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HÁ 50 ANOS ATRÁS... Diário Operacional – Equipe de Paraquedistas Precursores do NuBdaAet 09/03/1963 – SÁBADO: Pela primeira vez, foi hasteada a Bandeira Brasileira, em ANAUÁ! Fizemos uma formatura cerimonial e demos, ao Chefe dos índios Maiogongues, a honra de efetuar o hasteamento da Bandeira Nacional, o que ele fez muito compenetrado. Nas décadas de cinquenta e sessenta, a fronteira norte do Brasil, em seus limites com: Guiana Francesa, Suriname, Guiana (Inglesa), Venezuela, e Colômbia era somente ocupada e protegida pela Colônia Militar de Clevelândia (24 de março de 1919), pelo 3º Batalhão de Fronteiras (instalado, em Oiapoque, a 01 de janeiro de 1931), ambos no então Território do Amapá, e, daí, após cerca de 4.400 km de “terras de fronteira de ninguém”, em Cucuí (na margem esquerda do Rio Negro, na tríplice fronteira Brasil/Venezuela/Colômbia), no Estado do Amazonas, sede do 4º Pelotão Especial de Fronteira. Um Homem, idealista, patriota, de visão estratégica ímpar, excepcional administrador, além de exímio piloto – o Coronel Aviador João CAMARÃO Telles Ribeiro – concebeu, planejou, e pôs em prática diferentes ações, visando atenuar tal situação de abandono. Na Chefia do Estado-Maior da 1ª Zona Aérea (EM1), sediada em Belém/PA, começou por criar, em 1958, o Correio Aéreo Nacional da Amazônia (CANAM), prolongamento das atividades de desenvolvimento e integração do CORREIO AÉREO NACIONAL (CAN) para a Região Amazônica. No emprego do CANAM, criou e implantou o Trinômio FAB/MISSIONÁRIO/ÍNDIO, um acordo não escrito com Missões Religiosas da Amazônia, com a finalidade de manter os índios em solo brasileiro, assistidos/apoiados na preservação da sua espécie e de sua cultura. Assim, surgiu Tiriós (fins da década de cinquenta), a cerca de doze quilômetros da fronteira com o Suriname, com uma pista de pequena extensão, porém segura, aberta sob a orientação e com a participação direta do Cel. CAMARÃO, recebendo até as aeronaves Catalina CA-10 e Douglas C-47 do 1º/2º GAV, em apoio ao Missionário Dominicano Frei Cirilo, para ali designado pela recém-criada Prelazia de Óbidos (10 de abril de 1957). Como resultado dessa ação e do trabalho diuturno e permanente desse Trinômio, foi neutralizado o êxodo, existente à época, dos índios Tiriós para o Suriname. Tiriós foi o primeiro núcleo de assentamento humano, implantado a meio caminho daquelas “terras de fronteira de ninguém”, entre Clevelândia do Norte e Cucuí. Seguiu-se a ele a abertura da pista de pouso de Parima, na Serra do Parima (então Território Federal de Roraima), na fronteira com a Venezuela. Entretanto, era ainda muito pouco para a visão estratégica do Cel. CAMARÃO! Em 1962, esboça e põe em prática o Plano da Operação MAPUERA que, resumindo, consistia em abrir uma pista de pouso na região próxima à fronteira do Brasil com a Guiana Inglesa, a meio caminho entre Tiriós/PA e Boa Vista/RR. Sua existência era importante, como apoio da aviação na rota Belém/Boa Vista e pelo interesse de trazer de volta os índios brasileiros que, por razões diversas, atravessaram a fronteira em busca de melhores condições de vida na Guiana Inglesa. No período de 10 de dezembro de 1962 a 15 de março de 1963, foi realizada a Operação MAPUERA, com a construção das pistas de pouso de Anauá (margem direita do Rio Anauá), Uai Uai (margem direita do Rio Cafuini), e Clareira Pellegrino (mais abaixo de Uai Uai, no Rio Cafuini). A pista de Anauá ficou operacional para emprego das aeronaves Catalina CA-10 e Douglas C-47, com as instalações essenciais para apoio do trânsito dessas aeronaves. Uai Uai foi considerada pista de apoio para Anauá, e, a Clareira Pellegrino pista de emergência, em caso de necessidade. Da Operação MAPUERA participaram militares e civis da Força Aérea Brasileira (com o Cel. CAMARÃO comandando, dirigindo, e diretamente atuando), uma Equipe de oito Paraquedistas Precursores do Núcleo de Divisão Aeroterrestre, sediada no Rio de Janeiro/GB, e índios Wai Wai da localidade de Kana Shen, na Guiana Inglesa. Hoje – 15 de março de 2013, não podemos dizer que aqueles “cerca de 4.400 km” continuem sendo “terras de fronteira de ninguém”, contudo, em termos de ocupação humana e de segurança militar daquela região pouquíssimo evoluímos no rápido transcurso destes cinquenta anos... A Colônia Militar de Clevelândia do Norte, no Oiapoque, e o Comando de Fronteira do Amapá e 34º Batalhão de Infantaria de Selva (Cmdo Fron AP/34º BIS – 14/03/1968), sediado em Macapá, o Pelotão Especial de Fronteira (2ª Companhia de Fuzileiros do 2º Batalhão de Infantaria de Selva) e um Destacamento de Controle do Espaço Aéreo, em Tiriós/PA, e o 4º Pelotão Especial de Fronteira, em Cucuí/AM, são os nossos atuais baluartes de presença e de emprego militar nessa extensa faixa de fronteira. Em 25 de maio de 2012, sob o título “EXÉRCITO EXPLORA ÁREA NA FRONTEIRA ONDE NUNCA HAVIA PISADO ANTES”, matéria noticiosa registra: “Durante 13 dias, soldados mapearam trecho perto de Suriname e Guiana. Tropa descobriu garimpos, pistas clandestinas, tráfico de animais e trilhas.” e “Militares brasileiros realizaram pela primeira vez o reconhecimento de uma área na fronteira do Brasil com o Suriname e a Guiana considerada até então desconhecida pelos órgãos públicos. O levantamento ocorreu devido ao “grande desconhecimento” da região ao norte do Rio Trombetas, no Pará, e na tríplice fronteira.”. Autores da matéria mal informados ou tendenciosos? A Tropa Especializada em Guerra na Selva registrou a existência dos vestígios das pistas de pouso, abandonadas pela visão não estratégica de muitos há cerca de quarenta anos? Pois, uns e outros, deveriam pesquisar, encontrar, e conhecer os relatos sobre a Operação MAPUERA e o Diário Operacional – de 1963 – da Equipe de Paraquedistas Precursores do NuBdaAet! DIVULGUEM........................!
Posted on: Tue, 23 Jul 2013 11:02:29 +0000

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