Inéditos de Manuel Alegre em «Andam Pela Terra os Poetas» Para - TopicsExpress



          

Inéditos de Manuel Alegre em «Andam Pela Terra os Poetas» Para ver em: youtu.be/B1bgcswHSes Manuel Alegre foi o convidado de mais uma sessão do ciclo “Andam Pela Terra os Poetas”, uma iniciativa dinamizada pela MinervaCoimbra em parceria com o Casino Figueira. Esta segunda-feira, coube a Nicolau Santos (director adjunto do Expresso), José Ribeiro Ferreira (professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e Vasco Pereira da Costa (escritor, antigo director do departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Coimbra e ex-Director Regional da Cultura ), conduzirem o serão que girou, como não podia deixar de ser, em torno da poesia – a conhecida e publicada e ainda dois inéditos, com que Manuel Alegre quis brindar a assistência –, mas também da música: Joana Alegre, acompanhada por Miguel Picciochi (guitarra), cantou, pela primeira vez em público, três temas que compôs para poemas do pai. Na presença de alguns dos convidados anteriores deste ciclo – António Arnaut e António Vilhena, para além de Ribeiro Ferreira –, Manuel Alegre foi descrito como “personalidade inquieta e insatisfeita, com a errância inquiridora como temas fortes das suas obras, em especial na poesia”. Manuel Alegre, por seu turno, admitiu que “escrever poemas na nossa língua, nesta época de globalização, em que o inglês é o novo latim, é um acto de resistência”, mas rejeitou as revoluções puramente poéticas. “Não há mudança sem uma poética da revolução, mas não é a poesia que faz a revolução, ainda que muitas vezes as tenha antecipado”, disse. Das suas mudanças, também é a poesia que, em grande parte, dá conta. “Seria muito difícil escrever as minhas memórias em prosa, por isso faço-o nos meus poemas”, afirmou. Já os sonhos, ainda que ficcionados, têm lugar no texto corrido, nomeadamente no seu mais recente livro. Nobel: Carlos Drumond de Andrade merecia-o antes de Saramago De que poetas gosta o poeta?, perguntaram, durante a noite, a Manuel Alegre. A resposta surgiu imensa, recheada de referências a Camilo Pessanha, “extraordinário”; António Nobre, “seria bom que o relêssemos”; Mário de Sá-Carneiro, “fantástico do ponto de vista da subversão da linguagem”; Fernando Pessoa, “que é sozinho, com os seus heterónimos, uma Literatura inteira”; Cesário Verde, Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner e, claro, “Camões, a morada suprema, o poeta fundador da língua”, elencou. “Toda a poesia é musical, mas Camões quase se pode assobiar”, frisou. Na poesia de expressão lusófona a preferência é clara: “Carlos Drumond de Andrade, aliás, não percebo como é que não lhe deram o Prémio Nobre. Antes do Saramago”, sublinhou. Nas outras latitudes a poesia tem bons representantes mas, considerou Manuel Alegre, “ainda não ao nível dos grandes poetas de Portugal”. Ao longo da noite, Manuel Alegre recordou ainda o tempo de exílio, iniciado três dias após aquele que terá sido “o primeiro discurso público contra a guerra colonial”. Foi para os Açores e apaixonou-se por aquele Portugal genuíno. “Quando descobri o Pico escrevi 12 poemas num só dia”, ilustrou. E por causa destes e de muitos outros «pormenores», que muitas vezes apenas se lêem nas entrelinhas publicadas pelos poetas, Manuel Alegre defende as antologias. De Ruy Belo, por exemplo. “Eu próprio precisava de ser antologiado”, concluiu. Outubro com poesia no feminino no Casino Figueira Isabel Garcia, da MinervaCoimbra, anunciou, já no fim da noite, que Outubro trará ao Casino Figueira mais poesia, desta feita no feminino. A data e o nome serão brevemente divulgados.
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 17:07:58 +0000

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