Hoje, na praça da Matriz, experimentei um tipo de manifestação - TopicsExpress



          

Hoje, na praça da Matriz, experimentei um tipo de manifestação que queria ver fazia tempo. Não era uma marcha, mas uma ocupação. O povo se reuniu na praça da matriz, e a Polícia cercava o lugar com o auxílio daquelas grades móveis, inclusive de forma a isolar o Piratini. Qualquer um consegue pular por cima ou arastá-las, mas todo mundo as respeitava. A polícia tava fazendo o que tinha que fazer. Duas vezes eu abordei policiais pedindo informação, antes de chegar lá, e fui muito bem atendido, com boa vontade e tudo. Não me senti intimidado. Minha primeira impressão foi excelente. Tinha gente vendendo quentão e comida, muita gente reunida em seus grupos, levantando suas bandeiras e cartazes, e um povo no monumento a Júlio de Castilhos. Tinha também um carro de som na parte mais próxima do Piratini e, na volta, se concentrava o povo com bandeiras de movimentos sociais. Uma banda de reggae e depois um violeiro hispânico, que inclusive pediu apoio a movimentos na américa latina, se apresentaram de cima do caminhão. Tive a oportunidade de conversar com várias pessoas randômicas. Todos pareciam contrários à presença do carro de som. Dois momentos marcantes: Primeiro, apareceu um helicóptero exibindo um letreiro eletrônico, com palavras de ordem, dizendo inclusive pras pessoas denunciarem atos de vandalismo. O povo começou a vaiar. Depois, uma banda de rock (acho que a Apanhador Só) subiu no carro de som, e no meio da música o povo mais próximo do monumento começou a gritar "Protesto não é festa". A banda chegou a parar de tocar, em um momento, e acompanhou palavras de ordem marcando o ritmo com os instrumentos. Um pessoal subiu em direção ao carro de som. Pensei que fosse acontecer tumulto, mas não deu em nada. A banda voltou a tocar. Eu tava subindo também, e ouvi estouro de bomba. Não vi nada, não sei o que aconteceu ali. Olhei em direção ao Palácio da Justiça e tinha fumaça branca subindo. Eu sabia que era gás lacrimogênio, mas perguntei pras pessoas em volta pra confirmar. Detalhe que a bomba estourou longe do carro de som e do palácio. Cheguei a sentir ardência no nariz, e fiquei meio em pânico. No meio da confusão, consegui sair pela riachuelo, numa brecha pequena entre a esquina e as barreiras policiais, onde muita gente se acumulava, tentando fugir. Vi um vídeo em casa, mostrando que um povo derrubou aquelas grades, pra fugir do gás, mesmo. Fiz a volta e voltei pra casa. Abordei policiais denovo, disse onde morava, e fui auxiliado, mas dessa vez um deles interrompeu, falando alto, dizendo pra descer todo mundo pra não dar tumulto. Ainda não entendi o motivo daquelas bombas. Se alguém tiver visto, por favor, me explique. Estou confuso.
Posted on: Fri, 28 Jun 2013 02:44:04 +0000

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