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IMPORTANTE: É muito fácil atirar pedras só por ouvir dizer, mas quando lembramos que cada um de nós é responsável e guardião da liberdade conquistada e da que queremos ampliar é fundamental prestar atenção aos fatos e quem os relata/edita e buscar mais informações. Na UFSC, o PET (grupo de pesquisa literária de graduandos) do Depto. Letras, realizou, nos dias 6, 7 e 8/11, importante evento de literatura sobre o Tema: Quem tem o direito ao Dizer? Tema fundamental para quem acredita no direito inalienável de todo ser humano e na democracia. O mesmo assunto tem ocupado muito espaço na mídia e nas redes sociais quanto à polêmica das biografias não autorizadas. O evento da UFSC vinha sendo organizado há mais de um ano e um dos convidados era o escritor Cesare Battisti (com 28 livros publicados na Europa, e 3 no Brasil, nos últimos 30 anos). No caso, dá para dizer que o convidado é a própria mensagem! Outro convidado foi o Prof. Carlos A. Lungarzo (aposentado Unicamp), militante de DH há mais de 35 anos, atuante em diversas entidades internacionais de DH e escritor, dentre outros livros, de: Os Cenários Ocultos do Caso Battisti . Obra fruto de intensa pesquisa realizada em toda a documentação oficial (processos) e jornalistica disponibilizada pela Itália, França e Brasil, além do acompanhamento pessoal de todo o processo no Brasil durante a prisão de CB e julgamento no STF. Refrescando a memória: No julgamento do STF ficou claramente definido que na Constituição Brasileira a decisão de negar extradição e conceder a imigração ao escritor era de exclusiva competência do chefe de estado. Esclarecendo um pouco mais, no Brasil, que é presidencialista, chefe de estado é o presidente da República (Lula, na época). O caso ocupou as manchetes de todas as mídias com horrorosas vociferações, tipicas dos que se dedicam a subjugar a mente das pessoas à mais absoluta alienação e incapacidade de pensar por si só. Lógico, com raras exceções, como algumas matérias da Isto é, por exemplo. Muitas vozes se levantaram, formaram-se Comitês de Apoio ao escritor Cesare Battisti em diversos estados do Brasil, apoiados por outros tantos comitês de apoio europeus. Intelectuais, estudantes, sindicatos e movimentos sociais mobilizaram-se em sua defesa e continuam atentos para a garantia de respeito a condição de IMIGRANTE dada à Cesare Battisti. Mas os fanáticos reacionários e a mídia golpista continuam referindo-se a CB não como imigrante, mas como refugiado, e não como escritor (atividade profissional que desempenha há mais de 30 anos), mas como terrorista, numa clara intenção de colocá-lo, na mente dos desavisados, como quem está, ou esteve até recentemente, atuando num grupo de esquerda chamado PAC que deixou de existir entre 1979 e 1980, e de onde CB havia saído antes por discordar dos assassinatos. TUDO É TÃO ABSURDO QUE É DIFÍCIL ATÉ DE RESUMIR !!! Mas para quem tiver interesse em aprofundar e compreender o caso, e o que ele esconde, os detalhes estão no livro de Carlos A. Lungarzo: Os Cenários Ocultos do Caso Battisti (Geração Editorial , 2012, Brasil), que terá edição atualizada lançada em fevereiro na França sob o título: Cesare Battisti: Les coulisses obscures (Ed. Viviane Hamy, 2014). O prof. Carlos a. Lungarzo, foi ao evento. Cesare Battisti recebeu recomendação para não ir. Quem tem direito ao dizer? acabou sendo um exercício prático no evento da UFSC. Cesare Battisti é imigrante no Brasil, como outros quase 500 mil que vivem hoje aqui, que podem quase tudo que um brasileiro pode: trabalhar, estudar, alugar ou comprar imóveis, criar seus filhos, estabelecer negócios, ir e vir pelo país, sair do Brasil e voltar, falar e escrever o que quiser e, principalmente, quando essa competência de falar e escrever é parte fundamental de sua vida, de sua profissão e sua garantia de sobrevivência. Pelo Estatuto do Imigrante um estrangeiro legalizado só não pode filiar-se a partido político e concorrer à eleições. Mas Battisti NÃO TEM DIREITO AO DIZER! Incrível! Escrever e dizer é sua atividade profissional, aquilo que lhe permitiu sobreviver com dignidade aos mais de 30 anos de descabida e desumana perseguição. Perseguição que só se explica justamente porque ele nunca se resignou a se calar e transformou-se num escritor de ficção reconhecido e respeitado. Escrever e falar sobre sua obra é aquilo que o torna um ser humano vivo, integro e inteiro... Ninguém tem o direito de lhe tirar isso. É uma outra condenação, desta vez ainda mais mortal. Aprisionam-lhe sua criatividade, sua atividade literária, sua sensibilidade e expressão artística, seu sustento e sua contribuição à sociedade. Caso este relato sensibilize a você, divulgue-o. A luta e a garantia da Democracia e dos Direitos Humanos não pode descansar nunca. Seu preço é a eterna vigilância!
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 17:59:09 +0000

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