Fevereiro de 1997, carnaval. A única praia vazia no Rio de - TopicsExpress



          

Fevereiro de 1997, carnaval. A única praia vazia no Rio de Janeiro era a de São Conrado pois estava extremamente poluída. Na areia, nenhum guarda-sol. Muito lixo deixado pela alta maré. Queríamos apenas descansar então eu e minha ex esposa Simone nos refugíamos em um quiosque de frente a um edifício largo, alto e com centenas de sacadas em vidros fumê com armações de ferro que remetiam à cor bronze. O dono do quiósque chamava-se Sandro e nos disse que naquele prédio moravam Fafá de Belém e também o ex presidente João Figueiredo. Fiquei entusiasmado com a possibilidade de conhecer o General. Fiz muitas perguntas sobre ele e o simpático carioca relatou-nos que Figueiredo era muito humilde, caminhava só por aqueles calçadões e sentava-se em uma daquelas mesas para beber água ou um suco, diariamente. Sobre fortuna obtida com a política, Sandro, vasto conhecedor da história do General, apressou-se em evitar qualquer demanda de minha parte por manchar a idoneidade de Figueiredo com acusações ou evidências de prática de corrupção e ponderou: "o patrimônio dele hoje é muito menor do que o de qualquer vereadorzinho daqui do Rio de Janeiro e tudo o que tem, ou teve, é perfeitamente compatível com seus rendimentos nos anos em que compôs o quadro das Forças Armadas e que também foi Presidente da República. Figueiredo não se tornou um bilionário e talvez o único milhão que ele tenha seja este apartamento de frente para o mar aqui em São Conrado". E Sandro tinha razão. O último dos presidentes militares morreu deixando uma herança que não permitiu a seus filhos, netos e bisnetos viverem encostados como podem viver, por exemplo, os descendentes de Luis Inácio Lula da Silva; seus netos, seus bisnetos, seus tataranetos...
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 12:27:13 +0000

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