Fernando Godinho Já lá vão quase três meses que Moita Flores - TopicsExpress



          

Fernando Godinho Já lá vão quase três meses que Moita Flores se despediu de Santarém e as contas das encomendas que por aí deixou, algumas delas desconhecidas do executivo, continuam a pingar na Câmara e a somar à pesada dívida que nos legou. Agora mesmo chegou a conta de mais uma estátua para o “Jardim da Liberdade”, 41 mil euros por um S. Paulo – o apóstolo da carta aos Coríntios – da autoria do artista Fernando Pereira Marques. É o quinto elemento escultórico a instalar naquele espaço central da cidade. A conta já vai pesada e não se sabe se ficará por aqui, uma vez que o anterior presidente da Câmara não dava simplesmente cavaco a ninguém. A decisão de encomendar esta estátua, por exemplo, nunca foi levada ao conhecimento do executivo antes de ter chegado a conta para a pagar, como o vereador Ludgero Mendes veio agora denunciar. Claro que ele põe a tónica na obra de fachada e no despesismo de quem não tem dinheiro para o essencial. Uma crítica que provavelmente merece hoje a aprovação geral e a raiva surda de quem tem faturas por receber há anos na autarquia. Mas a questão que nos devemos colocar é a de perceber se aprendemos alguma coisa com o que se passou, para não voltarmos a cair na esparrela do verbo fácil de quem vende gato por lebre. Já lá vai o tempo em que o sedutor canto da cigarra a todos nos encantou, ao ponto de os eleitores terem dado a Moita Flores uma maioria nunca alcançada, sete em nove eleitos no executivo municipal, com a erradicação do PCP da Câmara e um PS estiolado. Percebeu-se tarde o peso da gestão autocrática de Moita Flores, que com o manto da palavra liberdade abafou o debate democrático e fez crescer a dívida da Câmara. A conta da retórica sedutora e fácil continua por pagar, e pelos vistos deixou a torneira aberta porque continua a pingar no “Jardim da Liberdade”. Também esta semana, depois de muita insistência do vereador António Carmo, chegou finalmente à Câmara o relatório da viagem da diretora geral da empresa municipal Águas de Santarém à Coreia do Sul, e por ironia das coisas, acabou praticamente por coincidir com o seu pedido de demissão do cargo, depois do atual presidente da Câmara e do conselho de administração das Águas de Santarém, Ricardo Gonçalves, ter cancelado o uso de carros de serviço para fins pessoais – há anos que a senhora se deslocava diariamente entre Cascais e Santarém a expensas da autarquia. Três meses foi o tempo que levou a gestação de doze páginas de vacuidades deste relatório sobre a participação de Marina Ladeiras no congresso mundial da água que decorreu em Setembro no extremo da Ásia. A gente lê o relatório de cabo a rabo e fica imediatamente a perceber que não há uma razão válida que sustente os 16 mil euros gastos nesta viagem à Coreia do Sul – válida para a empresa municipal Águas de Santarém que a pagou, entenda-se, porque para a senhora diretora-geral Marina Ladeiras e para o senhor administrador José Viegas foi, com toda a certeza, uma viagem memorável, daquelas que marcam o recorte exótico do álbum de recordações para mostrar aos familiares e amigos. Diga-se de passagem que o relatório, apesar de muito fraquinho, foi o único até hoje apresentado pela senhora, apesar de muitas terem sido as viagens que fez pelo mundo a coberto das Águas… O seu regresso definitivo a Cascais é a evidência da desmoitização em curso na Câmara Municipal de Santarém.
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 17:38:24 +0000

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