INFORME DIÁRIO VETORIAL: O IGP-M mostra efeitos da - TopicsExpress



          

INFORME DIÁRIO VETORIAL: O IGP-M mostra efeitos da desvalorização cambial: Ainda que tenhamos séculos de experiência da área cambial - adquirida na história do capitalismo mundial, e diversos modelos econômicos para explicar o comportamento da economia diante das variações da taxa de câmbio - o anúncio de que a medição dos primeiros dez dias de inflação do IGP-M do mês chegaram a 1,02%, causou surpresa para muita gente. Mas não há como escapar do fato de que os preços subirão após a forte desvalorização que vem ocorrendo desde a metade do primeiro semestre. A intensidade e o tempo para essa "contaminação" depende do mercado de trabalho e dos preços internacionais de matérias primas. Quanto mais o mercado de trabalho estiver aquecido, tanto mais os preços subirão (os trabalhadores ficarão atentos aos aumentos dos preços e reagirão pedindo aumentos de salários) e quanto mais os preços internacionais das matérias primas e alimentos estiveram em alta, tanto mais os preços internos sobem. O mercado de trabalho já vem diminuindo fortemente o ritmo de contratações e deve continuar assim por algum tempo, já que os juros longos estão bem altos, inibindo os investimetos privados. Ajuda para desacelerar a economia, o estado geral do comércio global, que está sem perspectivas imediatas de melhora, com a Europa segurando a expansão do comércio com a sua já longa e profunda recessão. Estamos diante de um período que deverá confirmar crescimento baixo, baixa criação de empregos e inflação em alta; um pesadelo para os formuladores de política. A Pesquisa Industrial Mensal de Salário e Emprego do IBGE confirma a tendência, mostrando queda do emprego industrial pela terceira vez, com -0,2% em julho. Ainda que exista uma forte expectativa de reversão da queda do emprego na indústria, por conta da desvalorização cambial (real desvalorizado causa elevação das exportações), acreditamos que essa esperança seja exagerada. Nem o comércio internacional tem tanto espaço para acomodar uma alta de nossas exportações e, muito importante, é pouco provável que isso ocrrendo, haja compensação da queda da demanda doméstica, que tem participação muito maior na demanda de nossa indústria. Hoje os juros de dez anos das "treasuries" mantiveram-se estáveis na abertura - ao redor de 2,95% a.a. - mas os nossos subiram um pouco mais, a partir do "susto" do IGP-M. Vale lembrar que é o IGP-M que indexa os preços administrados como tarifas, mensalidades ecolares, aluguéis e outros ítens. A partir de janeiro os índices ao consumidor já começarão a contabilizar esses reajustes de contratos. Mas antes disso, no último trimestre do ano, eles subirão por conta dos preços livres, como alimentos e serviços, animados com as festas de fim de ano. A nossa inflação, após o refresco das últimas semanas, voltará às manchetes, indicando a possibilidade de que o índice acumulado em doze meses volte a "beliscar" o teto da meta do BC, de 6,5%. Quanto ao câmbio, com todas as ferramentas que o governo dispõe para "estabilizá-lo", ele continuará a causar agitação entre os brasileiros e seus iinvestidores. Como já dito repetidas vezes, somos uma PEQUENA ECONOMIA ABERTA nos modelos de macroecnomia internacional. Isso implica que não controlamos todos os preços ao mesmo tempo, já que boa parte deles é definido internacionalmente pelas GRANDES ECONOMIAS ABERTAS. Por mais que nossos formuladores se esforcem, a forma como a economia brasileira irá se adaptar aos movimentos do Federal Reserve, depende muito pouco de Brasília.
Posted on: Wed, 11 Sep 2013 13:57:55 +0000

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