Há quem ore. Há quem peça. Há quem espere, quem tenha pressa. Quem feche os olhos e deseje. Sempre haverá quem chore. Há quem busque, quem idealize. Há quem olhe pra alguém e logo personifique. Acredito que exista quem não dê bola (até que ele chegue). Há quem confunda, quem misture o que é. Há quem sinta arrepio da ponta da orelha até o dedão do pé. Quem prove e enlouqueça, quem coma e esqueça, quem nem saboreie e endoideça. Há milhares de tipos. Inclusive aqueles que se recusaram ao dom. Há quem suspire no tom, quem saiba um poema de cor só para uma ensaiada dedicação. (Vixe, la vem rima com "ão"). Há quem feche o coração, quem duele com a razão, quem fique meio sem noção, quem decida que é melhor dizer um puro e simples "não". Há enrolados cheios de "não agora", quem saiba fazer a hora, quem reclame que perdeu uma chance. A lista vai ficando grande, mas é que eu vou lembrando e te pergunto: enumerando os tipos de gente que se relacionam com o amor, quantos pares são possíveis compor? Todos, eu respondo. Sempre há um verso para um poema, um alguém pra um abraço quente, um enredo para um tema e um céu limpo pro melhor poente. Há sempre um indivíduo por aí, perdido entre os rostos desconhecidos que se veem aqui e ali. Uma hora ele te encara e sorri. E não vai importar qual era o seu tipo. Chegou sua vez, sua oração, seu grito. Nessa hora, seja o quão diferente o caso for, mesmo sendo todos iguais, ficamos mais parecidos ainda perante o Amor. ( Gustavo Lacombe - Textos, ideias e poesias )
Posted on: Sat, 03 Aug 2013 00:52:02 +0000
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