Hoje tem Ato na Maré. Abaixo importante reflexão: "Quem tem - TopicsExpress



          

Hoje tem Ato na Maré. Abaixo importante reflexão: "Quem tem Direito à viver??? A constituição federal brasileira fala, no seu artigo 5º, que todos os brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil tem garantida a inviolabilidade do direito à vida, entre outros direitos. Não temos dúvidas de que esse pronunciamento da Constituição nos revela uma enorme falácia,e por outro lado aponta que é passada a hora de lutar para efetivá-la na realidade! Os homicídios de domingo e 2ª feira, 23 e 24 de junho, não podemos precisar o número de mortos, alguns moradores dizem que são mais de 13, e que a polícia retirou do local alguns corpos, conflito em que 1 policial do BOPE morreu, vimos que estes números representam uma falseada Democracia de Direitos, e expressa uma Constituição da qual precisamos urgentemente nos apropriarmos e exigirmos a efetiva realização dos valores nela expressos. PARA TODOS INDISTINTAMENTE!!! Ou nos recolheremos ao lugar de detentores de menores direitos, nos aniquilaremos no lugar de menores cidadãos, lugar de menos dignos, de cidadania incompleta e imposta pelo Estado? Temos uma polícia militarizada para a Guerra, uma guerra contra os pobres, contra as minorias, e enxergamos em contrapartida, que está colocada a possibilidade, neste ATO, amanhã, de gritarmos e exigirmos justiça real, justiça concreta. Não aceitamos mais apenas este Direito formal-abstrato. Não aceitaremos essa desigualdade covarde e cruel no campo da esfera sócio-econômica. Há uma tendência, neste modelo de sociedade (capitalista), de judicialização desses Direitos e, paralelo a isso, uma forte criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. A família favelada primeiro tem que provar que seu filho ou filha não era um traficante ou ladrão, como se ao serem deveriam receber pena de morte, para que depois a justiça contra esta morte seja ainda disputada! Alguns autores nos apontam que: “O lema dos Direitos Humanos, neste contexto, está fadado a ser, como atesta a história, uma ameaça à ordem estabelecida” (Yolanda Guerra, 2013). “Há aqui no Brasil uma combinação particular entre assistencialismo e repressão” – (Laura Tavares, 2000). Chega de genocídios! E em memória de: Ademir da Silva Lima, de 29 anos, André Gomes de Souza Júnior, de 16 anos, Carlos Eduardo Silva Pinto, de 23 anos, Ednelson dos Santos, de 42 anos, Eraldo Santos da Silva, de 35 anos, Fabrício Souza Gomes, de 26 anos, Jonatha Farias da Silva, de 16 anos José Everton Silva de Oliveira, de 21 anos, Renato Alexandre Mello da Silva, de 39 anos, Roberto Alves Rodrigues Devemos apontar a emergência da desmilitarização da polícia neste país. Não aceitaremos a descarada naturalização dos Direitos Humanos, a falácia da formalidade jurídica, essa expressão do Estado Democrático de Direito é intangível (intocável) pelo trabalhador pobre e, quando morador de favela, mais distante ainda!!! Esta polícia mata mais do que qualquer guerra! No site do Instituto de Segurança Pública podemos visualizar o registro de 1.350 autos de resistência ao ano (o homicídio legitimado que a polícia carioca acomete cidadãos brasileiros), nesta gestão do atual secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Em abril de 2013, última estatística publicada pelo Instituto, foram 38 cidadãos civis mortos, 1 policial militar e nenhum policial civil. Em abril de 2012 foram 45 cidadãos civis mortos, 2 policiais militares e 1 policial civil. Fonte: isp.rj.gov.br/Conteudo.asp?ident=150#. Fora os corpos que somem, que inúmeras famílias estão tentando na justiça provar o fato! Quem aqui acredita que a Polícia do Estado tem a pretensão de divulgar os números verdadeiros? Estes números são a expressão da anti-democracia, são mais que desumanos e covardes. Em 2009, pior ainda, 58 cidadãos civis para cada policial morto. Isso só no Rio de Janeiro. Os mapas de conflito do Estado, registrados no mesmo site, mostram a territorialização dos conflitos com a polícia militar. Os conflitos são em áreas de periferia do Estado, a maior concentração é a Baixada Fluminense, seguidos da Zona Oeste e Zona Norte. Esse é o terror das famílias pobres, é comprovação da existência da barbárie, já há muito tempo, real concreta. CHEGA DE CHACINAS, CHEGA DESSE EXTERMÍNIO, NÃO PODEMOS MAIS TOLERAR!!! Estaremos na frente do R.U central, amanhã, na tentativa de mobilização igualmente urgente. Precisamos colocar na agenda de debates desta Universidade a DESMILITARIZAÇÃO da polícia do Estado Rio de Janeiro e do país inteiro! Precisamos disputar a investigação da realidade em que estamos inseridos. Nós, moradores de um modo geral, estudantes que ali residem, estagiários que frequentam o Complexo do Maré para atividades de campo, professores que coordenam pesquisas de extensão na região, moradores da Ilha do Fundão e movimentos sociais oriundos deste território. Território alvo de violações insuportáveis, intoleráveis como a que vimos no último dia 27. Exigimos que a UFRJ se posicione enquanto importante unidade de formação crítica, enquanto importante espaço de debates, enquanto produtora de conhecimento científico e, ainda, enquanto avaliadora de políticas públicas e serviços sociais, como a política de Segurança Pública. Não podemos permanecer “estáticos” diante de um fenômeno que deve, ao contrário, nos mobilizar, nos fazer tremer de indignação e intransigência. Chega desta política de extermínio que configura a política de Segurança Pública há séculos no Estado do Rio. Polícia criada em 1889, um ano após a “abolição” da escravatura, polícia criada para perseguir e matar negros, no momento de modernização do mercado de trabalho daquele momento. É importante apontar essa característica da Polícia do Rio de Janeiro, para que se compreenda que a história das instituições não deve ser jamais descartada, para que seja compreendida em sua essência e nos apropriemos, a transformemos ou a coloquemos em extinção!!!! Todos ao ATO, EM MARCHA, nesta 3ª feira, às 15 horas, concentração na passarela 9 da Av. Brasil, manifestar nosso repúdio e CONJUGAR NOSSA LUTA À LUTA DOS MORADORES DO COMPLEXO DA MARÉ – COMPLEXO DE 17 FAVELAS QUE COMPÕEM A PAISAGEM FIXA DA ADJACÊNCIA MAIS PRÓXIMA AO CAMPUS DO FUNDÃO!!! CALADOS ESTAREMOS MORTOS!!! Ilca Bala (aluna da ESS e estagiaria e pesquisadora do NIAC/NEH- campo Maré
Posted on: Tue, 02 Jul 2013 14:58:07 +0000

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