INVÓLUCRO A carne abriga a alma como grades de prisão O olhar é descuidado Anseia a liberdade pura das flores Do céu azul ou cinza... O calor sufoca O som batido faz a alma insone O corpo manda Mas a alma não quer não. Quem dera a pele fosse brisa Terna e pura como o vento leste Quem dera a carne fosse mar Rebentação Livre de molduras comportadas Ouro, prata Materiais admiráveis... Quem dera os olhos Fossem centelhas do universo Livres de reger De credos Livres da película tradição... A carne tranca a alma Em ser e em regressão Saber-se e construir-se Sobre as velhas concisões. Quem dera o sangue fosse rio E o desejo fosse magma Liberto... Quem dera as cores fosse anis E os lábios folhas de palmeiras Quem sabe até luar. Quem dera.
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 06:04:16 +0000
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