Johannes Janzen A incapacidade da ciência de mover-se do "É" - TopicsExpress



          

Johannes Janzen A incapacidade da ciência de mover-se do "É" para o "DEVERIA SER" Prezados, Reproduzo a seguir o trecho final do artigo "MORALITY AND NATURALISM’S COUNTERINTUITIVE CLAIMS: RESPONSE TO DAWKINS, PART V" escrito pelo filósofo 'Paul Copan'. Dawkins admite: “A ciência não tem métodos para decidir o que é ético”. O estudo dos processos naturais não podem “extrair” a partir da maneira como as coisas são para o modo como as coisas deveriam ser. No entanto, por que Dawkins considera a religião “a raiz de todo o mal”, como o documentário da BBC afirma? O escritor popular Michael Shermer afirma que os nossos remotos antepassados transmitiram geneticamente para nós o nosso senso interno de obrigação moral, e isso é reforçado pela pressão do grupo. Em última análise, perguntar: “Por que devemos ser morais?” É como perguntar: “Por que deveríamos estar com fome ou excitados?” Mas isso não quer dizer que eu tenho a obrigação moral de comer. Eu só tenho essa inclinação [para comer], e eu faço isso. Se eu não comer, então irei morrer de fome. C. S. Lewis estava familiarizado com esse raciocínio. Ele argumentou que, dadas estas condições naturalistas, os impulsos morais não são mais verdadeiros (ou falsos) “do que um vômito ou um bocejo.” Pensar “Eu deveria” está no mesmo nível de “eu anseio.” Na verdade, “meu impulso para servir a posteridade é apenas o mesmo tipo de coisa que minha predileção por queijo” ou preferir cerveja leve ou amarga. Tudo o que o naturalismo pode fazer é descrever o comportamento humano. Ele não pode PRESCREVER o comportamento humano, nem pode FUNDAMENTAR a obrigação MORAL. Como passamos do “É” do mundo natural para o “DEVER” da ética? O naturalismo não inspira a confiança de que realmente temos deveres e que devemos ser virtuosos. Se as crenças éticas são simplesmente estão conectadas em nós para a nossa aptidão e sobrevivência, não temos nenhuma razão para pensar que essas crenças são verdadeiras ou que devemos agir de certa maneira; essas crenças simplesmente “são”. Se, como Francis Crick argumenta, a identidade humana (“você”) é simplesmente “o comportamento de um vasto conjunto de células nervosas e suas moléculas associadas”, então tal perspectiva é apenas acidentalmente correta. Afinal de contas, essa crença é o resultado do “comportamento de um vasto conjunto de células nervosas e suas moléculas associadas”! Em sua palestra na Nova, Richard Dawkins disse que todo mundo sabe que o estupro é errado. Como ele pode dizer isso de um ponto de vista “científico”? E se o estupro é totalmente natural, aumentando a sobrevivência e a reprodução? O livro “A Natural History of Rape” (co-autoria de um biólogo e um antropólogo ) afirma que o estupro pode ser explicado biologicamente : “[O estupro] é um fenômeno natural que é um produto da herança evolucionária humana” comparável “às manchas do leopardo e ao pescoço alongado da girafa”. Como isso funciona? Quando um homem não consegue encontrar uma companheira, sua subconsciência o impele para reproduzir a sua própria espécie forçando a si mesmo sobre uma mulher. Tais atos acontecem no reino animal (por exemplo, marreco macho ou escorpiões “voadores”). Agora, os autores não defendem o estupro; na verdade, eles afirmam que estupradores não são escusados pelo seu comportamento. Mas temos que perguntar: por que se opor a um ato que é tão “natural” como granola? Por que parar um ato que pode aumentar a sobrevivência e a reprodução? Apelar a um padrão de fora da natureza sugere a existência de uma esfera transcendente - que a natureza é insuficiente para explicar a nossa oposição ao que é natural. Dado o naturalismo, parece que os seres humanos poderiam ter evoluído de forma diferente e herdado crenças morais um tanto contrárias para o “jogo de xadrez” da sobrevivência. O que quer que sejam essas regras, elas ainda nos direcionam para sobrevivência e reprodução. Ruse (com E.O. Wilson) dá um exemplo: ao invés de evoluir dos “primatas moradores da savana”, nós, tal como os cupins, poderíamos ter evoluído necessitando “habitar na escuridão, comer as fezes uns dos outros, e canibalizar os mortos”. Se o último fosse o caso, teríamos que “exaltar tais atos como belos e morais” e “achar que é moralmente repugnante viver ao ar livre, dispor as fezes do corpo e enterrar os mortos”. De acordo com Ruse, a nossa consciência moral (“um senso de certo e errado e um sentimento de obrigação a ser, portanto, regido”) é de “valor biológico”, serve como “uma ajuda à sobrevivência”, e “não possui existência para além disto”. Ele alegou, ao contrário, que a moralidade é uma ilusão corporativa ludibriada sobre nós por nossos genes para nos levar a cooperar. O teísta não tem que tomar tais posições contra-intuitivas e fazer tais ginásticas metafísicas. Ele está devidamente assentado para afirmar a dignidade intrínseca e o dever moral enraizado em um Criador, extremamente valioso e digno de adoração. Tal perspectiva moral flui mais naturalmente do teísmo do que do naturalismo. Palavras-chave: naturalismo, teísmo, ciência
Posted on: Thu, 03 Oct 2013 21:21:39 +0000

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