiozão” de 150 quilos; do outro, sete crianças ligadas em 220 volts; atrás, três rapazes berrando com o som no máximo, numa caixa de isopor; e, à frente, a fresta de mar perdia espaço para a Corrida Internacional de São Silvestre, com tanta gente passando. Nesse cenário de sonhos sabotados, vi o sorriso mais cativante do dia. Entre zilhões de vendedores inconvenientes de chapelões horrorosos e frituras pingando gordura, ele se destacava. Vestia roupa branca, vinha empurrando um carrinho que refletia o sol, espalhava bom humor para todos, e uma placa anunciava: “Reginaldo, o Rei do Abacaxi”. Chegou com dentes branquíssimos e pele bronzeada, e disse: “Bom-dia, doutor! O senhor está feliz como eu? Vim oferecer o abacaxi mais delicioso do mundo!”. Paralisei! “Eu, feliz? Neste furdunço? Como?!”, me defendi. Ele tirou o boné em forma de canoa e, entusiasmado, me deu um sermão: “Senhor, meu trabalho é magnífico! Não tenho emprego, tenho uma diversão a cada dia. E o que me anima são as coisas boas da gente para distribuir ao mundo. Vai um suco aí?” Envergonhado, pedi: “Ok, me dê dois sucos de abacaxi!” E, confirmando a delícia do suco, pensei no que faz a gente feliz. Viver bem, sentir-se importante, amar mais e valorizar o que se tem são “poções da fórmula da felicidade”. Que tal aproveitar o dia sem se irritar com o que não merece seu mau humor? Ser cristão é provar para o mundo quão satisfeitos estamos com a volta de Jesus. Vamos aproveitar o que está ao redor? Naquele dia, aprendi a verdadeira lição de gratidão e alegria. E não me arrependi por trocar a água de coco pelo melhor abacaxi do mundo.
Posted on: Sun, 18 Aug 2013 19:40:56 +0000
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