Figuras típicas de Freamunde. Camilinho "de Parada": Há um bom - TopicsExpress



          

Figuras típicas de Freamunde. Camilinho "de Parada": Há um bom par de anos, mais de cinquenta, era eu um petiz, tinha por hábito ir jogar a bola para o campo da feira, no lugar da Feira em Freamunde. Nesse tempo Freamunde era das dezasseis freguesias do concelho de Paços de Ferreira a mais concorrida, a mais laboriosa, a mais instruída, com mais associações culturais, recreativas e populosa como acontece hoje. Assiduamente era visitada pela maioria da população de todo o concelho e de concelhos limítrofes, como Lousada, Paredes, Penafiel e S. Tirso. Além das culturais havia as associativas, S. C. Freamunde, Banda de Música, Grupo de Teatro, Associação dos Socorros Mútuos, dava assistência às pessoas mais desfavorecidas. As recreativas: Assembleia Freamundense, Centro Cultural, Clube Recreativo, este ainda existe, eram pontos de reunião dos vários tipos de classe Freamundense. Havia as fábricas de móveis, ligaduras, pensos hospitalares e metalomecânica que iam recrutar trabalhadores especiais a outras freguesias do concelho e de outros. Vieram vários que além de ensinar o seu ofício aqui fizeram poiso, casaram e ficaram a ser filhos desta terra. As ditas fábricas empregavam centenas e centenas de operários. Todas as visitas eram bem-vindas e com elas aprendia-se algo. Quer do seu modo de viver, das diversidades e seus excêntricos. Entre estas havia uma que a minha memória não esquece e que todos os dias passava à minha porta, no lugar da Bouça, para se dirigir para o centro de Freamunde e dar duas de conversa com o Sr. “Armandinho” Oliveira, - era a forma como o tratávamos, julgo por ser de baixa estatura - essa figura a quem dedico este texto e intitulo como “figura típica de Freamunde” que se chamava Camilinho de “Parada”. Como disse, todos os dias, fizesse chuva ou sol, cá o tínhamos. Sempre vestido de calças e casaco, o chamado fato, quer fosse à sport, ou tradicional - casaco e calça do mesmo tom - boné na cabeça e jornal debaixo do braço. Diziam os que mais privavam com ele que era analfabeto mas, com o jornal debaixo do braço, dava-lhe um ar de intelectual. As crianças ironizavam-no mas ele não dava importância. Ouvia pessoas mais idosas a dizer que no período da segunda guerra Mundial, vinha com as “últimas” - dava-se este nome às notícias transmitidas pela rádio. Não havia televisão e rádios não abundavam mas o “Camilinho” arranjava maneira de saber sempre as “últimas”, até corria a notícia de que foi ele que anunciou em Freamunde o fim da guerra. Eu, já mais crescido, passava por ele, e ele, sempre de fato, boné na cabeça e jornal debaixo do braço, com uma unha do dedo mindinho bastante grande, exibia-a com vaidade e orgulho, sempre limpa, o seu passo miudinho, com o seu olhar senhorial, que dava o tal aspecto de intelectual a quem não o conhecia. Morreu há umas décadas. Freamunde ficou mais pobre com a sua ausência e com a falta das “últimas”. São e foram estas personagens que tornaram Freamunde singular. E..., é delas que gosto de falar e escrever. Por que dos fracos não reza a história. PS – Texto escrito em 24 de Setembro de 2011
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 10:13:19 +0000

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