Ilusão de controlo por VIRIATO SOROMENHO-MARQUES No dia 1 de - TopicsExpress



          

Ilusão de controlo por VIRIATO SOROMENHO-MARQUES No dia 1 de maio de 2003, um exultante George W. Bush declarava sobre a invasão do Iraque: "Missão Cumprida!" A realidade é que, depois disso, mais de 4300 soldados americanos foram mortos e 30 mil feridos, na guerra que já tinha acabado... O número de civis iraquianos mortos e feridos, esse, é incalculável. A utilização de armas químicas na guerra civil síria é de todo condenável. Mas considerar que é possível, de acordo com Washington, retaliar "moralmente" com bombardeamentos cirúrgicos que terminam ao fim de 90 dias, como diria Talleyrand, "é pior do que um crime, é um erro estúpido". A intervenção americana não parece poder obter nenhum objetivo político razoável (o reforço dos "rebeldes", onde se encontram os fundamentalistas da Al-Qaeda, e outros inimigos dos EUA e do Ocidente, não é de todo razoável). Uma guerra não pode escapar à lógica dos custos e dos benefícios. Neste caso, os custos são enormes e visíveis. Os benefícios, esses, são obscuros e inconfessáveis. Com certeza, a intervenção irá aumentar o número de vítimas inocentes e levar à especulação no preço do barril de crude. Os EUA, que nos últimos cinco anos conseguiram autarcia energética com a revolução operada nos combustíveis não convencionais, sobretudo o gás de xisto, podem passar ilesos. Mas a Europa e muitos países emergentes vão sofrer economicamente com a aventura que se prepara. Já nem falo no risco de alargamento do conflito que pode fazer explodir a própria escala da guerra. Como explicar, então, esta teimosia? É mais um sinal de que no mundo complexo em que vivemos, onde para desempenhar qualquer função é preciso perícia e treino, só a política parece ser o oásis onde se juntam muitos dos que padecem da mortífera ilusão de controlo.
Posted on: Mon, 09 Sep 2013 09:39:24 +0000

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