Gestos que nos marcam Diz o ditado popular que tudo que é - TopicsExpress



          

Gestos que nos marcam Diz o ditado popular que tudo que é primeiro “agente não esquece”. O primeiro dia de aula, o primeiro beijo, a primeira bicicleta...Hoje, dia do professor quero lembrar da minha primeira turma, na Escolha Thereza Silveira a 5ª série C, hoje 6º ano. Lembro da vários aluninhos que hoje os encontro na rua na condição de homens e mulheres. Um tempo atrás, caminhava com minha esposa e meu filho, quando um dia encontrei um deles, o Eduardo, que chamava na aula de Dudu. Naquele tempo costumava por vezes jogar futebol na quadra da escola com eles. No início eles ficavam surpresos, não imaginam que professor jogue futebol, pratique esporte ou talvez não imaginavam, como muitos políticos, que professor tinha vida social e com isso ficavam surpresos e ao mesmo tempo admirados com a minha presença na quadra da escola, usufruindo daquele prazer que o futebol nos proporciona : fortalecer amizades.Dudu era goleiro, e fiz muitos gols nele, em tom de brincadeira, ria dele. Não o tinha visto mais, até aquele dia em que o encontrei, 12 anos depois, transformado instantaneamente de menino para homem. Foi dele o primeiro gesto: “Professor Orlando, quanto tempo”. Me deu um afetuoso abraço e disse a minha esposa: “O professor me ensinou a amarrar o cadarço do tênis, nunca me esqueço disto”. Não me lembrava disto, mas ele lembrava. Talvez tivesse sido nestas ocasiões em que a rotina da sala de aula foi substituída por um momento de lazer na quadra da escola. Relatou-me que trabalhava em um banco e que fez Administração de Empresa e a sensação de um dever cumprido teria tomado conta de mim caso não tivesse perguntado de um amigo do Dudu o qual vou chamá-lo nesse texto do nome fictício de Bernardo, vão logo entender o porquê, Bernardo adorava futebol, se destacava entre os meninos, era na aula um bom aluno também, passava muita necessidade, então tentava ajudá-los anonimamente. Perguntei dele, e Dudu disse-me que Bernardo havia entrado para o Tráfico. Dudu e Bernardo, mesma escola, mesmos professores, mesmo bairro, diferentes situações sociais, diferentes escolhas. Se hoje celebramos com muita dignidade o dia do Professor, compartilho com meus colegas este dia, como compartilho também com meus alunos das escolas – Escola Thereza Silveira, Amaury Galliera, Milton Borges, Adélia Camargo Correa, Benedicta Blac, porque sem alunos não há professor. A todos os colegas que acreditam que um pequeno gesto como ensinar uma criança a amarrar cadarço constroem laços eternos...Deixo meu feliz dia dos Professor.
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 15:53:18 +0000

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