Hoje, 14 de setembro, para nós cristãos católicos, ortodoxos, - TopicsExpress



          

Hoje, 14 de setembro, para nós cristãos católicos, ortodoxos, luteranos e anglicanos, é o dia da “Exaltação da Santa Cruz”. Nesta data solene, em primeiro lugar, eu gostaria de me solidarizar com todos aqueles que padecem de diversos sofrimentos, em especial nossos irmãos cristãos que têm sofrido represálias na Síria, represálias que vão de perseguições, torturas, incêndios em igrejas, até assassinatos em virtude do credo que professam. Estes são verdadeiros mártires, ou seja, testemunhas da fé em Cristo Jesus. Por que neste dia celebramos a Exaltação da Santa Cruz já que a crucifixão foi por muitos séculos o mais terrível instrumento de extermínio humano? Pois bem, hoje nós celebramos a Santa Cruz como sinal do triunfo da vida sobre a morte. A Santa Cruz só tem razão de ser por causa do evento "Cristo crucificado" como instrumento de salvação da humanidade. A Santa Cruz é o madeiro da libertação. Parece até um paradoxo, haja vista muitas pessoas, inclusive o próprio Jesus, morreram crucificadas. Como bem sabemos, Jesus experimentou essa dor inenarrável. Ele foi preso, torturado, crucificado, morto e sepultado. Porém, Ele ressuscitou. E porque na morte ressuscitou, a sua vida ressurreta deu sentido teológico àquilo que sempre foi objeto de maldição. A cruz por si só é diabólica (que separa, que lança fora); é o madeiro da morte, enquanto que a Santa Cruz, a Cruz de Cristo, por mérito do Crucificado-Ressuscitado, é simbólica (que une, que congrega); é o Madeiro da Vida; é canal de santificação e meio de salvação. É importante que se diga: a Santa Cruz não é exaltação do sofrimento, não é legitimação da violência, não é sinal de derrota nem é o ponto final do mistério da vida humana. A Santa Cruz não é exaltação do sofrimento porque Cristo não foi crucificado na qualidade de masoquista, mas porque foi obediente ao Pai, obediente até a morte de cruz. O projeto de amor do Pai é a vida do mundo. O Filho de Deus veio para os seus, mas os seus o rejeitaram e o mataram. Jesus morreu por motivos religiosos e políticos. Morreu como um herege para as lideranças judaicas e como um subversivo para o império romano. A morte de Jesus foi um desdobramento lógico de sua opção preferencial pelos pobres, sua filosofia e teologia, suas atitudes destemidas, sua vida profética. A Santa Cruz não é legitimação da violência porque Jesus não quis o extermínio de seu povo nem de ninguém, ao contrário, Ele veio para que todos tenham vida, e a tenham em abundância. Exaltar a Santa Cruz não significa exaltar a violência, mas exaltar a vitória do bem sobre o mal, a vitória da vida sobre a morte, porquanto a última palavra não foi a crucificação, mas a ressurreição. A Cruz de Cristo não é sinal de derrota porque Jesus ressuscitou. Ele não fracassou. Ele sofreu, mas ao terceiro dia apareceu ressuscitado. A morte foi vencida pelo Senhor da Vida. E, por último, a Cruz não é o ponto final do mistério da vida humana, mas o meio pelo qual alcançamos a salvação. É evidente que não precisamos nem devemos ser crucificados nos mesmo moldes de Cristo no hoje da história. As nossas cruzes são os nossos desafios cotidianos, nossos limites, nossos sofrimentos pelas estradas da vida, na santa caminhada em direção à Casa do Pai-Mãe do Céu. A nossa cruz é o mistério da experiência humana de dor, de mãos dadas com o Cristo que misticamente padece com seu povo, porém vive com ele, e ressuscitado, ressuscitará os seus no Último Dia. Convém ressaltar ainda, Jesus não sofre mais. Ele está vivo e glorioso no Céu, Ele é o nosso Céu. Nós enquanto humanidade, enquanto Igreja continuadora da mensagem salvífica de Cristo, é que misticamente trazemos conosco as marcas da Paixão do Senhor. Ele, nesse sentido, continua a sofrer em nós. A nossa cruz é, pois, o mistério da existência do homem configurado àquele Homem, no que tange à dimensão do sofrimento. Entretanto, é mister lembrar, o ponto final não é a cruz, mas a ressurreição. Por Cristo, com Cristo e em Cristo, nós nascemos, vivemos e morremos. E por Ele, com Ele e Nele, nós ressuscitaremos. Neste dia 14, portanto, nós somos convidados a celebrar o triunfo da Santa Cruz, a vitória da Cruz de Cristo, a Cruz do Senhor da Vida. E não só hoje, na celebração eucarística, mas em todos os dias de nossa vida, onde quer que estejamos, somos vocacionados a dar as mãos ao Senhor para, com Ele e com os irmãos, ajudar os crucificados do mundo a carregar suas cruzes. Que nós possamos, outrossim, ajudá-los a descer das cruzes do medo, da fome, da miséria, das injustiças e de todo o tipo de mazelas. A Cruz de Cristo é instrumento de libertação e salvação, jamais ferramenta religiosa de opressão. noticias.gospelprime.br/guerra-na-siria-mais-cristaos-sao-decapitados-e-igrejas-destruidas/
Posted on: Sat, 14 Sep 2013 18:37:00 +0000

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