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Historia Canavieiras 1980 posted by admin CANAVIEIRAS 1980 Canavieira e sua história Canavieiras Bahia prefeito :Antonio Almir melo de Santana Aspectos Físicos Área: 2.164 km²; temperatura máxima 31ºC; mínima de 18ºC; precipitação métrica anual 1.436,3mm. População Residente Habitantes, 70.000, sendo 27.452 na sede e 42.548 no meio rural; densidade demográfica 32,35 hab/km². Economia Fazendas, 838, das quais 655 são trabalhadas pela CEPLAC, no programa cacau, e 12 são trabalhadas no programa coco, assistidas pelo escritórios locais de Canavieiras e Santa Luzia, com uma produção de 595.750 arrobas; 6 firmas compradoras de cacau; 4 supermercados; 3 agencias bancárias; extensa rede de casas comerciais varejistas; 1 firma revendedora de automóveis e 2 feiras livres. Educação e Cultura 50 unidades escolares do primeiro grau; 1 colégio do segundo grau; 1 Loja Maçônica; 1 Sindicato Rural; 1 Ginásio de Esportes; 1 Estádio de Futebol; 1 sede do Baba Organizado; 1 Cinema; 1 Biblioteca; 1 Livraria; 1 Lions Clube; 1 Tipografia; 1 Jornal; Festas Religiosas; Manifestações Folclóricas e uma Agencia de Estatística. Urbanização 6.940 casas residenciais; 2.370 ligações elétricas; 1.953 ligações hidráulicas; 296 ruas e travessas; 2 avenidas; 7 praças com 6 jardins. De São Boaventura do Puxim a Canavieiras Saúde 2 Postos médicos; 2 Ambulatórios, 2 Hospitais Gerais (estando um em reforma), 2 clinicas Odontológicas, 1 Laboratório, 11 médicos, 3 dentistas, uma enfermeira, 14 auxiliares de enfermagem, 3 farmácias e drogarias. Comunicação Uma Central Telefônica ligada ao sistema DDD e DDI, 15 rádio amadores, sinal de televisão fornecido pela repetidora de Camacã, uma Agência de correios e Telégrafos, um Serviço de Auto Falantes. Finanças O orçamento municipal para 1980 foi previsto e fixado em Cr$ 35.000.000,00. Previsão Orçamentária para 1981 Cr$ 51.000.000,00 Política A Câmara Municipal é composta de 13 vereadores. O eleitorado é representado por 20.000 eleitores. Assistência Técnica A CEPLAC cuida das lavouras de cacau e coco. O GERFAB atua no combate à Febre Aftosa. Um pouco de história A colonização do território de Canavieiras data da primeira década de 1700. Segundo a tradição, brasileiros e portugueses, à procura de terras férteis para a expansão de suas lavouras ou segundo outra versão, fugindo aos índios pataxós, fixaram-se no local denominado Puxim; onde erigiram uma capela sob a invocação de São Boaventura. O pequeno núcleo foi-se ampliando, tanto que em 11 de abril de 1719 era elevado à categoria de Freguesia. Prefeitura Municipal de Canavieiras Sem grande influência no panorama sócio-ecomômico do município, existem em canavieiras indústrias madeireiras e uma indústria em fase de construção que será destinada à produção de sucos. Com o decorrer do tempo, uma vez que o local da atual sede, à margem do Rio Pardo, apresentava melhores condições, os moradores para lá se deslocaram. A fertilidade das terras ensejou o cultivo da cana-de-açúcar, que alcançou grande desenvolvimento, principalmente nas propriedades da família Vieira, a primeira que deixou Puxim pela ilha. Foi devido a esse fato, acredita-se, que a localidade passou a ser conhecida pela denominação de Canavieiras, nome que conservou até hoje. De acordo com uma versão até hoje aceita pacificamente, o cultivo do cacaueiro no sul da Bahia ter-se-ia originado de algumas sementes que para ali foram levadas, em 1746, pelo agricultor Antonio Dias Ribeiro, procedentes do Pará. Dessa primitiva produção, na margem esquerda do Rio Pardo, em terras da Fazenda Cubículo, restam apenas recordações de que ali foi plantado o primeiro cacaueiro na Bahia. Colônia do Rio Salsa – Em 1818, houve uma tentava de colonização estrangeira no Rio Salsa, com a denominação de “Colônia do Rio Salsa”, sendo que Dom Francisco de Assis Mascarenhas se empenhava por promover a navegação desse rio, estabelecendo ali povoações em quase toda a sua extensão. Contudo, essa tentativa não logrou êxito por muito tempo, posto que já em 1826 haviam desaparecido quase todos os colonos estrangeiros, restando apenas a tropa que constitua então o Destacamento de “São Francisco de Palma”. Villa Imperiallis – A partir de 1830, Canavieiras se empenhava no sentido de ser elevada à Categoria de Vila, junto às autoridades em Ilhéus e na Capital da Província, posto que sua população chegava a quase três mil pessoas. E foi a 13 de dezembro de 1832, que o povoado passou à Categoria de Vila – a Imperial Vila de Canavieiras, instalada a 17 de novembro do ano seguinte. Em 1833 foi organizado o seu batalhão da Guarda Nacional, sendo nomeado Comandante o Capitão Manoel Cardoso Marques. Nesse mesmo ano Canavieiras sofreu as conseqüências de uma cheia no Rio Pardo, que ficou lembrado por muitos anos. Em 1842 a Vila de Canavieiras foi desmembrada da comarca de Ilhéus e anexada à de Porto Seguro. A 20 de maio de 1873, por Resolução Provincial nº 1311, foi criada a Comarca de Canavieiras, que abrangia inicialmente os termos de Canavieiras e Belmonte, havendo sido instalada a 8 de fevereiro de 1874. Antes, porem, foram termo da Comarca de Ilhéus e da de Porto Seguro. Suprimida pelo decreto nº 266, de 4 de outubro de 1904, que no seu território criou a de Belmonte, foi logo restaurada com a vigência da Lei Estadual nº 595, em 25 de julho de 1905. Nessa época foram desanexados de Ilhéus os distritos de Una e Comandatuba, que passaram a pertencer à Comarca de Canavieiras, o que ficou sendo até 1880, quando novamente voltaram à pertencer à Comarca de Ilhéus. Por ato Estadual de 25 de maio de 1891, a sede adquiriu foros de cidade. A partir daí houve um grande impulso no desenvolvimento sócio-cultural que marcou a velha ilha dos Pataxós nos últimos dias do século XIX e primeiros do século XX, o que lhe valeu o cognome de ‘’Princesa do Sul”. Segundo as crônicas, dentre as figuras a quem Canavieiras deve o mais relevantes serviços, destaca-se Dr. Antonio Salustiano Viana, que foi nomeado o primeiro Intendente Municipal, a 10 de fevereiro de 1890. João de Melo foi o primeiro Prefeito de Canavieiras. Tomou posse em final de novembro de 1930 e permaneceu no cargo até a decretação do Estado. A 15 de janeiro de 1936 foi reeleito, voltando à administração municipal até 1937. Atualmente, o Executivo Municipal é dirigido por Antônio Almir Santana Mello e Miguel Melo dos Santos que ocupam os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito. Segundo a divisão administrativa vigente, o Município é composto de 4 distritos, que são: Distrito Sede, Ouricana, Jacarandá e Puxim do Sul. Aspectos físicos O município de Canavieiras, com área de 2.164 km,esta localizado na microrregião cacaueira, limitando-se ao norte com o município de Una, ao sul com Belmonte, a oeste com Camacã e Mascote e ao leste com o oceano Atlântico. A sede municipal dista, em linha reta, 308 km da Capital Estadual. Suas coordenadas geográficas são: 15º40´48” de latitude sul e 38º56´56” de longitude W.Gr. A sua topografia é bastante plana, apresentando porém, como acidentes geográficos as serras da Onça, do Salobro, Lapão, Tres Pontas. Faltas e Bonita, os rios Pardo, Patipe, Salsa, Cipó; as ilhas, fluvial de Canavieiras e marítima – fluvial de Atalaia, a baia de Canavieiras, o canal do Poassú e lagoa Dourada. O clima no município de Canavieiras é quente e úmido, de floresta tropical. A temperatura média anual predominante é de 24,5 graus centígrados e a media das mínimas de 18 graus centígrados. Praia da Atalaia Aspectos Sociais Urbanização Canavieiras é uma cidade totalmente plana, circundada pelos rios Pardos, Patipe e Cipó, formando da sede do município uma ilha. Segundo dados estatísticos, fornecido pela Prefeitura Municipal, existem 296 ruas e travessas, 2 avenidas, 7 praças com jardins, 6940 casas residenciais e cerca de 3.500 casas comercias, na sede, distritos e vila. Das 6.940 casas residenciais, a energia elétrica chega a 2.370, das quais 170 estão no meio rural. O município conta ainda com 1.953 ligações hidráulicas, cerca de 4 km de rede de águas pluviais e inúmeras ruas pavimentadas. Hospital Regional Régis Pacheco Serviços Cuidando do aspecto assistencial e filantrópico, a comunidade canavieirense conta com o Lions Clube, Associação Atlética Banco do Brasil, Maçonaria, Sindicato Rural de Canavieiras, Ginásio de Esportes de Canavieiras e Clube de Campo de Canavieiras. A cidade dispõe ainda, de 1 jornal “Tabu”, de circulação quinzenal, com cerca de 3.000 exemplares por tiragem. Profissões Liberais Trabalham no município 12 advogados, 9 engenheiros, 11 médicos, 3 dentistas e uma enfermeira. Saúde e Assistência Existem 2 hospitais em Canavieiras, mas apenas um se encontra em funcionamento e o outro em fase de reforma, o qual passará a funcionar em condições ideais em breve, com 6 médicos e 52 leitos para o internamento, serviço de Raios – X e centro cirúrgico. Além disso, mais 5 médicos atendem aos diversos chamados da população através de convênios do município com o funeral e INPS, ou em clinica particular. Existe ainda um laboratório de analises clinicas que funciona com 4 médicos, 2 ambulatórios e 2 clinicas odontológicas. Loja Maçônica União e Caridade Religião Quanto à filiação religiosa dos habitantes, 7% da população canavieirense praticam o culto evangélico, ficando os 93% restantes divididos entre católicos (68%), espíritas (5%) e aqueles sem religião definida (20%). O município tem varias paróquias para o culto católico e presbiteriano, porem a mais importante é a igreja de São Boaventura, Padroeiro da Cidade. Poder Público O município tem 20.000 eleitores inscritos, os quais elegeram Prefeito e vereadores nas últimas eleições. A Câmara Municipal, composta de 13 vereadores, aprovou para o exercício de 1980, o orçamento previsto e fixado em Cr$ 35.000.000,00, tendo-se previsão orçamentária para 1981 de Cr$ 51.000.000,00. Matriz São Boaventura Economia Agricultura, Pecuária e Pesca A agricultura representa a principal atividade econômica do município. Existe no município e na vila de Santa Luzia, área de sua jurisdição, 838 fazendas de cacau, sendo que a CEPLAC trabalha em 655, das quais 355 são assistidas pelo Escritório Local de Canavieiras e 300 assistidas pelo Escritório Local de Santa Luzia, estimando-se para 1980 uma produção de 595.750 arrobas nas duas áreas assistidas. Outra atividade econômica, que esta tendo relativa aceitação por parte dos agricultores do município, é a exploração da cultura de coco, sendo que a CEPLAC trabalha em 13, estimando-se para 1980 uma produção de 3.020 centos. Das empresas trabalhadas, 1 é mista com cacau. Agencia do Instituto do cacau No setor agrícola também se apresentam como fonte de rendimentos do município, a cultura da piaçava, a exploração de madeira e de cultivo anuais. Na pecuária, o município dispõe de um rebanho sem muita qualificação, porem quase suficiente para abastecê-lo de carne bovina e leite. A pesca é praticada como atividade econômica. Anualmente Canavieiras produz toneladas de quilos de pescado, o que contribui significativamente na atividade do município. Comércio e Indústria Usando foros de cidadania há 89 anos, Canavieiras tem um comercio com seu movimento cotidiano praticamente estabilizado, com maior intensidade nos dias de sábado, quando o trabalhador vem reabastecer-se de mantimentos. Além de grande números de estabelecimentos comercias nos diversos ramos de negócio, estão também colaborando para o desenvolvimento local e de sua vila, 6 firmas compradoras de cacau e 1 firma revendedora de automóvel, que desempenha papel primordial na comercialização e no volume total dos negócios. Sede da fazenda do agricultor Edson Oliveira Sem grande influencia no panorama sócio- econômico do município, existem em Canavieiras indústrias madeireiras e uma indústria em fase construção que será destinada à produção de sucos. Movimento Bancário A sustentação creditícia no município fica por conta de 01 agencia do Banco do Brasil e 02 agências do Bradesco, sendo uma na sede do município e a outra na vila de Santa Luzia. Comunicações Canavieiras está ligada ao resto do mundo pela rede de telefonia, aos sistemas DDD e DDI, prefixo 073, com aproximadamente 300 aparelhos, além da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que mantém uma agencia postal – telegráfica. No setor de Comunicação o município conta ainda com 15 rádios amadores, o jornal “Tabu”, de circulação quinzenal, um cinema, sinal de televisão fornecido pela repetidora de Camacã e um serviço de alto falantes. Agência dos Correios e Telegrafo Meios de Transportes Canavieiras é servida pela empresa de aviação Nordeste Linhas Aéreas, interligando o Município a Belmonte, Porto Seguro, Caravela, Teixeira de Freitas, Nanuque (MG), Ilhéus e Salvador em vôos diários. Também servem à cidade, 4 empresas de ônibus, possuindo linhas para alguns pontos do Estado, inclusive a Capital. No setor de transportes o município conta ainda com 4 táxis aéreos e um sistema de Kombis que liga a cidade a Santa Luzia, Camacã, Uma, São José, Buerarema, Itabuna e Ilhéus. Esta à BR-101 através de quatros acessos de 69, 82, 98 e 161 km respectivamente. Um novo acesso de 110 km que vai ligar a sede do município à vizinha cidade de Una e ao município de Ilhéus, está sendo preparado para receber pavimentação asfáltica. Canavieiras está distante de Camacã, 88 km; de Una, 53 km; da CEPLAC/CEPEC, 175 km via Santa Luzia e 132 km via Ilhéus; de Ilhéus, 110 km; de Itabuna, 142 km via Ilhéus e 165 via Santa Luzia; de Porto Seguro 266 km; e de Salvador 596 km. Canavieiras Cultura Ensino Primário 50 escolas primárias das quais 46 são municipais e 4 particulares, mais 4 grupos escolares mantidos pelo Estado, sendo 3 na sede e 1 na vila de Santa Luzia, sustentaram a rede de ensino primário, com 5.074 alunos matriculados. Das 50 escolas, 13 estão localizadas na zona urbana e 37 na zona rural. As 50 unidades escolares recebem uma carga pedagógica de 87 professores. Grupo Escolar 15 de Outubro Ensino Secundário É ministrado no Colégio Estadual de Canavieiras, mantendo turnos de aprendizagem de 1º grau (5ª a 8ª) e cursos profissionalizantes de 2º grau, onde o aluno pode optar pelos cursos de Contabilidade e Magistério primário. 90 alunos formaram-se anualmente nos dois cursos profissionalizantes citados. Inaugurado em 27 de setembro de 1959, o Colégio Estadual de Canavieiras tem uma capacidade para 1.560 alunos distribuídos nos 3 turnos de funcionamento. Esta capacidade foi reduzida no atual ano letivo, em decorrência das obras de restauração do seu pavilhão mais antigo. Assim, foram matriculados 1.060 alunos no 1º grau, 120 no curso de magistério e 150 no curso de Contabilidade. O Colégio Estadual de Canavieiras conta atualmente com corpo docente de 45 professores. Festejos Canavieiras é rica em manifestações folclóricas, entre as quais se destacam o “Boi Duro”, o “Galo” e as “Pastoras”. Entre os festejos tradicionais de fundo religioso destacam-se: 1º de janeiro, quando se realiza a procissão fluvial de Bom Jesus dos Navegantes, que percorre parte dos rios Pardo e Patipe com embarcações repleta de fies; o Dia dos Reis, a 6 de janeiro, quando os grupos “Boi Duro”, “Galo” e as “Pastoras” percorrem as principais ruas da cidade; o dia de São Sebastião, celebrado a 20 de janeiro, e que é precedido, no dia 11 do mesmo mês, do transporte do mastro, ao local dos festejos – a Capelinha; o dia 14 de julho,dedicado ao padroeiro da cidade São Boaventura. Dentre as festas tradicionais que atraem visitantes a Canavieiras, destaca-se o tradicional “Carna-Maio”, que coincide com a maior data cívica, 25 de maio, quando a Villa Imperiallis comemora sua elevação à categoria de cidade. Presença da CEPLAC No município de Canavieiras a CEPLAC funciona com dois Escritórios Locais, sendo um na sede do município e outro na vila de Santa Luzia. Assessorados pelos Escritórios Regionais de Una e Camacã, respectivamente, os dois escritórios trabalham hoje com um quadro de trinta funcionários, sendo cinco engenheiros-agrônomos, nove técnicos agrícolas, duas equipes de apoio administrativo, além de um posto anexo de Classificação de Cacau e um Campo de Produção de Mudas e sementes de coco. Prédio-sede da CEPLAC, ora em reforma, e funcionários do órgão Doado à CEPLAC pelo Ministério da Agricultura e Prefeitura Municipal de Canavieiras, em maio de 1973, o campo de produção de mudas e sementes de coco, trabalha atualmente com um quadro de 12 funcionários, sendo 1 técnico agrícola, 1 vigilante e 10 trabalhadores de campo, e já produziu até o momento, em torno de 100 mil mudas das quais 66 mil foram entregues aos agricultores do programa de diversificação de culturas. Com a atuação da CEPLAC a nova tecnologia foi introduzida e aceita pelos agricultores que integram o programa melhorando assim todo o sistema. Por ser uma área de cacaueiros tradicionais, o seu maior potencial, principalmente na sede, é para renovação, com metade da área dos cacaueiros da área precisando dessa pratica, meta que nos próximos anos os escritórios esperam atingir. Na tentativa de uma maior produtividade em 1980, os escritórios locais programaram 14.500 ha para combate às pragas; 5.576ha para o controle de doenças; 6.900ha para adubação, 1.973ha para calagem; 1.900ha para raleamento de sombra e 1.300ha para renovação de cacau, alem de programar infra-estrutura predial e instalações para beneficiamento de cacau nos respectivos imóveis. Sindicato Rural Alem do cacau, a CEPLAC apóia a diversificação de culturas Entre este hibrido gestado pela pesquisa e aquele despretensioso Forastero vicejando no solo humoso do Pardo, há uma caminhada de dois séculos. Neste estirão de tempo muita verdade virou estória, muita lenda virou verdade. Tudo, porém, parece que foi ontem de manhã. Afinal, a semana que se fez vida no chão da Cubículo é vida que se faz sementes nestes dias destes nossos tempos. Alcides Costa Postado 02/08/2010 PARÓQUIA DE SÃO BOAVENTURA A origem da devoção – O povoamento de Canavieiras ocorreu a partir da chegada de alguns brasileiros e portugueses a um sítio localizado próximo à praia, chamado Puxim. Na beira da praia, eles encontraram uma imagem de São Boaventura e ergueram uma simples capela em homenagem ao santo. Tempos depois, se fixaram mais próximos aos Rios Pardo e Patipe, em busca de terras mais férteis, onde se encontra a sede do Município de Canavieiras, trazendo a imagem do santo para o novo povoado. A fundação da paróquia – A freguesia de São Boaventura do Puxim, primeira paróquia do arcebispado da Bahia, foi criada em 11 de abril de 1718, sendo dirigida pelo Pe. Joaquim Botelho. Foi construída uma pequena capela, na Praça da Bandeira, em terreno do Município. A Igreja Matriz de São Boaventura, só veio ficar pronta em 1932, na Praça de São Boaventura, onde se encontra ainda hoje. Em 1918, foi festejado o bi-centenário da Freguesia, sob a direção do Pe. Justino Santana. Em 1952, foi construída a Casa Canônica (uma espécie de hotel para os hóspedes eclesiásticos), sob a direção do Pe. Agostinho Stander. Em 1968, foram festejados os 250 da Paróquia, sob a direção do Pe. Paulo Azevedo, que recebeu a visita do D. Eugênio Sales, Arcebispo Primaz do Brasil. Nos anos 80, outro grande nome da Igreja Católica fez presença na festa de São Boaventura, o Primaz do Brasil. D. Avelar Brandão Vilela. Canavieiras-ba O progresso social da paróquia – nos anos 90, sob a direção do Pe. Alfredo Niedermier, a Paróquia de São Boaventura deu um grande passo social, construindo o complexo Paroquial, que integra ao lado da Igreja Matriz, o Salão Paroquial, Centro Administrativo, Casa de Passagem, Oficina de Costura, Loja de Artesanato, Escola de Informática e as diversas Pastorais, com destaque para a Pastoral do Menor, que abriga 250 crianças carentes. Festa de São Boaventura, uma tradição secular – Essa festa reúne entre o religioso e o profano, milhares de nativos e turistas. Antes, as famílias ricas, os políticos c os grandes comerciantes, assumiam as novenas, que passaram a trezenas, a partir dos anos 80, sob ordem do Pe. Ivan Ramos. Hoje as atividades religiosas são assumidas por grupos organizados da própria Igreja como, as Pastorais, os Conselhos, os Corais, o Apostolado, os Marianos, os Vicentinos. A festa religiosa vai de 1 a 14 de julho, com missas, batizados e procissão, seguida de milhares de devotos e abrilhantadas pelas filarmônicas da cidade. No largo da Praça São Boaventura, acontece o lado profano da festa, com barracas de comidas e bebidas típicas, feira de artes, vendedores ambulantes, jogos rústicos, parque de diversões e apresentações folclóricas. No palco armado no meio da praça, são realizados shows de MPB, axé, rock, blues, forró, com grandes animações durante os 14 dias. O ponto máximo da festa acontece durante a lavagem das escadarias da matriz de São Boaventura, uma mistura de sincretismo religioso toma conta da cidade, que prepara um belo desfile com baianas, carroças, grupos folclóricos, filarmônicas, fanfarras, batucadas, trios elétricos, arrastando urna multidão da Praça Maçônica à Praça São Boaventura. canavieiras-ba Alcides Costa Postado 02/08/2010 OS CEMITÉRIOS DE CANAVIEIRAS Basicamente, ao que se sabe, Canavieiras teve quatro cemitérios em três lugares diferentes. O primeiro, em meados do século XV”I, era um cemitério religioso e pertencia à antiga Matriz de São Boaventura, situada na atual Praça XV de Novembro. Esse cemitério circundava a Igreja, e aí, eram sepultadas as pessoas da povoação. A comunidade era pequena, de forma que o pequeno cemitério atendia às necessidades do momento. Na primeira metade do século XIX, quando a povoação passou à categoria de Imperial Villa de Canavieira,s, o pequeno cemitério da Igreja era insuficiente, de modo que a Câmara Municipal propôs, em 1834, que se construísse um novo cemitério para se evitar o ar corrupto que existia na Matriz, pela putrefação dos corpos”. Isto significa que, com o aumento da população, os corpos sepultados na Igreja e nos seus arredores estavam causando mal cheiro de tal maneira que as pessoas já não podiam assistir às suas obrigações religiosas. Este segundo cemitério foi construído na então Praça da Boa Vista, nas imediações do atual Colégio’ 15 de Outubro, e pertencia também a uma entidade religiosa – a Irmandade do Santíssimo Sacramento. A partir de 1885, a Câmara Municipal solicitava a construção de um novo cemitério, porque o cemitério da Irmandade do S. S. Sacramento já estava dentro da Vila, o que se tornava um atentado à saúde pública. Então os restos mortais das famílias consideradas mais ilustres, que se encontravam no cemitério da Irmandade, foram transferidos para o cemitério público, que ficava a meio quilômetro da Vila. Durante alguns anos o cemitério da Irmandade continuou funcionando – a despeito do cemitério público – principalmente para sepultamento dos religiosos e de pessoas a eles ligadas. Finalmente, em 1892, no mesmo lugar do antigo cemitério publico, porém mais ampliado, foi construído o cemitério atual, pelo empreiteiro Aristides José Lopes, pela importância da época de 8:500$000 (oito contos e quinhentos mil réis). Os restos mortais transferidos há cerca de 10 anos do cemitério da Irmandade já estavam aí sepultados. Então as famílias consideradas ilustres mandaram construir as primeiras carneiras para os seus mortos, algumas das quais ainda existem. Hoje, no centro da Cidade, este cemitério já não suporta os seus mortos, precisando de urgente ampliação ou um cemitério novo. Alcides Costa Postado 02/08/2010 IGREJA DE SANTO ANTONIO DE ATALAIA O templo serve de cenário anualmente para devoção e o culto a Festa de Santo Antonio padroeiro do povoado de Atalaia que acontece de O 1 a 13 de junho. A imagem de Santo Antonio na Capela dê Atalaia veio de Lisboa no início do século passado trazida por um engenheiro devoto, que teve na fé e na devoção uma melhora substancial quando se apegou nas preces ao Santo. A imagem de madeira com 80 cm de comprimento com as aureolas todas em prata. Houve um incêndio na velha igreja e a imagem foi bastante danificada. Nos anos 30 deu – se início a construção de uma nova Capela construída ao lado da velha que hoje fica situada na Praça Santo Antonio no povoado de Atalaia a 05 km do centro de Canavieiras. A imagem do Santo foi totalmente restaurada. . A nova capela foi um presente do Promotor Público Benício de Azevedo Machado (1903 – 1965), na década de 1930 que construiu com recursos próprios já que era católico praticante e devoto fervoroso do Santo Antonio, representou a Assembléia Legislativa da Bahia em Roma, no ano de 1953 quando da sagração de Dom. Augusto Álvaro da Silva, Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil no Pontificado do Papa Pio XII. A capela é. composta de assentos para 150 pessoas, altar com imagens, uma pequena sacristia. A devoção e o culto a Santo Antonio do povoado de Atalaia vêm dos meados do século XIX mais precisamente do ano de 1862. O primeiro organizador do novenário em louvor ao Santo Antonio foi o Sr. Teodoro Barbosa Gomes, um velho carroceiro procedente lá de Curralinhos no norte do estado, que aqui chegado, deu início, com trabalho árduo ao transporte de carroças, vindo mais tarde, a ter uma frota do veículo. Já entrosado no vilarejo, por ser um homem de boa conduta e por ser católico fervoroso, assumiu a coordenação da reza com outros moradores. A tradição do novenário já era um emblema, movido da fé, consideração e o respeito da comunidade, que ganhou força com o tempo depois de vários casos de doenças e malogros que veio ter na cura a vitória depois de muita devoção. Hoje o louvor a Santo Antonio já está entrando na quarta geração e já conta com a participação de toda a comunidade. Os noiteiros são sempre as mesmas famílias desde o início do século passado, sempre aquelas pessoas que vem da tradição ou aqueles que se apegam com fervor pagando promessas por dádivas alcançadas ou por um bem que há de vir. Alcides Costa Postado 02/08/2010 HISTÓRICO DO LOUVOR A SANTO ANTONIO ATALAIA A devoção e o culto a Santo Antonio do Povoado de Atalaia, vem dos meados do século XIX, mais precisamente no ano de 1862. O primeiro organizador do novenário em louvor ao Santo foi o Sr. Teodoro Barbosa Gomes, um velho carroceiro procedente lá de Curralinhos no norte do estado, que aqui chegado, deu início, com trabalho árduo ao transporte de carroças, vindo mais tarde, a ter uma frota do veículo. Já entrosado no vilarejo, por ser um homem de boa conduta e por ser católico fervoroso, assumiu a coordenação da reza com outros moradores. A tradição do novenário já era um emblema, movido da fé, a consideração e o respeito da comunidade, que ganhou força com o tempo depois de vários casos de doenças e malogros que veio ter na cura a vitória depois de muita devoção. Hoje o louvor a Santo Antonio já está entrando na quarta geração e já conta com a participação de toda a comunidade. Os noiteiros são sempre as mesmas famílias desde o início do século passado, sempre aquelas pessoas que vem da tradição ou aqueles que se apegam com fervor pagando promessas por dádivas alcançadas ou por um bem que há de vir. A imagem de Santo Antonio na Capela de Atalaia veio de Lisboa no início do século passado, trazida por um engenheiro acometido de uma doença psíquica e que teve na fé e na devoção uma melhora substancial quando se apegou nas preces ao Santo. É uma imagem de madeira com oitenta centímetros de comprimento, com as auréolas todas em prata. Houve um incêndio na velha Igreja e a imagem foi bastante danificada. Nos anos 30 deu-se início a construção de uma nova capela, construída ao lado da velha, que hoje fica situada a Praça de Santo Antonio e a imagem foi totalmente restaurada. Hoje nós temos uma festa religiosa muito importante, onde toda a comunidade participa com cânticos e orações. Já não são mais nove dias. Agora é uma trezena que o Povoado de Atalaia fica cheio de luz desde o dia 10 de junho – No dia 13 acontece a procissão pelas ruas do Povoado acompanhado de fiéis e da filarmônica que sempre acompanha o cortejo. Tem um fato bem marcante na devoção ao Santo Antonio praticada por uma devota que a trinta anos faz a doação das velas, das flores, das fitas e das lembranças do dia 13 de junho. Pura e verdadeira doação. Alcides Costa Postado 02/08/2010 CHEGANÇAS E as Cheganças, essa tradição que a gente lusa nos trouxe, relembrando com carinho as suas guerras mouriscas? Como recordamos aquela rapaziada guapa, gente pobre na quase sua totalidade, que amealhava vintém por vintém para, nas festividades do nosso padroeiro, São Boaventura, de Nossa Senhora da Conceição, ou de Natal, conseguimos comprar indispensáveis para a confecção das vistosas indumentárias dos “Mouros” e dos “Cristãos”. Eram numerosos os dois bandos: ,Jose Miquilina, ‘Manoel Pequeno, Primitivo, Jesuino Travasso, Manoel Conceição, João Paiva, Manoel Rosa, Álvaro, Bento e tantos outros cujos nomes a memória não pode guardar, constituíam os dois grupos. A nau lusa vinha da Atalaia e os seus garbosos “marujos” desembarcavam na cidade, onde os “mouros”, alertados, sempre em pé de guerra para essas incursões, os esperavam, ferindo-se logo a primeira “batalha” à arma branca (espadas de pau, pois só os chefes portavam espadas, tomadas por empréstimo aos oficiais da Guarda Nacional) entre toadas alusivas àquelas campanhas reais que se feriam entre portugueses e árabes. No decorrer das tardes desses dias, seguiam-se as “batalhas” pelas principais ruas da cidade, em frente às residências das pessoas mais categorizadas da época, até que, à tardinha, o “embaixador’! dos cristãos ia levar o seu “ultimatum” aos incréos. Aí, então, o velho .Jesuino Travassos, que apesar dos anos vividos, era ainda um mulato desempenado, com uma farda cheia de alamares, espada de oficial à cinta, cavanhaque grisalho porte marcial, destacava-se das suas fileiras, e como embaixador dos “cristãos”, ia ao encontro do embaixador dos “mouros”, e com voz forte dava conta do ultimatum que o chefe enviara, terminando assim: - Tendes visto a minha embaixada, tendes visto a minha proposta, se quiseres viver em sossego, Capitão, me dê a resposta. Ao que o outro respondia presto A resposta que te dou, atrevido: neste campo de batalha, tenho que te ver estendido. Rufavam os tambores, e a batalha prosseguia, caindo, por fim, derrotados e presos os “mouros”, que eram levados de porta em porta dos graúdos da cidade e vendidos. Os preços recebidos serviam para ressarcir as despesas principais da festa. (COSTA, Alcides Canavieiras sua história e sua gente Salvador:IOB, 1963, pg. 17/78) Alcides Costa Postado 02/08/2010 De São Boaventura do Puxim a Canavieiras Terra de Histórias e encantos Canavieiras já tinha história para contar muito antes de São Boaventura do Puxim ser alçado à categoria de cidade, há 118 anos. No início do século XVIII, fugindo dos índios e em busca de terras férteis, aventureiros brasileiros e portugueses chegam a um local chamado Puxim e erguem a Capela de São Boaventura. A família Vieira foi uma das primeiras a se deslocar para a foz do Rio Pardo, para se dedicar ao plantio de cana-de-açúcar. Acredita-se que vem daí a origem do nome da cidade: da cultura canavieira, a “cana dos Vieiras”. Ao que tudo indica foi também nas margens do Rio Pardo, na Fazenda Cubículo, plantada a primeira semente de cacau na Bahia, vinda do Pará, nos idos de 1746. De São Boaventura do Puxim a Canavieiras Porém, a maior riqueza de Canavieiras é o seu povo hospitaleiro e a sua natureza exuberante. Formado por um conjunto de 18 ilhas, banhadas por rios e pelo oceano atlântico, o município exibe uma arquitetura secular lindíssima, além de encantos naturais só vistos aqui. São 50 km de praias, coqueirais, mata atlântica, lagos e um dos manguezais mais férteis do pais. Não é à toa que Canavieiras vem sendo descoberta cada vez mais por turistas de todo o Brasil e do mundo: os melhores robalos, dourados, caranguejos e aratus podem ser saboreados aqui; os passeios de barco e pelo centro histórico são encantadores; há o artesanato e as manifestações culturais, a pesca do Marlin Azul, as trilhas ecológicas, os esportes náuticos e muitas outras atrações. Mas nada é mais fascinante do que o sorriso estampado de cada canavieirense. Canavieiras Alcides Costa Postado 02/08/2010 AFRÂNIO PEIXOTO E CANAVIEIRAS Durval Filho Júlio Afrânio Peixoto nasceu no dia 17 de dezembro de 1876, na cidade baiana de Lençóis, filho do Capitão Francisco Afrânio Peixoto e de dona Virgínia de Morais Peixoto. Aos nove anos, transferiu-se com a família para o Salobro, região diamantífera do município de Canavieiras, onde seu pai adquirira a fazenda Boa Vista do Jacarandá, já segundo distrito da Imperial Villa de Canavieiras. Aí permaneceu parte de sua adolescência até concluir o curso primário. Depois, vai morar em Salvador, onde conclui o curso de Humanidades (Segundo Grau) no Colégio Florêncio, em 1891. No ano seguinte matricula-se no curso de Medicina, retomando a Canavieiras durante as férias. Posteriormente, com a morte do pai, a família Peixoto transfere-se para Canavieiras, onde passa a residir na Rua Mal. Deodoro nº 8. Bahia - Canavieiras Em 1897, conclui o curso de Medicina, doutorando-se com a tese “Epilepsia e Crime”, prefaciada por Nina Rodrigues, e no ano seguinte inicia sua carreira médica em Canavieiras. J. Maia Bittencourt Filho assim narra sua trajetória da Faculdade de Medicina da Bahia para as ruas de Canavieiras. “Diplomado em Medicina, que nunca lhe foi namorada, como ele mesmo afirmaria mais tarde, Afrânio voltou a Canavieiras com a intenção de clinicar, mas não é de duvidar-se que o teria feito pela pujança da natureza, pela beleza do rio Pardo e pela cintilação das estrelas do céu de Canavieiras. A clínica, propriamente, foi marcada pela desambição de ordem material.” Após a publicação de “Rosa Mística” (1900), que lhe valeu lugar de destaque nos meios literários, a família Peixoto vende a fazenda Boa Vista do Jacarandá ao Cel. Augusto Peltier e muda-se definitivamente para a Capital, onde Afrânio é nomeado professor de Medicina Pública da Faculdade de Direito da Bahia. Depois que foi para o Rio de Janeiro em 1902, seu nome repercute por todo o Brasil, atravessa as fronteiras, e ganha prestígio internacional. Foi Inspetor Sanitário do Distrito Federal (1902), membro da Academia Nacional de Medicina (1903), professor de Medicina Legal da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (1906), diretor do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro (1907), membro da Academia Brasileira de Letras na vaga de Euclides da Cunha (1911), tornando-se seu presidente (1923); catedrático de Medicina Pública na Faculdade de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro (1913), Reitor da Universidade do Distrito Federal (1934). o encanto de canavieiras Após a publicação de “A Esfinge”, a Academia Brasileira de Letras abre-lhe as portas e, o coloca na fase mais fecunda de sua produção literária e científica com os romances “Bugrinha”, ( o romance de Lençóis), “Fruta do Mato”, “Sinhazinha”; “Medicina Legal” , “Psicopatologia Forense”, “Breviário da Bahia” e um estudo sobre Castro Alves. Nessa exuberante intelectualidade, Canavieiras ficou imortalizada em dois dos seus romances: “Maria Bonita” (1914) – que teve como cenário o Jacarandá – e “Fruta do Mato” (1920), cuja trama se desenrola na região do rio Salsa, distrito de Ouricana. Em 1° de janeiro de 1924, foi fundado em Canavieiras o Club Caixeiral “Afrânio Peixoto”, em homenagem ao ilustre intelectual de Lençóis, canavieirense por adoção. Após suas peregrinações aos mundos das letras e das ciências, Afrânio visita suas cidades-mãe: Canavieiras (1930) e Lençóis (1941). Fernando Sales diz que “foi a viagem de despedida a Lençóis. Reviu casas, ruas e sítios evocativos da infância”. Faleceu no Rio de Janeiro ao doze dias do mês de janeiro de 1947. Canavieiras e seus manguezais Alcides Costa Postado 02/08/2010 A questão dos limites Fernando Reis Desde a instalação da Imperial Vila de Canavieiras, em 17 de novembro de 1833, que se afigura a questão, de limites com os nossos vizinhos. Emancipados da vila de Ilhéus, esta determinou como limites de Canavieiras, ao Sul, toda a margem esquerda do rio Jequitinhonha, até encontrar a província de Minas Gerais, e ao Norte, o rio Acuipe. A nova vila constitui de dois distritos: o primeiro, além da própria sede, as povoações de Jacaré e Patipe; o segundo distrito se constituia das povoações de Una e Comandatuba. As demarcações após efetuadas foram confirmadas por decreto de 13 de maio de 1833 da Assembléia Legislativa ProvinciaI. Ocorre que com isso nunca concordaram os nossos vizinhos, e a então vila de Belmonte, exerceu posse, domínio e jurisdição sobre toda margem Norte do Jequitinhonha, malgrado os protestos sucessivos da Câmara de Canavieiras junto às autoridades provinciais. O litígio a tanto chegava às vezes que não raro autoridades distritais nomeadas por Canavieiras não poder exercer o seu trabalho na zona litigiosa, assim também como o vigário da vila de Belmonte Invadia os domingos pastorais da paróquia de Canavieiras efetuando acintosamente casamentos e batizados. A área objeto do litígio com Belmonte desde 1833 recebia assistência e beneficios de Canavieiras, haja vista que em 1835 à Instância da recém-criada vila o Barão do Rio Vermelho, presidente da Província, encarregou a Manoel Raimundo Galvão da total limpeza do Canal do Poaçu. Nos idos de 1858 inicio de 1859 aqui esteve o viajante e naturalista alemão Roobert Avé-Lallemant, que encontra em Canavieiras com o Coronel Engenheiro Inocêncio Veloso Pederneiras visitando suas propriedades no Jequitinhonha, retornando via Canal do Poaçu com o francês Félix Larchert, este a serviço do Coronel montando uma serraria em sua fazenda, a Genebra. O coronel Pederneiras também abriu um canal entre o Porto do Mato e o Patipe, a fim de facilitar o acesso Canavieiras – Comandatuba. A nossa questão de limites com Belmonte foi resolvida em um acordo firmado em 23 de agosto de 1923, cujos árbitros foram por Belmonte o Dr. Teodoro Sampaio, por Canavieiras, O Dr. Filinto Melo. Este arbitramento, desvantajoso para Canavieiras, reconhecia come divisa “uma linha que partindo da Barra do Peso para Oeste aproximadamente a procurar o de• saguadouro da Lagoa do Moari, respeitando ainda os fundos de fazenda cujas sedes sejam na margem do Jequitinhonha. Ressalva ainda que as águas que correm para o.Jequitinhonha pertencerão a Belmonte, as que correrem para o rio Pardo pertencerão a Canavieiras (Não sabemos nem se isso é levado em consideração). A nossa divisa com Una também foi alvo de controvérsia, dado que esta se recusava pertencer a Canavieiras conforme determinava o decreto de dezembro de 1833, pelo que Ilhéus reivindicou, a 5 de abril de 1857, a posse de Una, no que foi obstado pela Câmara de Olivença, sob a alegação de que “para tal seria preciso Ilhéus saltar por sobre o território de Olivença”. A 29 de agosto de 1890 o governo provisório concedeu à Câmara de Canavieiras o direito de medir 2.178 hectares de terras ‘devolutas do estado nas povoações de SaIobro e Comandatuba. Pela lei nº 17 da 10 de julho de 1896 o Conselho autorizou o intendente Dr. Antônio Salustiano Viena dispensar quanto for necessário para li medição das áreas, que se incorporariam ao patrimônio do Conselho. Acentua-se a partir dai o litígio entre Canavieiras e Una (hoje ressuscitado) até que em 1926 o Dr. Francisco Marques Góes Calmon, então governador do Estado, avocou para si o papel de árbitro desempatador, aceito reconhecido tanto pelo intendente de Una como pelo de Canavieiras e decidiu, por “equidade” conciliatória tendo em vista fidelidade de documentos e as razões de parte a parte, que a divisa entre os litigantes seria a linha reta que liga a foz do Rio Doce as cabeceiras do Córrego do Teimoso, passando mais ou menos pela foz do Córrego Preto, no Rio Apucaeira, pelas serras da Onça e da Água Fria e pelas cabeceiras do Córrego Cajazeira. Dado este arbitramento, que foi aceito pelas partes, em 9 de novembro de 1926, foi assinado um convênio entre Dr. Francisco Muniz Barreto, intendente de Canavieiras, e Antonio Melo, intendente interino de Uma, pondo fim assim a uma questão quase centenária. Face ao exposto, torna-se de meridiana clareza a evidencia que, as terras situadas ao Norte do Rio Doce pertencerão a Uma, ao passo que, as terras situadas ao Sul pertencerão a Canavieiras. Carlos Santana.
Posted on: Mon, 21 Oct 2013 05:50:21 +0000

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