HISTORIA DA VOLENCIA NAS MANIFESTAÇÕES Muito se tem falado dos - TopicsExpress



          

HISTORIA DA VOLENCIA NAS MANIFESTAÇÕES Muito se tem falado dos quebra quebras nas últimas manifestações. Há um mito de que o brasileiro é um ser cordial. O Estado e as classes dominantes sempre foram extremamente violentos, desde o Brasil Colônia e no Império, como na República Velha, exacerbando na última ditadura. Um magistral trabalho, elaborado por Muniz Ferreira, intitulado “Quebra Bondes”, relata com riqueza de detalhes as diversas manifestações populares no Brasil que relato abaixo, resumidamente. Há similaridade com o atual Movimento Passe Livre, que se originou em 2005, no V Fórum Social Mundial. Veja resumo abaixo; 1879 – Rio de Janeiro – Revolta do Vintém. Apesar dos apelos por moderação dos líderes Lopes Trovão e José do Patrocínio, as massas carentes, enfurecidas, quebravam bondes e lojas, arrancavam trilhos, esfaqueavam burros de tração. Faziam barricadas com os bondes atravessados nas ruas, para os fortes embates contra a polícia. Os protestos, iniciados na atual Praça XV, se estenderam por toda a Zona Sul e mais Vila Isabel, São Francisco Xavier e São Cristóvão. Era contra o imposto de um vintém que o governo imperial mandou embutira nas passagens dos bondes, cobrando igualmente das massas exploradas, dos miseráveis e dos privilegiados. Saldo de centenas de feridos e três mortes. 1930 – Quebra Bondes em Salvador-BA – Contra aumento das passagens dos transportes públicos, da tarifa de energia elétrica e dos teleféricos que ligavam a Cidade Alta à Cidade Baixa. As massas exploradas, enfurecidas, destruíram dois terços da frota de bondes, oficinas, garagens, dependências da prefeitura e empastelaram o jornal A Tarde. Cercaram o Prefeito e o Primeiro Delegado de Polícia e foram dispersados a bala. 1947 – São Paulo – Contra aumento das passagens de ônibus e bondes – Populares armados de paus e pedras, depredaram vários veículos em toda a cidade. Invadiram a sede da prefeitura, levando arquivos e móveis para a rua, fazendo uma grande fogueira. Cercaram e derrubaram do cavalo o comandante da cavalaria. Dois carros oficiais incendiados e apedrejamento da sede da prefeitura e da Light. Obrigaram o governador Ademar de Barros a baixar o preço das passagens. 1959 – Rio de Janeiro – Quebra quebra das barcas Rio-Niterói. – Funcionários em greve por aumento de salários – Populares, que já estavam insatisfeitos com sucessivos aumentos das passagens, depois de quebrarem, várias embarcações e a estação, partiram para a sede da Cia. Cantareira e da Viação Fluminense, de propriedade da família Carreteiro, e fizeram fogueira com os móveis e arquivos. Depois, partiram para a residência da família e destruíram bens pessoais, móveis, joias etc. Saldo de cem feridos e seis mortes. 1981 – Salvador – Contra aumento das passagens. Em plena ditadura, o Movimento Contra a Carestia, com apoio de sindicatos e do MDB, e diante de violenta repressão, deixou 340 ônibus depredados e dez incendiados. 1987 – Rio de Janeiro – Em plena crise econômica e social depois do fiasco do Plano Cruzado. Contra aumento das passagens, as massas depredaram cem ônibus e queimaram outros dezenove. Saque de várias lojas e manifestação contra o jornal O Globo que tachou o movimento de arruaceiros, enquanto o Jornal do Brasil criticava o aumento. 2003 – Salvador – Revolta do Buzu – Estudantes decepcionados com a manutenção de medidas econômicas pelo presidente Lula, que as criticara, e com a Reforma da Previdência, reagiram contra aumento de passagens. Além de quebra quebras, ocuparam a Câmara Municipal. Houve também manifestações em várias outras cidades, como Florianópolis, Porto Alegre e Belém. O trabalho do Muniz Ferreira é longo. Quem quiser conhecê-lo na íntegra, pode acessar meu blog: ronaldbarata.blogspot
Posted on: Thu, 05 Dec 2013 01:04:06 +0000

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