IBGE vai coletar sangue e urina para mapear saúde do brasileiro - TopicsExpress



          

IBGE vai coletar sangue e urina para mapear saúde do brasileiro Em pesquisa inédita, que começou a ser feita ontem em sete estados brasileiros, o IBGE vai coletar sangue e urina de cerca de 20 mil pessoas em 80 mil domicílios, distribuídos em 1.600 municípios de todo o país. A idéia da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, que será feita até outubro, é mostrar os hábitos dos brasileiros, relacionando-os à alimentação, à prática de atividades físicas e ao acesso aos serviços de Saúde. Outra contribuição importante será a avaliação da tendência da saúde do brasileiro, mapeando doenças e fatores de risco, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, anemia e obesidade. A dengue também será uma das doenças com destaque na pesquisa. O exame de sangue trará a informação do percentual da população brasileira que já entrou em contato com o vírus. Além dos exames laboratoriais, pela primeira vez uma pesquisa do IBGE fará a medição de dados físicos em escala nacional. Até então, o levantamento era realizado apenas com a aplicação de questionários. Em alguns domicílios visitados, um morador será sorteado, de forma aleatória, para preencher um formulário muito mais detalhado e fazer a medição dos dados físicos. É uma pesquisa totalmente dedicada ao tema da saúde. É a primeira vez que teremos pesquisas para saber da situação da diabetes no país, da anemia, sorologia da dengue, exame de função renal e a coleta do sal na urina, isso é completamente novo explicou Deborah Malta, diretora do Departamento de Análise de Situação da Saúde do Ministério da Saúde. As metas são a redução do tabaco, deter a obesidade, diabetes, reduzir o sedentarismo e o consumo de sal. A PNS é uma pesquisa domiciliar, com abrangência nacional e faz parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares. A previsão é que a pesquisa seja aplicada a cada cinco anos (já ocorreu em 1998,2003 e 2008) e que os primeiros resultados sejam divulgados em 2014. Como será a pesquisa ENTREVISTA. Antes de tudo, o IBGE envia aos domicilios selecionados uma carta explicando a Pesquisa Nacional de Saúde. A primeira visita não é agendada, já que basta que um morador responda às questões sobre o domicílio. 0 PDA, computador portátil do entrevistador, seleciona, de forma aleatória, o morador que responderá à segunda parte do questionário e fará os exames fisicos. EXAME DE SANGUE. Objetivo do exame de sangue é caracterizar o perfil lipidico (exame que expõe a dosagem decolesterol no sangue), a glicemia (taxa de açúcar no sangue) e a creatinina plasmática (exame que aponta problemas renais). Não será preciso fazer jejum. DENGUE. Resultado de exame específico para a dengue, que mostra quem já esteve em contato com o vírus. 0 exame vai mostrar se diagnósticos foram bem feitos. URINA. O exame de urina será feito para obter dados sobre a função renal e o consumo de sal. Questionário leva 90 minutos para ser respondido Técnicos do IBGE começaram a visitar as casas ontem para aplicar questionários e fazer coletas. São cerca de 250 questões, e o questionário completo pode levar até 90 minutos para ser respondido. Até o fim do ano, esta fase deve estar concluída para início da tabulação dos dados. O Ministério da Saúde estima que terá os resultados até o meio do próximo ano. Um pré-teste da pesquisa foi realizado no primeiro semestre. Foram feitas 500 entrevistas em Mato Grosso do Sul, Rio, Espírito Santo, Sergipe, Acre e Goiás. Segundo o ministério, o questionário foi bem aceito. O IBGE vai divulgar os dados relativos ao País, Estados e capitais, o que será importante para definir políticas públicas. A ideia do governo é repetir a pesquisa a cada 5 anos. Obesidade: um mal do século XXI que atinge o Brasil A obesidade vem se tornando um grande problema mundial, principalmente nos países emergentes e no Brasil a situação não é diferente. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil mais de 65 milhões de pessoas, cerca de 40% da população, está com excesso de peso e desse total, aproximadamente 10 milhões são considerados obesos. Atenta a essa tendência a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) comemora seus 50 anos de criação com o seminário “Obesidade: uma ampla visão”, que será realizado nesta terça-feira (13/8), em Brasília. A ABIA também vem, desenvolvendo um trabalho em parceria com o Ministério da Saúde para redução do sal nos produtos alimentícios processados. A principal origem de ingestão de sódio pelo brasileiro é o sal de cozinha, que representou 71,5% do total do nutriente ingerido no País, entre 2008 e 2009. A conclusão pertence ao estudo Cenário do Consumo de Sódio no Brasil, recém-elaborado pela Associação, com base em dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF (2008-2009) e da Pesquisa Anual de Serviços (2009), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A parcela restante do sódio consumido pela população brasileira, tanto nos domicílios como nas refeições fora do lar, teve origem no nutriente contido nos alimentos industrializados (13,8%), no pão francês (6,0%), nos alimentos in natura (4,7%) e nos alimentos semielaborados (4,1%). O estudo também conclui que, no período analisado, cada brasileiro consumia, diariamente, 1,031 quilos de alimentos e 4,46 gramas de sódio no Brasil, o correspondente a 11,38 gramas de sal, se aplicada a conversão de 1 grama de sódio para 2,55 gramas de sal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o consumo diário de sal não deve ultrapassar 5 gramas. Doentes e mutilados Há 13 anos a imprensa carioca chamava atenção para o crescimento alarmante das amputações de pacientes diabéticos nos hospitais de emergência do Rio de Janeiro. Hoje, os números não são muito diferentes. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBAVC-RJ) mostrou que 60% dos pacientes internados nas grandes emergências do Estado com "pé diabético" são submetidos à amputação do membro. Nos últimos anos, na cidade do Rio de Janeiro, houve um crescimento da atenção primária à saúde através do programa de saúde da família. Medicações para tratamento do diabetes, como a insulina, passaram a ser oferecidas gratuitamente. A despeito destes avanços, o triste cenário de mutilação nas salas dos prontos-socorros não se modificou. O alvo desta tragédia anunciada são homens e mulheres diabéticos com 63 anos, em média, que não encontram tratamento adequado na rede pública de saúde. Pior: as estatísticas mostram que cerca de um terço destes pacientes voltarão à emergência, até um ano depois, para uma nova amputação. A imensa maioria das amputações em diabéticos pode ser evitada. Já foi comprovado que o acompanhamento destes doentes, por equipes multidisciplinares de profissionais de saúde, é mais efetivo e econômico para o Sistema Único de Saúde do que o quadro que assistimos hoje, com internações tardias e altas taxas de amputações. No âmbito do SUS, em nosso estado, faltam equipes multidisciplinares, com médicos e enfermeiros, entre outros profissionais da área, organizados para este fim. Além de uma estrutura adequada para atender a demanda, que vem das unidades básicas de saúde, e evitar as internações nas emergências, desuno final desses infelizes. Falta interação entre estado, municípios e governo federal. Cerca de 30-40% dos pacientes internados em hospitais da cidade são de outros municípios, pacientes obrigados a viajar de uma cidade para outra em busca de atendimento. Falta, sobretudo, vontade política dos nossos governantes para propor soluções. No Brasil, estima-se que 14 milhões de pessoas sejam diabéticas. As projeções do impacto da doença para os próximos dez anos sugerem que estes números continuarão a subir e de forma acelerada. Nos próximos doze meses, se nada for feito a respeito, algo entre 100 e 200 mil pessoas serão submetidas à amputação de membros inferiores por causa do diabetes e pela ineficiência do poder público. Até quando? Radiação para detectar câncer Pela primeira vez no Brasil, testes de imagem para detectar o desenvolvimento de células cancerígenas usando a substância radioativa (18f) fluorclorina serão ministrados em humanos. Os exames serão organizados pelo Centro de Imagem Molecular (Cimol), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e devem ocorrer até o fim deste mês. Eles serão realizados em pacientes com câncer de próstata voluntários e contribuirão para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passe a permitir sua comercialização no Brasil. Se tudo correr bem no chamado "ensaio clínico" -- quando o fármaco é testado em humanos --, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e sediada no campus da UFMG, em Belo Horizonte, passará a produzir e comercializar a (18f) fluorclorina. "Essa substância já é utilizada na Europa há alguns anos e recentemente teve seu uso liberado para uso clínico nos Estados Unidos", explica o professor e coordenador de Medicina Nuclear do Cimol, Marcelo Mamede. Segundo ele, os exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) possibilitam diagnósticos mais precoces do que as tomografias e as ressonâncias magnéticas. Mamede conta também que a (18f) fluorclorina já foi testada em animais no Brasil. No procedimento, o radiofármaco é injetado no paciente e se espalha por seu corpo. O paciente passa a emitir radiação, que é medida pelo aparelho de PET, e as áreas onde há maior reprodução de células emitem maior radiação. A partir disso, é possível fazer uma imagem de tumores. "Você tem a pele ou o osso, e, quando o tumor começa a crescer, a estrutura muda de tamanho, de forma, de conformação. Mas nas tecnologias já estabelecidas, como tomografias e ressonâncias, há restrições em tamanho, em características e, eventualmente, só é possível fazer o diagnóstico depois de um tempo. Quando eu pego a PET usando radiofármacos, consigo fazer esse diagnóstico antes", frisa Mamede. O ensaio clínico, que deve ser concluído até o fim de setembro, já foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da UFMG e será feito em três grupos de 100 pessoas. O primeiro consistirá de pacientes já diagnosticados com câncer de próstata, mas que ainda não fizeram nenhum procedimento de tratamento, como quimioterapia ou cirurgia. O segundo será de pacientes que tiveram a próstata retirada (prostatectomizados) e que posteriormente foram diagnosticados com um leve aumento de PSA (Prova do Antígeno Prostático), que pode indicar reincidência de tumores. E o terceiro será composto de pacientes com alto risco para câncer de próstata, que fizeram biópsia guiada por ultrassom transrretal, mas o resultado foi negativo. Os pacientes participantes serão selecionados pelas equipes de urologia do Hospital das Clínicas da UFMG e do Hospital Luxemburgo, ambos na capital mineira. O resultado esperado do exame é que ele possa diagnosticar mais pacientes com câncer de próstata e com maior precisão. Marcelo Mamede destaca que a quantidade da droga a ser administrada não causa mal ao indivíduo. "Senão, o teste fica com uma conotação de cobaia. Não é uma cobaia. Nós já sabemos que o princípio ativo dele funciona, mas há uma exigência da Anvisa no Brasil. Há dados suficientes na literatura que comprovam que a (18f) fluorclorina funciona, o que nós estamos fazendo é replicando um ensaio que foi confirmado lá fora", garante.
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 17:14:55 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015