Gastar Corretamente João Fidélis de Campos Filho Em entrevista à imprensa europeia o presidente da FIFA Joseph Blatter demonstrou arrependimento com a escolha do Brasil para sediar a copa do mundo. Realmente o que se vê por todo o país é uma série de protestos, greves e confrontos com a polícia motivados por várias reivindicações. "Não somos nós (a FiFA) que temos que aprender com os protestos, mas sim os políticos brasileiros", disse Blatter. De repente parece que o brasileiro acordou de sua indolência política, está mais consciente de seus direitos e está aprendendo a exigi-los. Blatter demonstrou preocupação porque muitas destas manifestações ocorreram pelos gastos excessivos do governo com os estádios que sediarão os jogos, que foram apontados por especialistas como muito elevados em relação ao resto do mundo. Talvez ele também tenha conhecimento que este tipo de investimento em nosso país sempre envolve desvio de dinheiro e superfaturamento. Ao final da entrevista o presidente da FIFA amenizou o tom: "No entanto, os protestos, se pacíficos, são parte da democracia e devem ser aceitos [pelo governo]. Estamos certos de que o governo, e principalmente a presidente, vai encontrar as palavras e as ações para prevenir novas manifestações. Eles têm um ano para resolver isso". O povo brasileiro está acostumado às tramoias que envolvem obras públicas só que no passado aceitava estes fatos como parte de seu destino, agora as coisas estão mudando e todos estão percebendo que quando há pressões as coisa podem ter outro desfecho. Esta semana no Rio de Janeiro foi a vez da Jornada da Juventude e a vinda do Papa pois há rumores que o governo está bancando os custos deste evento. Milhares de pessoas protestaram em frente da casa do governador Sérgio Cabral, porque como se sabe a vinda do Papa está sendo usada como marketing político. São os aproveitadores de sempre. No Brasil gasta-se mal o dinheiro público e isto é uma das principais causas do nosso subdesenvolvimento e pobreza. A presidente Dilma tem se esforçado para dinamizar a administração, diminuir as diferenças sociais, mas a política do toma lá dá cá emperra as intenções de modernizar o país e ela amarga uma vertiginosa perda de confiança e queda da popularidade. Para agradar os partidos aliados Dilma criou novos ministérios, atingindo em seu o governo o recorde de 39 ministros. Dizem até que ela não sabe o nome de todos. Da forma como andam as coisas as eleições presidenciais serão palco de intensa disputa já que Dilma que era quase imbatível hoje enfrenta muitas pressões de amplos setores da sociedade brasileira. Neste contexto surgem outros pretensos concorrentes, além de Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva. Tem gente até empenhado em convencer o presidente do STF, Joaquim Barbosa, a candidatar à presidência, porque há muita indefinição no jogo político atual. Falando em Joaquim Barbosa repercutiu muito positivamente sua atitude em barrar a criação de mais quatro Tribunais Regionais Federais (TRFs) na última quarta-feira. A criação destes novos tribunais custaria quase um bilhão de reais aos cofres públicos segundo o IPEA (Instituto Nacional de Pesquisa Aplicada) e não mudaria muito a produtividade do Judiciário. Fenômeno típico do corporativismo do Judiciário e a insensatez do nosso Congresso. João Fidélis de Campos Filho Cirurgião-Dentista jofideli@gamil
Posted on: Mon, 22 Jul 2013 11:49:03 +0000
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