LEITURAS (96) - O ÚLTIMO BAILARINO DE MAO - Li Cunxin confessa-se - TopicsExpress



          

LEITURAS (96) - O ÚLTIMO BAILARINO DE MAO - Li Cunxin confessa-se sem complexos nem tabus: a pobreza; a miséria; a superstição; a fome; a falta de tudo. Que mundos, que séculos, que tempos, que geografias ele atravessou em tão pouco tempo. Inteligente, corajoso e com mérito? Sem dúvida, mas algo também o ajudava, um anjo (ou algo que não o sendo fazia o papel de anjo, para os mais incrédulos, sorte). Na aldeia pobre, por acaso, foi escolhido para a escola de dança da senhora Mao em Pequim. A solidão e a luta terrível para aguentar e ser o melhor. A América e os seus contrastes que reconhece e comenta com ironia: "Na China, ser-se magro era um sinal de pobreza e ser-se gordo significava que se tinha dinheiro para comprar boa comida. Descobri mais tarde que, na América, muitas pessoas iam de propósito a dispendiosas clínicas dietéticas só para perderem peso. Podia ajudá-las facilmente, pensei, era só enviá-las para a China e dar-lhes a comer aqueles inhames secos durante uns tempos." / A deserção na América. O ostracismo na China. O continuar, lutar, amar, deixar de amar, encontrar o amor, família, filhos, o fim de ostracismo na China onde sempre regressa por pouco tempo, a Austrália. Ele, por tudo, um herói? Sem dúvida. As lutas, as mudanças, as sortes, os azares, obrigaram-me a pensar na minha própria vida, em paralelos impensáveis e inexistentes, mas o livro vinha na hora certa, até já o aceitava como de entre-ajuda, quando li que do livro filme fora feito e Li Cunxin escrevia: "Lá no fundo, porém, acalentava a esperança de que, tal como o livro, um filme pudesse dar às pessoas novas esperanças e coragem nas próprias vidas." // (Há dias, em Viseu, vi A Gaiola Dourada, filme que trata da temática de emigrantes portugueses em Paris. E não é que, nunca tendo trabalhado fora de Portugal, mas dentro (na Figueira da Foz, em Viseu, em Cascais, por exemplo) me considerava emigrante dentro do meu próprio País? Claro que o lucro foi sempre meu, abri a mentalidade e horizontes, colecionei novos amigos, conheci gente notável, escrevi, publiquei e, ao regressar à terra natal, foi uma delícia inefável ver certos figurões a cumprimentar com superior condescendência, pessoas ontem metidas em negócios de carros roubados e de tráfego de droga investidas em alta sociedade local e as promoções pessoais e socias exercidas através da marca do carro).
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 10:39:43 +0000

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