LIVRO GRANDE LAGO DO URSO - CAPÍTULO 3 COMPLETO - A REDOMA 27 de - TopicsExpress



          

LIVRO GRANDE LAGO DO URSO - CAPÍTULO 3 COMPLETO - A REDOMA 27 de outubro de 1938, quinta-feira. Murray, Olsen, Carter e suas montarias, bem como os cavalos de carga, caminhavam com lentidão pela planície gélida. Pretendiam no prosseguimento da ronda visitar as famílias Norman e Wesson, que viviam perto uma da outra bem no extremo norte do Grande Lago do Urso. Quando fosse efetivada a próxima expedição em campo, provavelmente na primavera de 1939, pretendia falar seriamente com Jules Duval. Porém alimentava em seu coração o medo característico dos apaixonados que têm a intenção de se declarar a mulheres que vivem isoladas de qualquer contato com o mundo civilizado. “Ela me aceitaria porque talvez alimente genuíno amor por mim ou porque não existe ninguém mais que lhe surja galante diante dos olhos?” – perguntou-se bem lá no fundo da alma, enquanto observava com atenção redobrada e olhar inquisitivo os dois constantes companheiros de ação. Havia, no entanto, outras dúvidas na pauta: “Jules Duval concordaria em deixar que a filha casasse e partisse para viver em Fort Franklin? Um pai com toda a justiça tão ligado à sua prole acaso permitiria que Juliette viesse a residir onde quer que Murray fosse designado para servir à corporação?”. O sargento, num passado não muito distante, soldado ainda vestibulando na composição de patrulhas de ronda, acompanhara em parte as tristezas da família Duval quando a mãe das então quatro crianças falecera exatamente dando à luz Brigitte. Nessa época Juliette era só uma menina franzina e cheia de sardas que vivia emburrada pelos cantos da casa, com o queixo firmemente colado ao peito, trancando-se sempre num dos quartos todas as vezes em que membros da patrulha da polícia montada surgiam. Mais recentemente a trágica morte de Pierre também viera a ferir bem lá no fundo o coração de todos os membros da isolada família. Tudo indicava que Juliette passara então, de seu mutismo e zanga tradicionais, a contribuir mais para preencher o dia a dia da família Duval com sorrisos e alegrias justamente para, de algum modo, compensar tais perdas. Era como se a menina quisesse, enfim, estancar disfarçadamente as lágrimas de Jules, seu pai, repor o brilho intenso que antes de tais desastres havia nos olhos de Robert e fazer com que Brigitte não se sentisse órfã de mãe de maneira alguma. “Não sei se terei o direito de privá-los dela!” – pensou. “Sargento Murray! Olhe lá adiante!” – berrou Carter “Olhar o quê?” - perguntou o sargento ainda entretido com seus pensamentos. “Luzes que mudam de cor, ora estão verdes, no instante seguinte ficam vermelhas, de repente exibem-se amarelas, cintilam e se locomovem rápidas com intenso brilho por de sobre aquelas elevações!” – apontou o soldado com o indicador da destra. De imediato Murray sacou do alforje um binóculo de longo alcance e conduziu-o até a altura dos olhos. A análise que fez alongou-se pelo menos por um minuto. Em seguida passou o binóculo a Carter, retirou o chapéu e coçou o couro cabeludo com ânimo inusitado. “É... parece que o garoto de Jules tinha mesmo razão em demonstrar exagerada curiosidade a respeito! Está um dia excessivamente claro e assim não há como explicar o fenômeno com base em maluquices atmosféricas. Passe-me o binóculo outra vez!” – pediu Murray. “Senhor! Cuidado! Estão vindo em nossa direção!” – exclamou, atônito, o soldado Olsen. “É verdade, sargento, olhe!” – confirmou Carter. “Sim... e mudaram de cor... agora estão azuis... dificil percebê-las com o céu mostrando-se também tão azul!” – argumentou Murray escancarando um sorriso de conformação. O sargento afastou o binóculo da face e piscou os olhos diversas vezes para readaptar o foco de sua visão à paisagem. Nesse exato momento, três dos diversos pontos de luz passaram em altíssima velocidade sobre suas cabeças. A despeito de darem a nítida impressão de que haviam passado bem rentes ao topo das copas das árvores, nenhum galho das mesmas se havia movido e também, por conseguinte, nenhum dos “mounties” escutou qualquer farfalhar das folhagens. Não se pôde notar também o ruido de qualquer motor ou o silvo característico causado por deslocamentos de ar. ‘”Ufa! Não é todo dia que se vê tais coisas! O que podem ser, meu Deus? Acaso perceberam que ao longe todas as luzes se moviam em separado e depois, as três que se destacaram das demais e vieram rumo a nós, acoplaram suas bordas formando um só bloco triangular maior?” - indagou Murray a seus acompanhantes. “Sim, sargento. Acho que...” – começou a dizer Olsen interrompendo-se bruscamente. “Fale, soldado! Pode dizer o que pensa!” – animou Murray. “Bem... senhor, não me leve a mal e nem pense, por favor, que eu esteja fora de meu juízo perfeito mas... bem... acho que não são fantasmas e sim gente que tenha vindo de algum ponto longinquo do espaço!” – declarou Olsen com o olhar esgazeado. “Todos nós aqui presenciamos algo muito estranho, não é mesmo, Carter? E creio, amigo Olsen, que nenhum de nós se considera fora do juizo perfeito! Portanto sossegue já que as hipóteses podem ser muitas e essa que você mencionou, sobre seres de outro mundo, embora eu, Murray, prefira esperar antes de realmente afirmar algo, não pode ficar fora da lista de possibilidades.” Aos poucos a soma das três luzes azuis foi tomando a forma de um círculo achatado que parecia lentamente girar. Mantinha-se tal círculo pairando sobre a paisagem há uns 40 metros de distância e a uns 15 metros de altura. Sua cor mudou para verde e depois para amarelo. Os policiais em ronda tiveram a nítida impressão de que uma das três partes originais, então, se destacou novamente e se descoloriu, ganhando invisibilidade cada vez maior. Num piscar de olhos todas as demais luzes fizeram o mesmo. “Foram embora, senhor?”, indagou Carter. “Sinceramente... não sei! Podem tanto ter se locomovido para longe de nós quanto ainda podem estar por aqui sem que, por causa de sua maleabilidade prismática, as possamos ver! Agora vamos todos, eu e vocês, debater em conjunto se valerá mesmo a pena fazer o que vimos constar integralmente de nosso relatório de viagem! Sou pela menção à verdade sempre, a qualquer custo e a qualquer preço, mas devido às circunstâncias...?” – preocupou-se Murray. “Entendo, senhor... o problema não somos nós, que a tudo realmente vimos e testemunhamos, o problema seria a interpretação que nossos superiores dariam ao relato que fizermos” – comentou Carter. “Certamente nos chamariam de vítimas de alucinação coletiva!” –afirmou sorrindo Olsen. “E a partir de então a verdade nua e crua por culpa de falhas alheias de interpretação poderia ser desastrosa para nossas carreiras! Pessoas sujeitas a alucinações individuais ou coletivas jamais entrariam em quaisquer listas de promoções!” – exclamou com vigor, Murray. A televisão estava ligada num filme policial, com todos os requisitos ortodoxos à ação intensa: automóveis repletos de bandidos armados até os dentes perseguindo e atirando sem parar sobre o carro antiquado do herói do enredo, um detetive particular de meia idade que transportava no banco do carona a usual jovem bonita, ingênua e indefesa. Como sempre ela acabara metendo o nariz onde não fora chamada. Astrogildo dormia sentado no sofá enquanto Aninha , sua filha, fazia o mesmo com a cabeça apoiada em seu ombro. Da parte alta da residência chegavam resquícios do som metálico da máquina de costura acionada por Charlotte enquanto o menino Rubens Lemos tentava editar no computador da família mais um trabalho de escola. De súbito a campainha do portão da garagem tocou. “Mãe! A campainha!” – disse o filho. “Não se preocupe! Seu pai está na sala vendo TV e ele atende!”. Decorridos mais alguns instantes, o som se repetiu. “Desce, Rubinho e vá ver quem é. Mas não abra a porta da sala sem acender primeiro a luz da garagem para poder divisar lá fora melhor e conferir tudo pelo olho mágico. Melhor ainda, acorde seu pai que com certeza pegou no sono para que ele, e só ele, decida o que fazer antes de abrir a porta”. O menino desceu a escada que dava para a sala em alta velocidade, De relance olhou o pai e a irmã dormindo no sofá e sorriu. Apanhou o controle remoto e reduziu a quase o mínimo o volume do televisor. Decidiu não seguir o conselho que a mãe dera para primeiro acender a luz da garagem e só depois olhar através do olho mágico. Aproximou-se então do visor e tentou observar quem teria tocado a campainha contando apenas com a ajuda da parca iluminação proveniente de um poste localizado no outro lado da rua. “Minha nossa! É o vovô! Pai, acorda, é o vovô!” – disse Rubinho praticamente gritando. “Calma, Rubens, para que todo esse escândalo? Quem é mesmo que está ai? Por acaso você disse vovô?” – quis saber Astrogildo, esfregando os olhos para afugentar o sono. “Sim, pai, é o vovô, vou abrir já a porta!” – “Calma, “seu” apressado, deixe que eu abra!” – ordenou o pai. “Mas pai, se é só o vovô eu também posso abrir!” – desabafou Rubinho fazendo cara de desapontado. Nesse preciso momento Charlotte, atraída pelo vozerio, acabara de descer os degraus da escada que conduzia à sala. “Olha só quem está ai!” – disse bem alto Astrogildo – após acender a luz da garagem e confirmar em pé na calçada, defronte ao portão, a figura sorridente de Robert Duval. “Oh! Meu pai! Que saudade! Por que não telefonou que viria?” – perguntou Charlotte sorrindo, após o visitante inesperado ser introduzido na sala. “Assistiram ao noticiário da TV e souberam da ponte da linha férrea que caiu?” – indagou Duval, apenas por simples formalidade. “Sim, vovô, nós soubemos!” – comentou Rubens. “Pois bem – esclareceu Duval – em sabendo que eu, sempre que possível, prefiro viajar de trem e até que fossem informados para valer que nenhum desastre envolvendo pessoas houvesse acontecido, ficariam intensamente preocupados comigo, correto?“. Diante da concordância de todos afirmou: “Pois bem, além de querer lhes fazer uma bela surpresa foi muito bom, também, eu não ter necessitado em nenhum momento deixá-los apreensivos” – esclareceu abraçando um a um com extremo afeto. A tempestade de neve começara a despencar firme e forte. O trio de policiais montados destacava-se na paisagem exorbitantemente alva por força única e exclusiva da vermelhidão proposital de seus uniformes. Num panorama onde a brancura predominasse só mesmo tal vivaz e diferenciada cor poderia conduzi-los ao reencontro, caso viessem por qualquer razão a se perder uns dos outros. No olhar de todos surgiu num crescendo incessante medo intenso e voraz. Carnes e ossos tanto deles quanto dos animais enregelavam-se gradualmente mais e mais. Com a neve lhes subindo quase à altura dos estribos das celas, faltando pouco para alcançar o ventre dos animais, houve um momento em que as passadas dos cavalos já se tornavam praticamente impossíveis. “Sargento! Sem dúvida vamos morrer congelados! Nunca testemunhei algo igual em toda minha vida!” – exclamou Carter, tiritando e batendo as arcadas dentárias sem cessar. “Mantenha os nervos no lugar!” – sugeriu o comandante. O raciocínio de Murray saltava de uma ideia para outra sem obter o mínimo repouso. Apesar da coragem e experiência em enfrentar situações tão perigosas quanto inusitadas, num ambiente natural por vezes extremamente hostil, não conseguia desta vez antever quaisquer soluções. E sentiu no fundo de seu coração que classificar a presente situação apenas como perigosa pareceria estúpida inverdade. Além dos próprios policiais, suas montarias corriam também mortal perigo. Havia prazo adequado e fatal para que o sangue nas veias de todos ali presentes começasse a congelar. Como pedras de dominó, dispostas em pé sobre um tablado, derrubadas umas após as outras após um piparote dado na que se encontrasse à frente, dentro em pouco o resfriamento avançaria tirânico e sem volta, transformando em sepulcrais estátuas equestres e cândidas, homens e animais. “Senhor, sei que é contra o regulamento mas confesso-lhe que sempre trago comigo escondida no alforje uma garrafa de uísque cheinha até o gargalo. Juro que é só para o caso de tais emergências! Posso abri-la e tomar alguns tragos?” – perguntou Olsen. “Comecemos então pela sua, meu amigo, e quando ela acabar abriremos a que trago comigo também oculta para tais, digamos assim, “emergências” e depois iremos desarrolhar as duas de vinho que sei que Carter procura fazer a nós dois pensar que nem sequer existem entre seus pertences!”. De súbito, sem que notassem, uma forma convexa quase impossível de ser percebida a olho nu, muito semelhante a enorme e ondulante água marinha, com sua consistência transparente e vítrea, foi lentamente descendo sobre homens e animais. Tão logo as bordas de seu amplo contorno se acomodaram sobre o solo exatamente à volta da patrulha a intrigante aparição tornou-se lisa, cristalina e firme, sem apresentar as oscilações ou quaisquer vibrações em ondas suaves que ocorreram durante seu gradativo pouso. A espécie de cobertura translúcida parecia agora polida com labor inteligente por experiente mestre vidreiro. Não existiam quaisquer aberturas em sua superfície mas, mesmo assim, o ar nela contido se provaria o tempo todo puro, agradável e tonificante. Apenas algumas micro distorções da acinzentada paisagem externa, causadas pela refração prismática da suave luz emitida pela própria forma energética é que poderiam denunciar a olhos humanos muito atentos sua enigmática, preocupante e, ao mesmo tempo, maravilhosa presença. A temperatura em seu interior, com vistas a que não se provocasse qualquer choque térmico no organismo de seus hóspedes recentes, começou a subir muito vagarosamente. Ao mesmo tempo a neve que ficara aprisionada no interior de seus limites mais e mais se desvanecia sem que disso resultasse qualquer modalidade de evaporação aparente e sem que o solo onde estivera se tornasse umedecido. Olsen passou-lhe a garrafa de uísque da qual se servira amplamente pelo gargalo. Limpou os lábios com a manga do uniforme rubro e disse: “Senhor... beba, mas creio que agora por outras razões bem diferentes daquelas que nos levaram a abrir essa garrafa há alguns instantes!”. “Carter, está acaso se sentindo mais aquecido? Pergunto-lhe porque vejo que ainda não ingeriu qualquer álcool, meu amigo! Eu, no entanto, em algumas talagadas já o fiz!” – inquiriu Olsen. “Sim... estou me sentindo bem mais aquecido! O vapor que saia das narinas de nossas montarias também decresceu em muito. Nós igualmente já conseguimos respirar sem emitir vapor algum. A atmosfera em torno de nós não é mais gélida e quase nem mesmo fria. A paisagem que nos circunda cerca de 20 metros mais adiante, porém, está toda coberta de neve e é justo em meio a ela que há alguns segundos nos encontrávamos! A meu ver ocupamos exatamente o centro de uma espécie de abóbada circular com 40 metros de diâmetro e talvez uns 20 metros de altura, não sei dizer ao certo!”. “Estamos dentro de uma espécie de redoma, sim! – concordou Murray que, de imediato, parara de beber – É mais que certo que uma das luzes nos seguiu e agora nos ampara e socorre desta maneira!”. “Estranho, senhor, não estou com medo! Uma paz indizível invade todo o meu ser!” – disse Carter, sorrindo. “Cada um de nós ingeriu um tanto de uísque, sargento, mas Carter nada bebeu! Que paz indizível seria essa? Espere um pouco... também estou percebendo algo que nunca havia sentido em minha vida! É uma sensação muito agradável sim... muito agradável...” – comentou Olsen. As montarias relincharam suavemente e deitaram sobre o solo com tranquilidade absoluta. Os três patrulheiros fizeram o mesmo recostando-se em seus ventres. O efeito do álcool em Murray e Olsen desaparecera por completo. Seus lábios entreabriam-se sorridentes enquanto seus olhos, cerrando-se aos poucos, pareciam alegrar-se também. “Fiquem tranquilos... permaneçam em paz...” disse uma voz cálida, suave, encantadora, com timbre feminino, num inglês perfeito, dotada de modulação equilibrada, envolvente, que parecia vir uníssona de todas as direções. E assim prosseguiu falando: “Ajudem-nos a ajudá-los fazendo com que toda e qualquer preocupação deixe nesses momentos de existir em suas mentes. O que solicitamos é necessário para que a energia que os ampara no momento não entre em processo recessivo e os problemas de há pouco retornem. Poderíamos forçá-los a dormir e a repousar pacificamente mas este não é o nosso propósito já que o exercício da solidariedade e do entendimento mútuos, tem para nós prerrogativas que superam quaisquer ações de cunho ditatorial!”. Entreabrindo os olhos Murray notou que os flocos de neve que persistiam ávidamente em cair sobre o que seria a cobertura da redoma ali não se acumulavam, desaparecendo por completo tão logo davam de encontro com aquela espécie de estrutura energética. “Quem é você? Ou o que é você?” – perguntou o sargento, sem deixar diminuir o sorriso que estava estampado em seu rosto. “Despreocupe-se inteiramente, sargento Murray. Somos a paz, a alegria e o bem. Só queremos que sobrevivam. Aprendam a interpor serenidade, bem-aventurança e felicidade em si próprios. Tais coisas parecem a vocês que vêm de fora, mas na verdade elas tem sempre origem dentro. Somos a paz sim, fornecemos a alegria sim, amparamos com amor sim, mas também somos a justiça plena e informamos que o mérito atrai exatamente a recompensa que lhe corresponde. Deixamos bem claro que a palavra recompensa é para nós, assim como deveria ser para vocês humanos também, simples sinônimo da palavra resultado e um resultado tanto pode ser alvissareiro quanto pode ser desagradável. Por força do que digo e em nome da reverência que se deve dar a seus méritos Carter, Olsen e Murray, solicitamos que nutram em suas mentes ao menos enquanto próximos a nós pensamentos que sejam condizentes com o que possa haver de melhor para cada um de vocês.” – disse a voz. “Por que nos auxiliam? Nessas redondezas não existe qualquer lugar onde obter abrigo. Todos estávamos cansados, exaustos por assim dizer, sem dúvida iríamos morrer... por que, então, nos socorreram se nem sequer nos conhecem? Tínhamos para tanto, acaso, algum mérito?” – balbuciou Olsen. “Rupert Jerome Olsen – prosseguiu a voz – jamais diga, em circunstâncias que se equivalham a essa, que sem dúvida iriam morrer. Todos aqui tem, é claro, mérito suficiente para que haja ajuda. Soubessem vocês no entanto da vivacidade e do poder imenso de seus pensamentos e entenderiam que poderiam manipulá-los concretamente a seu bel prazer, conduzi-los zelosa e produtivamente, justa e corretamente, no exato instante em que as palavras se formam em suas mentes, em favor sempre da certeza do melhor, ao invés de serem criaturas apenas submissas e reverentes escravas daquilo que de pior recebem como informação e ainda de muito pior aspecto alimentam nas suas respectivas interioridades. Aqui, entre nós, pensem apenas em coisas maravilhosas pois se dessa maneira não for trataremos de tornar realidade qualquer negativismo vosso. Deveriam inclusive agir sempre assim em suas vidas, mesmo quando distantes de nosso momentâneo amparo. Sabiam que a melhor maneira de castigar alguém com pensamento negativo é justamente dar-lhe o poder de realizar seus pesadelos? Então, se Deus, ainda não lhes deu o poder transcendental de tornar vossos pensamentos realidade não é para dar-lhes punição ou castigo por algo, tal como a maioria absoluta de vocês pensa, e sim para defendê-los de si próprios e da provavelmente péssima utilização que fariam de tal poder! A cada vez que viessem a ter um pensamento positivo já teriam tido centenas de outros negativos e, para piorar as coisas, intensamente destrutivos!”. “Devemos então dar graças a Deus por Ele nos salvar de nós mesmos? Contudo pergunto: não poderia Deus permitir que se realizassem só os nossos pensamentos positivos?” – indagou Olsen mesmo deitado e de olhos fechados. “Sim, porém em sendo dessa forma vocês não teriam nem um pouco evoluído e só a evolução na forma de pensar é que traz o poder de tornar o que pensamos algo palpável!” – decretou a voz. FINAL DO CAPÍTULO 3 - “A REDOMA” – LIVRO GRANDE LAGO DO URSO
Posted on: Sun, 17 Nov 2013 00:33:36 +0000

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