Há uma crise aberta e várias subcrises potenciais, uma das quais - TopicsExpress



          

Há uma crise aberta e várias subcrises potenciais, uma das quais envolve o PS Amanhã a crise aberta por Vítor Gaspar faz 20 dias. E é provável que ainda vá levar mais alguns para resolver. O país está parado quase há um mês por causa de uma quezília interna e imatura dentro do governo. Só Gaspar é que deve estar aliviado depois de ter deixado um testamento de incompetência assumida e uma carta assassina e voltado para o regaço do Banco de Portugal onde é consultor especial do presidente Carlos Costa, o que não deixa de ser uma inquietante informação. Ainda não se sabe em concreto o que vai resultar das conversações sobre a salvação nacional que Cavaco Silva impôs, até ele próprio tomar uma decisão final. Apesar de algum cauteloso optimismo presidencial, a verdade é que estamos praticamente no mesmo ponto. Cavaco tem perante ele as hipóteses que tinha antes e que vão da dissolução e convocação de eleições legislativas imediatas ou ao retardador (!?) até à aceitação da proposta de remodelação do governo ou à imposição da sua manutenção com acertos mas sem Portas como vice-primeiro-ministro (contrariando o que ainda ontem Passos reafirmou) e já com alguns putativos ministros desconvidados. Ainda ontem, na Assembleia, Portas teve de engolir as palavras de Maria Luís Albuquerque a reafirmar a política de Vítor Gaspar. Surrealista. Há portanto várias subcrises em aberto, enquanto em termos de calendário o Presidente tem até ao dia 4 de Agosto para tomar uma decisão, se entender convocar eleições legislativas coincidentes com as autárquicas de 29 de Setembro. Este turbilhão político projecta para o exterior uma imagem jornalística e económica dramática de um país que está a atravessar uma das maiores crises da sua História. Ironicamente, isso acontece num momento em que a Grécia, um país onde em rigor não havia Estado organizado, dá sinais de reestruturação interna. Qualquer dia são os gregos a dizer que não são Portugal. Nesta altura, há dois grandes protagonistas a marcar a crise que o governo espoletou. Um é Cavaco Silva que pode a todo o momento decidir em qualquer dos sentidos que deixou cautelarmente em aberto. O outro é António José Seguro que viu cair-lhe em cima a responsabilidade de traçar o rumo do PS. É um momento difícil, mas é também nas alturas mais complicadas que se conhece a têmpera dos líderes. Salvaguardadas as circunstâncias, é a hora de Seguro tomar e anunciar decisões, como há muitos anos foi a de Soares, a de Sá Carneiro e a de Mota Pinto fazerem escolhas decisivas sob a observação hostil do então chefe de Estado, Ramalho Eanes. Uma coisa é certa, soluções de meias tintas e negociações de faz-de-conta só agravarão a situação de alta tensão e extrema complexidade que vivemos e que ontem Cavaco Silva voltou a enfatizar numa inédita intervenção a partir das ilhas Selvagens em que deu sinais de optimismo moderado quanto à sua proposta. Estamos na hora do vai ou racha. O país merece uma clarificação sob pena de todos os agentes políticos e até mesmo o Presidente da República perderem autoridade para não dizer legitimidade, embora tenhamos de convir que não há razões para optimismo imediato do qual se levará muito tempo a recuperar se não houver uma clarificação política. ** Por Eduardo Oliveira Silva
Posted on: Fri, 19 Jul 2013 09:52:44 +0000

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