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LEIDE ZU CURTAM A NOSSA PAGINA>>Assunto Paranormal Retalhos De Minha Infância UM VELHO TÍMBIRA COBERTO DE GLORIA GUARDOU A MEMORIA DE UM MOÇO GUERREIRO DE UM VELHO TUPI. E A NOITE NA TABA SE ALGUÉM DUVIDAVA DO QUE ELE CONTAVA DIZIA PRUDENTE MENINOS EU VÍ! A sua voz rouca, ecoava em meus ouvidos enquanto ele recitava para mim a sua poesia preferida. Os seus passos na sala eram fortes, aliás, a sua presença era bem forte, os sapatos de cromo alemão que ele usava costumavam fazer um ruído singular, algo impossível de se descrever. Não só a voz sua era forte mais o seu temperamento também. Eu embebia tudo que aquele homem dizia. Para mim aquele senhor no alto dos seus 48 anos, careca, desdentado, gordo e baixinho era o Maximo. É caro leitor, o meu pai para mim era o Maximo pena que era só para mim, pois para as outras pessoas ele era o cão em forma de gente. Era temido por todos, tido como um homem violento, que junto dos seus capangas já havia matado famílias inteiras. Mas para mim ele era o homem que eu amava e respeitava e que me protegia. O seu livro de poesia preferido, não consigo, lembrar o nome devido há tanto tempo passado, mais ou menos trinta anos. Mas quando fecho os olhos o vejo perfeito, sua capa era vermelha e dura e ficava sempre na estante de madeira negra que ficava na nossa sala de estar junto com os seus livros de direito penal. E me lembro dele me dizendo: _Claudio meu menino você tem que aprender uma coisa um homem que e forte não teme a morte só teme fugir! E eu no auto dos meus setes anos de vida ouvia tudo que aquele homem tão odiado por uns e tão, mas tão amado por mim dizia. Ele costumava me dizer: _Quando você crescer tem que ser como seu velho pai, um advogado criminalista que todos temem, e não um borra botas qualquer!Dizia-me ele em sua eterna arrogância enquanto ensinava-me a segurar seu revolver. Apesar em sua insistência para que eu segurasse e me familiarizasse com aquele objeto sempre tive certa resistência ou até mesmo pavor daquele objeto, sabia no fundo do meu coração infantil que nada de bom poderia sair daquela arma. Como eu ia dizendo caro leitor um bom pai ele era, mas como marido era péssimo. No sitio afastado de tudo praticamente isolado do mundo que nós três morávamos só as árvores e os pássaros eram testemunhas das surras incontáveis que ele dava em minha pobre, mas guerreira valente mãe. Quando ouvia o barulho do motor de seu novíssimo opala vermelho já me punha a correr em seu encontro dizendo: _Papai chegou! Mal ele descia do carro eu me jogava em seu colo e o abraçava com saudade (ainda hoje sinto saudades dele). Ele costumava chegar em casa pontualmente as 20h00min todos os dias gritando: _Maria sua vagabunda, piranha onde está você? Ao que ela respondia: _To na cozinha fazendo o jantar Toni! E lá ia aquele homem que nessas horas mais se parecia com um bicho descontar na minha mãe toda frustração que ele tinha tido no dia. E mais uma vez ela era surrada sem ao menos saber o motivo. E eu tentava impedir que isso acontecesse, me agarrando nas pernas dele tentando fazer que aquele louco parasse de bater na minha mãe, mas acabava apanhando junto dela. Todo dia era a mesma coisa, pancada para lá pancada para cá. Era realmente um homem muito temido, pois certo dia ele bateu tanto em minha mãe que ela decidiu procurar uma delegacia para registrar uma queixa contra ele. O delegado vendo a toda machucada foi logo dizendo com seu jeito de machão: _Dona, a pessoa que fez isso com a senhora é um monstro, é só você dizer o nome do bicho responsável por esse ato de brutalidade que eu e os meus homens vamos à captura desse selvagem agora mesmo!Bradou o delegado que era tido como o homem mais valente do nosso minúsculo município. Minha mãe apesar de relutante começou a falar o nome: _Senhor ele chama-se Antonio Cavalcanti Bianchi e o senhor vai ach...!Dizia minha mãe quando foi brutalmente pelo agora temeroso delegado. _A senhora está falando sobre doutor Bianchi?Perguntou o delegado. _Sim, por quê?Perguntou minha mãe. _Mil perdões senhora, mas eu sou pai de família, não posso me arriscar mexendo com esse homem!Disse o delegado enquanto expulsava minha mãe toda machucada de sua delegacia. E assim sem ter alternativa e nem alguém que pudesse ajudá-la segurou firme na minha mão e voltamos para nossa casa onde aquele monstro a esperava para dar-lhe outra surra por ela ter saído sem a permissão dele. Como advogado de renome que ele era às vezes tinha que fazer algumas viagens a trabalho para visitar possíveis clientes e não raramente chegava a passar até uma ou duas semanas longe de casa. Dando a mim e minha mãe tardes, noites, manhãs, ou melhor, dizendo dias maravilhosos livres de sua presença conturbada. Certo dia ele acordou bem humorado dizendo que tinha uma viagem marcada, para ser bem sincero acho que ele tinha que ir para outro estado, pois como eu era bem pequeno nessa época e a minha memória hoje em dia já não e tão boa não consegue lembrar ao certo qual era o seu destino, a única coisa que me lembro e que naquele dia ele não estava com sua inseparável arma, me beijou no rosto me deu um abraço bem apertado ajeitou seu terno preto de risca branca enfrente ao espelho do seu quarto pegou as suas chaves do carro em cima do criado mudo que ficava ao lado da sua cama e partiu dizendo: _Maria vou ter que viajar por uns dias toma conta do nosso filho direito hein!Falou meu pai em tom brincadeira enquanto passava com seu opala pelo portão do nosso sitio. Foi como se uma nuvem negra tivesse dissipado dando lugar ao vigoroso sol de verão. Minha mãe sempre tão tristonha passou a sorrir um riso tímido, mas mesmo assim um riso. Eu na minha meninice pedia para ela fazer bolinhos de chuva (como eu adorava os bolinhos de chuva que ela fazia). Ela como sempre para fazer as minhas vontades fez o tal bolinho para mim. Eu comia com gosto aquelas guloseimas açucaradas fritinhas e crocantes por fora com um recheio pastoso. Ela brincou comigo no nosso quintal próximo ao pé frondoso de jabuticaba a tarde inteira. _Mamãe vamos to com saudades de vó Nicéia vamos a casa dela hoje?Perguntei a minha mãe já cansado da brincadeira que fazíamos. _Vamos sim!Respondeu minha mãe depois de pensar um pouco. Fomos do jeito que estávamos. Andamos por algum tempo não sei precisar quanto à única coisa que e que chegamos à casa da minha avó materna ao entardecer. A residência dela era no mesmo município que a nossa, mas era relativamente distante. Quando lá chegamos foi aquela festa minha amada vó fazendo de tudo para me agradar como de costume. A noite já ia alta quando minha mãe decidiu que já era de retornarmos para casa. A rua apesar de não ter iluminação publica estava clara como o dia iluminada pela lua cheia que brilhava em um céu sem nuvens. Minha mãe me contava histórias sobre reis, princesas, escravos e coisas do tipo. Ao chegar próximo ao nosso portão qual não foi a nossa surpresa ao ver o carro de meu pai estacionado no quintal a porta da sala que dava para a varanda aberta e ouvir o som da televisão que estava bem alto. Na mesma hora me desvencilhei da mão da minha mãe e fui correndo em direção da casa gritando: _Papai chegou !!! Mas ao chegar à porta de casa em vez de ver meu papai de braços abertos a me esperar! O que eu vi foi meu forte e bravo pai caído em meio a uma enorme poça de sangue com um cajado de madeira ao seu lado (Pena pai que o cajado que o senhor usou para se defender não o salvou dos tiros que alvejaram seu peito e sua cabeça). E tudo escureceu para mim e de mais nada eu lembro! Pai hoje faz 28 anos que o senhor morreu e como homenagem ao senhor eu digo aquele verso que sempre ouvi em teus lábios. E assim morre o forte no passo da morte triunfa conquista o mais alto brasão!
Posted on: Wed, 02 Oct 2013 01:20:29 +0000

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