GENTE DESINFORMADA CONFUNDE BANDIDO COM HERÓI. O - TopicsExpress



          

GENTE DESINFORMADA CONFUNDE BANDIDO COM HERÓI. O famigerado bandido “Lampião”, Virgulino Ferreira da Silva nasceu no dia quatro de Junho de 1898, na Fazenda Passagem das Pedras, localizada na Serra Vermelha, município de Vila Bela (atual Serra Talhada), Estado de Pernambuco. Foi Batizado na Capela de São Francisco (Vila de São Francisco, que atualmente se chama Pajeú), também município de Vila Bela (porém essa área naquela época pertencia a Paróquia do município de Floresta), no dia três de Setembro de 1898. No ano de 1917 o pai de “Lampião”, Senhor José Ferreira comprou a Fazenda Poço do Negro ao Senhor Antônio Freire. Esta fazenda ficava próxima da Vila de Nazaré, município de Floresta, Estado de Pernambuco. O pai de “Lampião” se mudou e vendeu a Fazenda Passagem das Pedras devido a uma questão com o fazendeiro José Alves de Barros, mais conhecido como José Saturnino de Barros. A origem dessa questão foi devido a furtos e outros pequenos crimes praticados por “Lampião” e alguns de seus irmãos contra o vizinho de fazenda e outras pessoas. Pouco tempo depois do pai de “Lampião” estar residindo na nova propriedade (Fazenda Poço do Negro), alguns de seus filhos voltaram a reincidência na prática de crimes. Vale ressaltar que o pai de “Lampião”, Senhor José era um cidadão honesto, respeitador e não concordava com a criminalidade. A Ficha Criminal de “Lampião” é a maior da História Contemporânea do Brasil. Ele inicialmente foi cangaceiro de bandos que já existiam na região. Posteriormente, após o famoso Sebastião Pereira (“Sinhô” Pereira) abandonar o cangaço para sempre e mudar de vida por conselhos do Padre Cícero Romão Batista, no dia 22 de Agosto de 1922, que partiu com destino ao Estado de Goiás onde residiu por algum tempo e depois se mudou definitivamente para Minas Gerais, então oportunamente “Lampião” assumiu a chefia dos colegas cangaceiros e, a partir daí passou a ter o seu próprio grupo composto por experientes bandoleiros. A liderança do “Rei do Cangaço”, como também ficou conhecido em todo o Brasil, foi se implantando na Região Nordeste do Brasil principalmente através da prática de atos de extrema violência e terror contra suas vítimas. “Lampião” e seu bando foram indiciados pela Delegacia Regional da 6ª Zona Policial em Vila Bela (atual Serra Talhada) e processado pelo Juiz da Comarca pelo ataque que fez a Fazenda Tapera, de propriedade do Senhor Manoel Gila. Nesse crime, ocorrido no dia 26 de Agosto de 1926, o grupo de “Lampião” estava com 105 (cento e cinco) cangaceiros e assassinaram 14 (quatorze) pessoas de família Gila. Ainda incendiaram a fazenda e mataram o gado a tiros e saquearam. Também, neste mesmo processo figuram como autores do ataque a Fazenda Serra Vermelha onde assassinaram um homem e uma mulher, além de ferirem dois homens à bala e incendiarem a propriedade, matarem o gado e praticarem roubos. O Exército Brasileiro também combateu os cangaceiros, principalmente os chefiados pelo facínora “Lampião”. O General Liberato de Carvalho (na época Tenente) foi Comandante-Geral das FONE – Forças em Operação no Nordeste – durante parte da década de 1930. Uma das principais bases de operação militar ficava estacionada em Jeremoabo, no Estado da Bahia. Mas o Quartel General era em Salvador, capital do Estado da Bahia. No Estado de Pernambuco, vários Comandantes das Forças Policiais Militares, as Volantes (grupo de policiais especializados na guerra de guerrilha em movimento), se destacaram no combate ao banditismo, dentre eles: Major Optato Gueiros (autor do livro “Lampião”), Coronel Manuel de Souza Ferraz (popularmente conhecido como Manuel Flor, que através de suas memórias sua filha Jornalista e Escritora Marilourdes Ferraz escreveu e publicou o livro “O Canto do Acauã”), Coronel Teófanes Ferraz Torres (que prendeu o famosíssimo cangaceiro Antônio Silvino), Coronel João Nunes, Coronel Manuel de Souza Neto (apelidado por “Lampião” de “Manuel Fumaça”, porque nos combates o seu fuzil ficava igual a uma chaminé), Capitão Euclídes de Souza Ferraz (que a sua filha Escritora Izabel Belícia Ferraz Torres escreveu e publicou, em 2009, o livro “Raízes de um Povo e como Iniciou suas Contendas com Lampião”) e Tenente João Gomes de Lira (autor do livro “Lampião: Memórias de um Soldado de Volante”). No Estado de Alagoas se destacaram, dentre outros, o Coronel João Bezerra (que comandou o combate onde morreram onze bandidos, dentre os quais “Lampião”) e Major José Lucena Maranhão. No Estado da Bahia teve destaque o Coronel Terêncio Dourado, Major Domingos Dutra da Silva e muitos outros. No Estado de Sergipe: Capitão João Miguel, Tenente Macedo e Tenente Matos. No Estado da Paraíba: Major João Faustino, Major Geminiano Bezerra e vários outros. No Estado do Rio Grande do Norte se destacaram: Coronel Solon Andrade, Tenente Aledon Nunes e muitos outros. No Estado do Ceará muitos tiveram destaque e dentre eles: Major Moisés, Major Wegne e Tenente Montenegro. Cangaceiro é uma palavra que tem origem no fato dos bandidos usarem bornais de couro ou pano cruzando os ombros até a cintura em forma de canga, onde podiam carregar com facilidade mantimentos, roupas, munições e ficando com as mãos livres a fim de manusearem as armas nos combates realizados em forma de guerrilha em movimento, a pé ou a cavalo, pelas caatingas dos sertões. A principal característica do cangaceiro era ser valente, andar sempre muito bem armado e não ter medo de matar ou morrer. O bandido “Lampião” viveu por mais de 20 (vinte) anos cometendo centenas de assassinatos, seqüestros, torturas, roubos e outros crimes. Era foragido da Justiça, procurado e combatido pela Polícia de 8 (oito) estados da Região Nordeste do Brasil. Na Literatura Policial Brasileira foi ele quem primeiro inventou o seqüestro de pessoas a fim de exigir o regate em dinheiro para libertar as vítimas. Muitas vezes o dinheiro era pago e mesmo assim ele matava as pessoas torturando-as com crueldade. Após “Lampião” retornar do Estado do Ceará onde esteve em Março de 1926 em Juazeiro do Norte, no caminho de volta até chegar a Pernambuco vinha praticando diversos crimes e para saber quantas pessoas ele matava, a fim de não perder a contagem fez um “Rosário” e ia enfiando uma orelha de cada pessoa assassinada! Já na região de Bezerros, no Estado de Pernambuco ele matou na Fazenda Malhada da Areia o Sr. José Santiago, então aproveitou o momento para atualizar a macabra estatística das vítimas executadas e exibiu ali o grande “Rosário de Orelhas” com 270 (duzentas e setenta) a fim de espalhar o terror na região! Os principais fatores que contribuíram para o “Rei do Cangaço” passar tanto tempo no mundo do crime, de 1916 até 1938, foram: o uso de extrema violência que aterrorizava a população; a precariedade de estradas e meios de comunicação; o número de policiais era pequeno e contava com poucos recursos; a polícia tinha que agir dentro da lei, na medida do possível, enquanto os bandidos não respeitavam limites; a situação de miséria e abandono em que se encontrava a Região Nordeste do Brasil; o flagelo da seca, por exemplo, de 1930 até 1933 aconteceu na região a pior estiagem do século XX; a existência de vários grupos de bandos de cangaceiros espalhados em toda a região e com seus respectivos chefes, por exemplo: o grupo de “Corisco”; o uso de diversas táticas de guerrilha adquiridas através da experiência de cangaceiros que atuavam desde o século XIX, por exemplo: em determinadas áreas os bandidos não praticavam crimes e se apresentavam como pessoas de bem (distribuíam com facilidade dinheiro adquirido através das ações criminosas) a fim de conseguir proteção e refúgio até poder reorganizar, armar e municiar novamente o grupo; para confundir os policiais, despistar e também criar um mito de superioridade militar, quando um cangaceiro famoso era morto em combate os bandidos enterravam ocultamente o cadáver e não divulgavam que havia acontecido essa perda, então imediatamente ao ingressar no grupo um novo elemento logo “batizavam” o novo bandoleiro com o mesmo nome daquele que tinha morrido, por exemplos: teve três com o codinome de “Azulão”, quatro usaram “Beija-flor”, quatro “Ponto Fino”, três “Cajarana”, dois “Mergulhão”, três “Caixa de Fósforo”, três “Baliza”, dois “Cocada”, três “Sabiá” etc.; períodos de instabilidade, crises políticas e militares que aconteceram no Brasil nessa fase, por exemplos: a Coluna Prestes (de 1924 até 1927), Revolução de 1930, Revolução Constitucionalista de 1932, a Intentona Comunista (1935), o Golpe do Estado Novo em 1937. Dois lugares ficaram registrados na História como símbolos de resistência onde “Lampião” não conseguiu invadir e dominar: a pequena Vila de Nazaré, Distrito do município de Floresta, localizada na região dos lendários Riacho do Navio e Rio Pajeú (Estado de Pernambuco) e a cidade de Mossoró (Estado do Rio Grande do Norte). Vale ressaltar que naquela época a cidade de Mossoró era considerada grande e “Lampião” avisou com antecipação que iria invadir e deu tempo para a população organizar a resistência. Mas a Vila de Nazaré, no município de Floresta, foi cercada e atacada diversas vezes pelo grupo de “Lampião” e nunca o “Rei do Cangaço” conseguir subjugá-la! Contam os Historiadores que o bandido repetia sempre que só não “governava” o sertão porque não conseguiu destruir a Vila de Nazaré! Outro fato Histórico relevante: a Força Policial que mais combateu “Lampião” foi a Volante dos Nazarenos formada pelas pessoas da região da Vila de Nazaré. Também era a que ele mais temia e respeitava! No dia 28 de Julho de 1938, na Gruta de Angicos, município de Porto da Folha, Estado de Sergipe, a Força Policial Militar comandada pelo Coronel João Bezerra (na época Tenente) cercou e travou um feroz tiroteio contra “Lampião” e seus asseclas. Foram mortos: Virgulino Ferreira da Silva (“Lampião”), Maria Adelaide (“Maria Bonita”), Enedina, Manoel Gomes (“Diferente”), “Quinta-Feira”, “Cajarana”, “Desconhecido”, “Caixa de Fósforos”, Manoel Miguel (“Elétrico”), e “Mergulhão”. Os outros bandidos fugiram, sendo que alguns feridos. Do lado da Força Policial morreu um soldado e outro ficou gravemente ferido, além do Coronel Bezerra que teve ferimentos leves na mão e na perna. Após o sangrento combate a situação era a seguinte: soldados com fome, doentes, feridos e tendo que transportar um colega morto e outro gravemente ferido a bala. Além disso, tinham que transportar os armamentos, munições e objetos apreendidos com os bandidos. A distância da Gruta de Angicos até a margem do Rio São Francisco (onde estavam as canoas) era de 9 (nove) léguas, ou seja, 54 (cinqüenta e quatro) quilômetros e a jornada era toda feita a pé por dentro da caatinga fechada, cheia de elevações e pedregosa. Além do mais os corpos já estavam em início de putrefação e a viagem iria durar cerca de três dias. Por esses motivos não foi possível transportar os 11 (onze) corpos dos cangaceiros mortos. Então cortaram as cabeças e enterraram os corpos. Levaram as cabeças porque tinham que ser enviadas até Salvador para identificação no Instituto Médico Legal “Nina Rodrigues” (criado em 1906) e posteriores procedimentos judiciais e militares, haja vista que se tratava de bandidos de altíssima periculosidade e todos foragidos da Justiça e procurados pela Polícia. Infelizmente tenho lido algumas obras tendenciosas e visto pessoas desinformadas tecerem comentários maldosos a fim de desmoralizarem todas as Forças Armadas do Brasil, querendo atribuir a todos os seus valorosos membros algum desvio de conduta praticado por uma minoria insignificante, que infelizmente existe em tudo e em qualquer lugar do mundo. Por exemplo: Jesus Cristo escolheu e selecionou pessoalmente 12 (doze) discípulos, mas lamentavelmente surgiu a figura nefasta do Judas Iscariotes. Não podemos nem devemos deixar de reconhecer e respeitar a memória desses destemidos militares brasileiros que sacrificaram suas vidas na defesa da Justiça, da Lei e Segurança Pública, a fim de proteger e livrar o povo brasileiro das garras dos bandidos e assassinos que praticavam crimes bárbaros e hediondos. A pessoa para combater esses tipos de cangaceiros tinha que ter muita coragem e espírito cívico e patriótico. Agora cabe muito bem a seguinte pergunta: qual dessas pessoas que só sabem criticar e colocar defeito nos militares teria a coragem de enfrentar e combater esses bandidos de alta periculosidade, naquela época, enfrentando inúmeras dificuldades e arriscando a própria vida?! Tenho certeza de que no primeiro tiroteio iriam se urinar, se defecar todo, chorar, vomitar, entrar em crise de desespero e desertar na lapa do mundo! Pois bem, isso realmente aconteceu com alguns gaiatos, conforme registros históricos, que naquela época ouviam falar da situação e debochavam dizendo bravatas, mas na hora do “pega pra capar” desapareciam mesmo! Que neste dia 19 de Abril de 2010 quando comemoramos o Dia do Exército Brasileiro, que na verdade, por tradição, representa o Dia das Forças Armadas do Brasil (Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícias) aprendamos com os exemplos da História a valorizar aquilo que já conseguimos de bom para a nossa Pátria e fazer o possível para continuar evoluindo cada vez mais! O Brasil é um patrimônio de valor inestimável que todos nós devemos zelar e defender sempre, por exemplo: a Amazônia Brasileira! Essa data representa 362 anos da Batalha dos Guararapes, ocorrida no Monte dos Guararapes, no Estado de Pernambuco, no dia 19 de Abril de 1648 quando as tropas luso-brasileiras derrotaram os invasores Holandeses. Parabéns Exército Brasileiro! Que Deus nos proteja e ilumine sempre na missão constitucional em defesa da nossa soberania perante o mundo e preservação do Estado Democrático de Direito! Castanhal, Pará, 13 de Abril de 2010. Professor Eugenio Bartolomeu Costa Ferraz Especialista em Educação diplomado pela UFPA – Escritor. Colaborador do Exército Brasileiro - Tiro de Guerra 08-005 - Castanhal - PA. Suplente de Vereador – Partido Verde - PV - (Eleição 2012). E-mails: eugenioescritor@gmail / ebcferraz@hotmail (Este texto é um dos Capítulos do livro de minha autoria DEFESA DA VIDA HUMANA, 1ª edição 2010, lançado em Castanhal, Pará).
Posted on: Thu, 25 Jul 2013 06:13:04 +0000

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