INSTALAÇÃO DE UMA HORTA PUBLICADO POR IVONILDO FERREIRA - TopicsExpress



          

INSTALAÇÃO DE UMA HORTA PUBLICADO POR IVONILDO FERREIRA SANTANA como Instalar uma horta Na exploração das hortaliças, contrariamente com o que sucede com as grandes culturas (amendoim, cana, arroz, etc.) o agricultor não pode escolher a região ou clima mais indicado, dado ser instalada perto dos centros consumidores. Hoje dado às facilidades de transporte pode-se escolher tanto a região, como o clima, visando à produção fora da época normal. As hortas podem ser: Extensivas: de grande área (10 a 20 hectares) Intensivas: de pequena área (1 a 2 hectares) Domiciliares: micro áreas 50 a 500 m2. Escolha do terreno: Em se tratando de exploração olerícola, todos os tipos de terreno se prestam ao empreendimento. Esta regra é válida somente para medias e pequenas hortas. Na horta, a preocupação da fertilidade do solo deve ser pequena isto porque os terrenos utilizados serão profusamente trabalhados e adubados, dispensando, portanto, a riqueza natural. Não se quer com isso afirmar que se deva desprezar espontaneamente este fator mas, isto sim, que não devemos considerá-lo limitante na exploração das hortaliças. Esta afirmação encontra a seguinte justificativa para o problema: as hortaliças na sua maioria exploram o solo até o limite de 1 metro de profundidade. A faixa superficial desta camada é chama solo ativo ou arável e, como o nome indica, é a parte atingida pelas lavras (0,40 a 0,50 m). Esta faixa é a mais importante, pois, estando em contato com a atmosfera, recebe os benefícios do sol e das chuvas. Nelas a planta distribui a maioria de suas raízes, pois concentram-se nesta faixa os adubos, conetivos e micro-organismos indispensáveis à vida das plantas. Logo abaixo desta faixa superficial está o subsolo que age como um reservatório de elementos minerais carreados pela infiltração das águas. Quando, no solo ativo ou arável, há carência desses elementos, o subsolo lhe envia por capilaridade, tornando-o outra vez fértil. Analisando o solo, encontramos quatro elementos que são: argila, areia, ar e matéria orgânica. Para as hortaliças, o solo ideal deve ter 60 a 70% de areia, 20 a 30% de argila e 5 a 10% de ar e matéria orgânica, portanto solos demasiadamente úmidos não são indicados. Deve, ainda, apresentar pequena declividade, estar protegido dos ventos (principalmente do vento sul) e conter água em abundância para irrigação. Deve estar próximo dos mercados consumidores, possuir boas vias de transporte, apresentar facilidades para obtenção de mão-de-obra e estar em zona saudável. A preferência por terrenos de pequena declividade prende-se ao fato destes serem mais facilmente trabalháveis, possibilitando escoamento rápido das águas pluviais, manejo de máquinas de cultivo, colheita e transporte dos produtos da horta e para irrigação por gravidade. Os terrenos muito batidos pelos ventos devem ser evitados. A formação de grandes quebra-ventos, além de ser dispendiosa é também contra indicada, pois leva muito tempo para produzir os efeitos desejados. Devido ainda ao grande desenvolvimento de suas raízes, concorrem em água e elementos minerais com as plantas cultivadas na horta. A quantidade de água disponível é fator limitante para a olericultura e tem que ser estudado em detalhes. As terras de baixada em geral apresentam-se encharcadas, dificultando os trabalhos e impedindo a germinação das sementes. Nos períodos mais secos, as plantas morrerão fatalmente quando voltar a umidade, ocasionando o apodrecimento das raízes. Nestes tipos de terrenos devemos recorrer a uma boa drenagem escoamento das águas que estão em excesso no solo. A construção dos drenos pode ser desde a simples abertura de canais até a canalização por intermédio de manilhas ou de valas cimentadas. Cuidado, se o excesso de água é prejudicial às plantas, a falta também é. Se não houver água suficiente e de boa qualidade não pode haver horta Isto se justifica quando ficamos sabendo que na composição das plantas hortícolas entra cerca de 90% de água. A irrigação proporcionada pelas chuvas é insuficiente para as necessidades de uma horta e temos então que nos valer das irrigações artificiais, que se dividem, segundo os sistemas, da seguinte maneira: Irrigação por infiltração: consiste este método em conduzir a água para a parte mais alta da horta, por meio de bomba ou de canal adutor. Deste saem os canais de primeira ordem margeando os canteiros. Dos canais de primeira ordem partem os canais distribuidores de segunda ordem em sentido mais ou menos transversal de modo a irrigar as plantas por infiltração. Irrigação por aspersão: este é outro sistema de que pode se valer o horticultor. Em se tratando de pequenas hortas, a rega poderá ser executada com auxílio de regadores, mas à medida em que a exploração vai aumentando em área cultivada, o método de irrigação por aspersão também vai se aprimorando.; Temos então que nos valer de bombas especiais ligadas por canos leves, providos de junções de fácil manejo e de aspersores giratórios. Irrigação por inundação: nem sempre este sistema poderá ser utilizado. Limita-se quase que exclusivamente a agrieiras (canteiros de agrião). As águas dos ribeirões são as preferíveis desde que não venham impregnadas por resíduos de esgotos.. Deve o agricultor optar por qualquer destes sistemas, desde que atendam às necessidades de sua horta. O gasto de água, quando se utiliza irrigação por infiltração, é de 20 litros por metro quadrado e o gasto na irrigação por aspersão é de apenas 5 litros/m2. Devemos dar preferência por irrigar as plantas de maneira enérgica e mais espaçadamente do que irrigar fracamente e com certa Constancia. Regas inadequadas induzem a planta a emitir numerosas raízes superficiais em vez de raízes mais profundas, ocasionando pouca estabilidade e menor resistência às secas. As últimas horas do dia devem ser as preferidas para a irrigação. As primeiras também se prestam admiravelmente, especialmente nos meses mais frios. Escolha do local Proximidade do mercado consumidor: A horta deverá estar localizada em zonas próximas aos grandes centros consumidores, geralmente nos subúrbios das grandes cidades e nos arredores desta. Apesar disso, o local da horta deve ser saudável, sem agentes contaminantes. Esta exigência de localização se deve ao fato de que grande parte dos produtos da horta serem delicados e perecíveis. A boa localização é fator de sucesso na exploração das hortaliças. As viagens longas, em estradas ruins ou mal conservadas, danificam enormemente os produtos principalmente os que são acondicionados em caixas (tomates, berinjelas, etc.). Preparação do terreno Terreno bem limpo e convenientemente preparado são condições primordiais para a obtenção de maiores lucros. Costuma-se mesmo afirmar que um bom preparo do solo equivale a uma boa adubação. A primeira operação consiste na retirada parcial obre a área a ser cultivada. Preferivelmente deve-se eliminar toda e qualquer vegetação que vá concorrer em água e em nutrientes com as hortaliças. Às vezes, pode-se conservar algumas espécies vegetais que pelo seu grande valor ou por outras quaisquer, justifiquem sua permanência no local. Deve-se, contudo, estar ciente de que as árvores grandes exigem grandes quantidades de água e elementos minerais para sua manutenção, ainda muita sombra, prejudicando com isto o desenvolvimento hortaliças. Aconselhamos o arrancamento das árvores existentes, e o plantio de outras, de maior utilidade e em lugares mais convenientes. O destocamento deve ser perfeito, evitando-se com isto que os restos de raízes e troncos ocasionem dificuldades posteriores no manejo da terra. Uma vez executada a destoca deve-se encher novamente as covas com terra. Além desses casos, se o terreno estar encharcado, deve-se recorrer ao processo da construção de drenos a fim de se conseguir o saneamento completo da gleba. Completado o desbravamento, o passo seguinte será o da divisão do terreno em quadras, onde serão marcados e instalados os canteiros. Toda horta deve ser inicialmente dividida por dois caminhos chamados carroçáveis, cuja finalidade principal é facilitar o movimento dos veículos no transporte dos materiais para a horta e na carga dos frutos para a venda nos centros de consumo. Estes caminhos devem ir desde a porteira de entrada, passar pela frente de todas as benfeitorias da propriedade e chegar até ao campo de cultura. Sua largura mínima deverá ser de 2,60m devendo ainda ser para que as águas das chuvas corram livremente pelos lados onde deve ser construído pequeno rego pouco profundo promovendo, assim, escoamento rápido das águas pluviais. Uma das primeiras benfeitorias a ser executadas é a da perfuração do poço. Este será de suma importância para os trabalhos subseqüentes. Sua localização deverá ser bem estudada e preferivelmente deverá se localizar em nível superior ao local em que irá se construir a sede da propriedade agrícola. Será de inteira conveniência que ele diste no mínimo 50 metros das esterqueiras e 25 metros do campo de cultura. A escolha do local para a localização da casa-sede é de grande importância devendo estar situada em conformidade com o tamanho da propriedade. Se a propriedade for pequena, sendo a exploração agrícola intensiva a localização ideal será a da construção próxima à porteira de entrada. Se, todavia, a propriedade agrícola for grande e cuidar da exploração extensiva, localizaremos a sede em posição central. A construção das demais benfeitorias tais como cocheira, rancho para abrigar carroças, máquinas e implementos agrícolas, paiol, depósito de adubos etc., também deve ser cuidadosamente estudada. Sua localização deverá ser próxima à sede e estar no circuito compreendido pelos caminhos carroçáveis. Preparo do solo Uma vez completado o desbravamento e dividido o terreno de cultura em quadras; o próximo passo será o do preparo do solo. Inicialmente devemos nivelá-lo. Depois, revolvê-lo energicamente, o que se consegue com auxilio de enxadão ou de uma pá reta (para o caso de hortas domiciliares e intensivas) ou ainda com auxilio de arados movidos à tração animal ou mecânica (caso das extensivas). Em seguida, procede-se ao destorroamento, que no caso das hortas menores é feito com o próprio enxadão e na exploração extensiva é conseguido com o auxilio de grades movidas à tração animal ou mecânica. No caso de se instalar a horta em terrenos ideais, ou seja, os de baixada ou os de topografia plana, não existem maiores problemas. Todavia, se a região onde a exploração a ser iniciada apresenta variações de topografia acentuada, teremos que nos valer de certas técnicas imprescindíveis para o bom êxito do empreendimento. Vamos supor que tenhamos à disposição uma gleba de terra nas seguintes condições: - Topografia meio acentuada; - Existência de grotas ou de grandes buracos e - Exposição a ventos fortes, devemos tomar algumas providências: Com o fim de evitar que as águas das chuvas corram livremente, ocasionando o conhecido fenômeno da erosão, é que se deve marcar as quadras e nelas os canteiros em curvas de nível. Assim procedendo estaremos evitando que as águas pluviais “lavem” do solo os elementos minerais; Para amenizar a existência das grotas e dos grandes buracos, deve-se enchê-los com touceiras de bambus, pois suas fortes raízes contribuirão muito para que as grotas estacionem de tamanho; Quanto aos ventos, o mais danoso é o vento sul. O recurso a ser empregado é o da formação dos quebra-ventos. Na formação destes, são geralmente empregadas espécies vegetais pertencentes à família das coníferas (cedrinho ou tuia), gramíneas (bambu) e da família das mirtáceas (eucalipto). Deve-se, no entanto, ter em mente que os quebra-ventos são sempre formados por grandes árvores e estas possuem raízes que se estendem por muitos metros, concorrendo em água e elementos minerais com as plantas hortícolas. É fator contrário à existência dos quebra-ventos, a projeção das sombras das árvores que se formam, sobre as plantas da horta. Assim, com estas soluções, resolve-se as questões de topografia, acidentes do terreno e exposição imprópria a ventos. Como parte importante no preparo do solo, seja ele executado, com qualquer um dos instrumentos de subsolação, terá, todavia, que ser feito o mais profundo possível. O mínimo que se exige para a perfeita penetração das tenras raízes das plantas é uma aração a 30 centímetros de profundidade. Decorridos 2 a 3 meses após ter sido executada as arações e gradeações para o preparo do solo altamente conveniente a colocação por sobre a superfície dos canteiros de uma camada de esterco bem curtida na base de 20 a 30kg/m2. Segue-se sua incorporação ao solo por intermédio dos métodos já conhecidos (enxadão, pá-reta ou arado) e até a uma profundidade de 25 centímetros. Gradeia-se em seguida e com isto é dado por terminado o preparo do solo. As fundações compreendem duas operações que são: surriba e subsolação. Surriba: quando as camadas do solo e do subsolo não diferem entre si, podemos misturá-las. Assim procedendo, estaremos melhorando as condições físico-químicas de ambos. Subsolaçao: só é utilizada quando visamos melhorar o subsolo como próprio nome está a indicar. Se o subsolo apresenta-se compacto, impedindo o bom desenvolvimento das raízes das hortaliças o uso desta prática torna-se altamente desejável. O emprego de arados subsoladores é o indicado para o bom desempenho do serviço. Divisão da horta em canteiros Nas hortas extensivas a exploração das hortaliças é feita em grandes canteiros, que, por configuração natural do terreno, prescindem de valas de drenagem amiúdas, possibilitando o acesso às plantas, mesmo andando-se por sobre eles (tomates, abóboras, berinjelas, quiabo, etc.). Entrementes, na exploração domiciliar o na exploração intensiva há quase que uma obrigatoriedade de construí-los. Corno ficou estabelecido no capítulo da divisão do terreno, a gleba encontra-se dividida em grandes quadras, separadas pelos caminhos carroçáveis. Estas quadras, por sua vez, serão divididas em canteiros que no caso da pequena exploração devem variar de 1,00/1,20m de largura por 8,00/10,00m de comprimento e 0,10m de altura. Para separar os canteiros faz-se pequenos caminhos com largura de 0,50m. Os caminhos de separação entre duas séries de canteiros devem ter 1,00m de largura (caminhos secundários). A construção dos canteiros é feita retirando-se a terra dos caminhos, ficando, portanto, em plano mais elevado, o que possibilita o escoamento do excesso de umidade e protegendo as plantinhas do perigo das enxurradas. Nas grandes explorações onde quase todos os serviços são executados com arados e cultivadores, os canteiros deverão ficar no mesmo nível dos caminhos, podendo variar nas dimensões conforme as condições do terreno tipo de cultura que se vá explorar. Deve-se observar, no entanto, as curvas de nível do terreno e procurar locar as mudas de uma mesma linha na mesma altura. Os canteiros de semeação deverão se localizar num dos extremos da horta, próximos à água, longe de árvores frondosas e em solo bem drenado, pois o excesso de umidade do solo faz com que se manifeste a “mela”, moléstia muito comum em canteiros mal cuidados. A terra destes canteiros destinados exclusivamente a receber sementes deverá ser finamente pulverizada. Ferramental É grande o número e a variação dos utensílios usados na exploração das hortaliças em regime comercial. Entretanto, para as pequenas hortas domiciliares, poucas são as ferramentas utilizadas: um enxadão, uma pá reta, unia enxada, um regador de para 15 litros d’água e um plantador. À medida que a horta vai aumentando em área cultivada, vai aumentando também o número e a variação das ferramentas utilizadas no manejo terra. Além das ferramentas citadas para as hortas domiciliares, devemos acrescentar outras para as hortas intensivas: serão de grande utilidade o garfo, a pá curva, a colher, o sachinho, o ancinho, o ciscador, a régua, o cordel, o carrinho, os pulverizadores, e os polvilhadores. Todos esses instrumentos aqui apresentados são de vital importância para os tipos de exploração citados. Quando, no entanto, a exploração agrícola passa para áreas maiores (10/20 alqueires) seus usos tornam-se limitados e são mesmo colocados de lado. Como ferramentas e utensílios, aparecem os arados, as carroças, os tratores e seus implementos, os aparelhos de irrigação desmontáveis e as modernas máquinas para as pulverizações e polvilhamentos. Instalações acessórias Esterqueiras: Nenhuma propriedade agrícola que se dedique à exploração de hortaliças pode prescindir das esterqueiras, reservatórios que são de matéria orgânica. Sua localização deverá estar em conformidade com os interesses da horta. Devem, no entanto, ser mantidas a distâncias consideráveis do poço que fornece água à propriedade. A construção de esterqueiras de alvenaria é mais dispendiosa que a das construídas em terrenos simplesmente escavados; aquelas possibilitam, no entanto, melhor manejo do esterco no seu interior. As esterqueiras devem, sempre que possível, ser mantidas cobertas. O estrume deverá ser colocado em camadas no interior da esterqueira, intercalando-as por outra de capim-mato, feno de cocheira etc. Haverá, portanto uma alternância de camadas. Deve-se ter o cuidado de se observar uma distância a ser resguardada entre os bordos do esterco em formação e as paredes da esterqueira. Esta distância (+ - 30cm) é imprescindível para a circulação do ar, que irá colaborar na curtição da matéria orgânica. Quando a esterqueira estiver cheia, transporta-se o conteúdo para o lado da mesma, formando-se um novo bloco, bastante compacto, mas agora com as camadas mais recentes, em posição inferior. Espera-se até a perfeita curtição. Reservatório de água: É um anexo importantíssimo. Sua capacidade é variável, de acordo com as necessidades da horta. Deverá ficar em local próximo ao canteiro de semeação e de outros que exijam água em abundância e na ocasião certa. Depósitos para máquinas e para adubos: Os depósitos para máquinas poderão ser um simples galpão, sem nenhuma vedação lateral. Podem, no entanto, ser completamente vedados, prestando-se também para almoxarifados. Os depósitos para adubos devem ser vedados, sem goteiras, responsáveis que são, às vezes, pela perda do precioso adubo armazenado. Cercas: Este importantíssimo anexo da horta nem sempre é levado em conta pelos horticultores. Servem para proteger a horta de visitas inoportunas tais como: galinhas, vacas, cavalos e outros animais silvestres. As cercas podem ser de duas categorias: 1) Cercas mortas: construídas de madeiras, tela de arame, arame farpado, bambus, etc.; 2) Cercas vivas: quando são formadas por plantas com espinhos, que podem ser a aberia, cafra, poncirus trifoliata, etc. ou sem espinhos, que podem ser ficus Murta, Ligustrun, etc. Formação de cercas vivas Escolhida a espécie vegetal, obtêm-se as mudas para o plantio. Estas mudas devem ter 20/30 cm de altura. O espaçamento mais indicado para o plantio das mudas é de 20cm, podendo ser modificado para mais ou menos (entre 10 e 30 cm), conforme a conveniência do horticultor. Um método bastante eficaz para se obter plantas bem incorporadas e desenvolvidas consiste na observância das podas de rebaixamento. Quando as mudas alcançarem 60 cm de altura, fazemos a primeira poda de rebaixamento e as reduzimos para 30 cm. Quando alcançarem 80cm de altura, poda-se novamente, reduzindo-as para 50cm, podendo fazer quantas podas necessárias para a obtenção de uma cerca bem formada. Adubos Fertilizantes e Corretivo É todo material que, melhorando as condições físicas, químicas ou biológicas do solo, concorre para o aumento das colheitas. É, por todo material que aumenta a fertilidade do solo. Classificação: Os adubos são classificados em três grandes grupos: adubos que possuem os elementos maiores (macronutientes); adubos que possuem elementos secundários essenciais às plantas e adubos que possuem elementos menores (micronutrientes) essenciais às plantas. Quando se preconiza uma só adubação química 10-10-10, para todas culturas aqui focalizadas, substituindo superfosfatos, cloretos de potássio, salitre do Chile etc. será para facilitar a adubação, pois esses adubos simples não são encontrados no mercado. Caso fossem encontrados, o lavrador teria a necessidade de misturá-los em casa, em quantidades certas, incorporando essa mistura no esterco etc. A compra do adubo químico já misturado pelo fabricante facilita a sua aplicação na lavoura, economizando a mão de obra. Mas, porque 10-10-10? Porque essa mistura já possui 10% de azoto, 10% de ferro e 10% de potássio em entidades iguais. Pode ser que o lavrador misture incorretamente, incorporando azoto demais, fósforo demais ou potássio demais. Nunca de menos. É melhor pecar por excesso do que por falta. Na verdade, uma adubação correta, racional só é possível com os resultados da análise do solo da horta ou do pomar, que os laboratórios oficiais ou particulares fazem, a pedido. Os próprios analistas já mandam as porcentagens de fertilizantes que se deve colocar no solo. Pode ser 10-10-10, ou 4-14- 8, ou 3-15- 3, ou 10-15-10, ou 12-16-12, assim por diante. E na falta dos resultados dessa análise, é que preconizamos o uso do adubo químico 10-10-10 A Adubação Mistura de adubos Convêm que se mostrem num gráfico bastante elucidativo os adubos que podem e os que não podem ser misturados. colocar imagem Compatibilidade e incompatibilidade dos adubos Pode-se afirmar que existem dois tipos de incompatibilidade entre adubos: - incompatibilidade física: que é observada quando queremos misturar indevidamente dois ou mais adubos, sendo um deles hidroscópico (muito úmido) transmitindo, portanto, umidade aos demais; - incompatibilidade química: que se dá quando a mistura de dois ou mais adubos, resulta em perda por volatilização ou na conversão de formas solúveis em formas insolúveis ou ainda provocando os efeitos da “retrogradação” que é a passagem de uma forma facilmente assimilável para outra de difícil assimilação. Adubos Orgânicos Composição e efeitos A matéria orgânica do solo resulta principalmente de resíduos vegetais, embora os restos animais contribuam significativamente na sua formação. Assim o gado, os microorganismos do terreno, os insetos e o próprio homem, direta ou indiretamente, participam na decomposição dos resíduos vegetais e na sua distribuição pelas camadas do solo. Por essa e outras razões é que encontramos terrenos com diferentes níveis de matéria orgânica. Esses níveis alcançam o valor máximo nos solos turfosos e descem ao valor mínimo nos solos desérticos. Esterco de curral é o que há de mais precioso numa propriedade agrícola. A composição química da matéria orgânica é bastante complexa, variando desde o material fresco que tem os mesmos componentes nos organismos vivos, até os produtos do desdobramento destes. As substâncias das quais a matéria orgânica se origina podem ser classificados em 3 grupos: polissacarídeos: celulose, hemicelulose, amido e substâncias pécticas; lignina: ocorre nos tecidos lenhosos das plantas e protrína: é a fonte do nitrogênio para as culturas. A matéria orgânica no solo causa um efeito melhorador das propriedades físicas, químicas e biológicas; além de reservar os nutrientes para as culturas. Neste segundo efeito, ela pode ser substituída com vantagens pelos adubos minerais, mas, em relação ao primeiro, é considerada insubstituível. Esterco de curral Na composição deste adubo orgânico entram invariavelmente três componentes: fezes, urina e cama. Os dois primeiros componentes - fezes e urina - geralmente são produzidos por eqüinos, bovinos, ovinos, suínos e aves. O terceiro componente – cama - é fornecido por materiais diversos tais como: palhas, folhas secas, serragem, turfa e terra. As primeiras são as mais usadas. Os excrementos sólidos dos eqüinos e ovinos por serem menos aquosos e entrarem em decomposição mais rapidamente com pronunciado aumento de temperatura são chamados excrementos quentes, enquanto que dos bovinos e suínos pelas razões contrárias, são, chamados excrementos frios. O quadro que segue nos mostra a composição química dos excrementos sólidos e líquidos dos diversos animais. Compomente Equinos Bovinos Ovinos Suínos Sol % Liq % Sol % Liq % Sol % Liq % Sol % Liq % Água 75;8 90;0 83;5 93;8 65;5 87;5 81;0 97;0 Matéira orgânica 21;0 7;0 14;6 3;2 31;4 8;0 12;0 2;1 Cinzas 4;2 3;0 1;9 3;0 3;1 4;5 4;0 1;2 Nitrogênio 0;44 1;5 0;3 0;6 0;6 1;9 0;6 0;4 Fósforo 0;32 0;9 0;17 - 0;3 - 0;3 0;1 Potássio 0;35 1;6 0;1 1;3 0;15 2;3 0;3 0;8 Pela análise do quadro, conclui-se que os excrementos sólidos são mais ricos em matéria orgânica e fósforo que os excrementos líquidos, isto porque os animais em questão são herbívoros (alimenta-se de vegetais). Com relação ao potássio, encontramos as maiores porcentagens deste elemento na urina (excremento líquido). Geralmente o nitrogênio é encontrado em maiores porcentagens também na urina, salvo para o caso dos suínos. É interessante, também, saber qual a quantidade de excrementos fornecidos pelos animais por dia a fim de que possamos calcular a quantidade de esterco que podemos produzir na propriedade agrícola. No quadro que se segue apresentamos as médias diárias e anuais de excrementos produzidos por 1.000 Kg de peso vivo por diferentes espécies de animais. Animal kg sólidos p/ dia kg líquidos p/ dia kg totais p/ dia toneladas p/ ano Cavalo 20 05 25 9,1 Vaca leiteira 25 10 35 12,7 Bezerro em engorda 15 06 21 7,6 Suínos 24 17 41 15,0 Ovinos 11 06 17 6,2 Aves --- --- 12 4,3 De posse dos dados acima e sabendo-se que, para produzir 1 tonelada de esterco de curral, são necessários 7/8 do peso, em esterco, e 1/8 na forma de cama teremos aproximadamente: 1 tonelada de esterco de curral = 875 Kg de esterco + 125 Kg de cama. Contudo, devemos considerar, ainda, que o esterco recém produzido pelos animais nunca está em condições de ser aplicado no solo prontamente. Sabe-se que 1/3 em média se perde; teremos, então, um peso aproximado de 700Kg ao invés de 1 tonelada (1.000 Kg). Depois de sabermos como se produz o esterco de curral, teremos que pensar na sua conservação pois sua produção é contínua, ao passo que o seu gasto se efetua em determinadas épocas. Para se conservar este adubo orgânico de tão grande utilidade na olericultura, construiremos as esterqueiras, da qual já nos referimos anteriormente. Composição química do esterco A composição química do esterco de curral curtido é variável. Esta variação se deve principalmente ao seu teor em água, ao sistema que foi empregado para sua conservação e, logicamente, na riqueza das fezes, em elementos minerais, dos animais que as produziram. Todavia, os seguintes dados podem ser considerados como básicos. Água .......................................................75,00% Matéria orgânica .....................18,0% a 20,0% Cinzas ..........................................4,0% a 5,0% N ................................................. 0,4% a 0,5% P2O5 ............................................. 0,2% a 0,3% K2O5 .............................................0,4% a 0,6% Ação fertilizante do esterco O esterco exerce múltiplas ações diretas e indiretas. O seu efeito direto é devido a presença de todos os elementos fertilizantes em quantidades percentualmente pequenas, mas significativas, devido às grandes doses que são usados. Não há dúvida que, como simples fonte de nutrientes, o esterco pode ser substituído com vantagem econômica pelos adubos minerais. Entretanto, os efeitos indiretos que o esterco é capaz de produzir em vista do seu alto teor em matéria orgânica, não podem ser conseguidos pelos fertilizantes minerais que dela não dispõem. Adubos verdes Adubação verde é feita com o plantio de uma leguminosa (só leguminosa), que produzem, em média, as seguintes quantidades de massa: Crotalária junceae ............................................................ 20 t/ha Feijão de porco ................................................................ 11 t/ha Soja perene ........................................................................ 14 t/ha Mucuna anã ....................................................................... 13 t/ha Guandu ............................................................................... 15 t/ha A crotalária e o guandu são arbustos e só devem ser plantadas sozinhas. Feijão de porco, soja perene e mucuna são plantas baixas e não trepadeiras. Portanto, podem ser plantadas nas entrelinhas de um pomar. As culturas de adubos verdes são feitas com finalidade de serem incorporadas ao solo para melhorá-lo física, química e biologicamente. O nome adubação verde se deve ao fato das plantas que estão servindo de adubo serem enterradas ainda jovens. Usualmente utilizam-se leguminosas (crotalária, guandu, feijão de porco, soja perene etc.) para se fazer uma adubação verde e as plantas que a ela se destinam devem procurar satisfazer as seguintes condições: Pertencer à família das plantas leguminosas, pois estas vivem associadas com bactérias do gênero rhizobium capazes de fixar o nitrogênio molecular, isto é, nitrogênio do ar; Possuir sementes do tamanho médio (1.000 a 50.000 sementes por quilo); Ter crescimento rápido; Produzir massa verde em abundância; Produzir sementes fáceis e abundantes; Ser resistente a pragas e moléstias; Ser de fácil incorporação e decomposição no solo; Não ser trepadeira. Ação fertilizante Quando se empregam adubos verdes, deve-se cortá-los com grade de discos, estando as plantas ainda imaturas, antes da florada. Explica-se este procedimento pelo fato das plantas neste estágio de desenvolvimento serem mais ricas em elementos minerais de fácil incorporação e decomposição no solo. Quando as leguminosas são cortadas depois de floridas ou frutificadas, pouco resta da sua riqueza para cedê-la ao solo. Este tipo de adubo pode ser de uso limitado nas explorações hortícolas (caseira e intensiva), deixa de ser comentado com amplos detalhes, como o esterco de curral, por este se prestar, mais especificamente, a olericultura. O emprego dos adubos verdes encontra maiores possibilidades na exploração hortícola quando esta é feita em grandes áreas - culturas extensivas. Composto O composto é um adubo orgânico proveniente da mistura de todos os resíduos existentes ou produzidos na propriedade agrícola, reunidos e preparados com a finalidade de melhorar física, química e biologicamente as propriedades do solo. As cinzas de cozinha, reboco, folhas caídas das árvores, mato capinado, lama, lixo, pala de milho, etc. bem misturados e depositados em covas para se decompor completamente, constituem material de primeira ordem para a adubação das hortaliças. Material inoculante: na produção do “composto” tem-se necessidade de um material que funcione como fonte de microorganismo que atuarão sobre o material orgânico para decompô-lo. Um bom inoculante pode ser preparado da seguinte maneira: 30 litros de estrume fresco; 35 litros de estrume em fermentação; 5 litros de cinzas de madeira; 5 litros de terra urinosa e água suficiente para tornar a mistura mais líquida do que sólida. Uma vez preparado o material inoculante, distribui-se sobre a camada de detritos, juntamente com palha de café e cama de animais para, juntamente, sofrerem a fermentação. Terra urinosa é aquela proveniente da raspagem de mangueirões ou cocheiras, rica em bactérias e fungos. Preparo do composto No preparo do “composto” pode-se utilizar vários métodos, sendo os mais conhecidos os de Howard (Indore) e o Aloisi Sobrinho. - Aloisi Sobrinho: distribui-se o material básico (lixo, palha de milho, lama, folhas caídas das árvores, mato capinado, etc.) numa área de 4 x 9 metros e numa camada de 5 cm de espessura; molha-se com água e esparrama-se a mistura inoculante, junta-se a seguir uma camada de 5 cm de cama de animais, palha de café ou material semelhante. Torna-se a molhar e a esparramar mistura inoculante. Repete-se tudo novamente, até se conseguir um monte de 60 a 80 cm de altura. Completada a instalação, distribui-se uma camada de palha por cima apenas para proteger o monte. Deve-se observar que, ao se fazer o monte, não haja muita compressão do material, pois isto dificultaria o arejamento, fator preponderante para a perfeita curtição do composto. Como medida de precaução para facilitar o arejamento costuma-se abrir buracos verticais para a penetração do ar. Procede-se também aos reviramentos do monte, sendo o primeiro em 15 dias, o segundo e o terceiro com intervalo de 30 dias, finalizando a compostagem. O composto deverá ser mantido úmido, com regas freqüentes, sem exagerar. Deve-se manter o composto a uma temperatura de 60 a 70ºC. É de todo interesse conservar o composto abrigado contra o sol e a chuva a fim de evitar perdas, principalmente de nitrogênio que ocorre quando da fermentação da amônia. Uma construção de baixo custo e apropriada é um simples rancho de pau a pique. As paredes deixam passar o excesso de umidade e o telhado impede os raios solares e a chuva. Em 3 ou 4 meses, o “composto” estará pronto para ser utilizado. Composição, ação fertilizante e emprego A composição dos compostos, em vista da heterogeneidade do material usado na sua fabricação, é muito variável. Contudo, os seus valores médios, desde que se usem os materiais básicos citados, a mesma mistura inoculante, palhas de café, camas de animais, giram em volta de 0,82% do N; 2,20% de P2O5 e 0,13% K2O. A ação fertilizante e o emprego do composto equivalem a do esterco de curral curtido. Outros adubos orgânicos Além desses adubos comentados, existem outros, mas de emprego menos freqüente nas hortas, tais como os guanos, a farinha de sangue, a farinha de carne, as tortas oleaginosas etc. Um outro adubo orgânico de grande valor é o esterco de galinha. Na sua composição encontramos os seguintes teores: 2% de N; 2% de P2O5 e 1% de K2O. É um adubo mais rico em elementos minerais, que o esterco de curral. Distribuição dos adubos Aplicar o fertilizante no lugar certo é quase tão importante como usar formula e a quantidade adequada. Existem diversos tipos de distribuição dos adubos: 1.“a lanço”: aplicação uniforme sobre a superfície do terreno. 2.“no fundo do sulco”: o adubo é colocado diretamente no fundo do sulco de plantio. 3.“em faixa”: o fertilizante é colocado em uma ou duas faixas ao lado da semente ou planta, em seu desenvolvimento. 4.“em linha”: coloca-se o adubo, recobre-se com uma camada terra e semeia-se. 5.“em coberturas” - “lateral” ou “superior”: o adubo é aplicado na cultura depois de germinada a semente. A cobertura é lateral quando se faz a distribuição ao lado da linha de cultivo. A cobertura é superior quando se faz a distribuição sobre a cultura (não é utilizada na horta, só nas pastagens) A localização dos adubos para as culturas das hortaliças é muito importante, sendo, no geral, aplicados de modo a se localizarem 5 cm mais ou menos abaixo da semente. Adiante será comentada individualmente, por cultura. Adubadeiras Inúmeras são os tipos de máquinas especializadas na sua distribuição. Essas máquinas denominam-se adubadeiras ou adubadoras. Classificação A classificação deste grupo de máquinas agrícolas é feita de acordo com vários itens. Costuma-se classifica-las levando-se em conta a natureza do adubo ou a forma de distribuição ou, ainda, a tração da máquina: Segundo a natureza do adubo 1 Adubadoras para adubos orgânicos sólidos 1.1 de 4 rodas; 1.2 de 2 rodas; 1.3 de 1.500 a 5.000 kg. 2 Adubadoras para adubos pulverulentos (químicos e sólidos), pode ser: 2.1 de adubação em linha; 2.2 a lanço 2.3 em cobertura 2.4 de calcário, etc. 3 Adubadoras para adubos líquidos e gasosos 3.1 de chorume 3.2 de amônia anídra. Segundo a forma de distribuição do adubo 1 Adubadoras de distribuição em linhas 1.1 de uma linha 1.2 de várias linhas 1.3 no sulco de plantio 1.4 em cobertura 1.5 para fins especiais 2 Adubadoras de distribuição a lanço 3 Adubadoras de cobertura total (distribuidora de calcário e de cal) Segundo a maneira de tração da máquina 1- Manual 2- Tração animal 3 - Tração a trator
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 18:45:26 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015