LIÇÃO 9: “O TEMPO PARA TODAS AS COISAS”. Tempo: Duração - TopicsExpress



          

LIÇÃO 9: “O TEMPO PARA TODAS AS COISAS”. Tempo: Duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro; período contínuo no qual os eventos se sucedem. INTRODUÇÃO: Com esta lição, damos início ao segundo bloco de nosso trimestre, estudando o livro de Eclesiastes, sobre o qual falamos resumidamente na lição 1 deste trimestre. Escrito na velhice de Salomão, o livro em que o sábio rei de Israel faz uma reflexão a respeito da “vida debaixo do sol”, ou seja, da vida sobre a face da Terra, depois de ter tido uma existência em que pôde desfrutar de tudo quanto o mundo terrenal pode oferecer: prazeres, riquezas, fama e poder. Inicialmente, o pregador, que vai se dedicar neste livro a falar a respeito da “vida debaixo do sol” (Ec1. 3), mostra-nos que, após uma vida dissoluta, sua conclusão é: a “vida debaixo do sol”, em sua dimensão terrena, não tem sentido algum, nada deixa de rastro, é algo absolutamente passageiro e sem valor]. I. ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM. 1. Datação do livro. Creditado a Salomão (cerca de 971 a 931 a.C.), foi escrito em sua velhice para muitos interpretes de Eclesiastes, a linhagem (1.1), o reinado em Jerusalém (1.12), a grande sabedoria (1.16) e a riqueza inigualável (2.4-9) do autor indicam que Eclesiastes foi escrito por Salomão, que se autodenominou o “Pregador”. [A Bíblia de Jerusalém sustenta que a atribuição a Salomão não passa de mera ficção literária do autor, a linguagem do livro, e sua doutrina, permitem concluir que foi escrito após o Exílio na Babilônia. 2. Conhecendo o Pregador. O livro de Eclesiastes faz parte dos livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento da Bíblia cristã e judaica, vem depois do Livro dos Provérbios e antes de Cântico dos Cânticos. O Livro tem seu nome emprestado da Septuaginta, e na Bíblia hebraica é chamado Kohelet (קהלת). Embora tenha seu significado considerado como incerto, a palavra tem sido traduzida para o português como pregador. Faz parte dos escritos atribuídos tradicionalmente ao Rei Salomão, por narrar fatos que coincidiriam com aqueles de sua vida. O nome Qohellet, ou Eclesiastes deriva do termo hebraico qahal, em grego ekklesia (assembleia) e significa “aquele que fala a uma assembleia”. O termo hebraico Qohellet, como aparece na Bíblia hebraica, que significa “o homem da assembleia” ou “aquele que convoca uma assembleia”, recebendo muitas vezes a tradução de “Professor” ou “Pregador” em outras versões da Bíblia, sugere que Cohellet possa ser uma pessoa ou um título; no caso, mestre ou orador (12.9-10). Nesse livro, busca-se dar uma resposta à pergunta: que proveito tem o homem no trabalho e na sabedoria? Assim, o trabalho e a sabedoria constituem os dois temas principais. O início do livro enfatiza a função de Salomão como aquele que convoca a comunidade da aliança, a fim de testemunhar e de celebrar a glória do Rei dos céus, que enche seu templo terrestre (1Rs 8). II. DISCERNINDO OS TEMPOS. 1. A transitoriedade da vida. As pessoas nascem e morrem, e o mundo não parece notar. O sol, o vento e os ribeiros comportam-se exatamente como desde o início, independentemente do empreendimento humano. O que, então, dá genuíno valor à curta existência humana? O pregador explica com muita propriedade por que tudo aqui é inútil: não há nenhum ganho, nenhum proveito, nenhum valor permanente para as pessoas a partir de seu trabalho nesta vida - debaixo do sol (Ec 1.3). Portanto, [o pregador encontra fraqueza na incapacidade do esforço humano de introduzir uma mudança duradoura no mundo]. 2. A eternidade de Deus. Nos termos do Pregador, “debaixo do sol” (Ec 1.3,9, 14; 2.18), é mais um sinônimo para “nesta vida” do que para “neste planeta”. Na verdade, o contrastante aqui é a transitoriedade da vida humana e a eternidade do Criador. Quando Deus criou o mundo, ele pronunciou que tudo era muito bom (Gn 1.31). Visto que o Pregador não pode melhorar a ordem da criação, a melhor coisa para o ser humano é reconhecer isso desfrutando a vida. Se o homem não pode levar consigo o fruto do seu trabalho e é incerto como seu herdeiro o trataria, este deveria desfrutar o que tem enquanto está vivo (2.24-25). O gozo que alguém tem como uma bênção de Deus é um tema secundário importante em Eclesiastes e reaparece frequentemente. Isso não é álibi para o homem fixar-se apenas nas coisas dessa vida. III. O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS. 1. Na família. O Pregador aconselha os seus leitores a terem uma vida em santidade. Nós devemos viver observando a futilidade e a vaidade de uma vida vivida sem Deus. Muito da energia que nós gastamos tentando realizar várias tarefas acaba como um “semear ao vento”, A vida vivida em fidelidade e integridade é a única que tem algum significado verdadeiro. Por isso, deve o homem contentar-se com aquilo que faz debaixo do sol, desfrutando do que fizer aqui, reconhecendo que tudo está sob o controle do Senhor e que tudo vem d’Ele e que, portanto, precisamos estar submissos à Sua vontade, fazendo tudo dentro do tempo determinado, para que, então, tenhamos a “nossa porção” nesta vida. 2. No trabalho. A Bíblia também. IV. ADMINISTRANDO BEM O TEMPO. 1. Evitando a falsa sabedoria e o hedonismo. Hedonismo é a tendência de buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável. O contrário do Hedonismo é a Anedonia, que é a perda da capacidade de sentir prazer, próprio dos estados gravemente depressivos. O termo Hedonismo vem do grego hedoné, que significa prazer. Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral. A teoria socrática do bom e do útil, da prudência, etc, quando entendida pela índole voluptuosa de Aristipo, leva ao hedonismo, onde toda a bem-aventurança humana se resolve no prazer. Tudo tem seu tempo determinado. Não há nada para o acaso, para o talvez. O fracasso de muitos, na busca do prazer e do sucesso, consiste no fato de que há transigências, modos de entender as coisas ou de pretender entendê-las. Temos feito sentir haver para tudo um meio-termo. Os extremos são perigosos. O homem culto é aquele que sabe aproveitar-se de todas as oportunidades, para a riqueza, para o prazer, para a Inteligência, construindo um todo harmônico. A harmonia da vida é tudo, e até a natureza nos, ensina isso, que veio das mãos do Criador. A falta de discernimento, a impaciência em colher os frutos do labor logo se apresentam ao homem depois de um dia afanoso de trabalho (pode ser anos), e, em faltando-lhe o raciocínio e a calma ponderante para uma análise fria e segura do que fez e esperou, atiçado pela dúvida, indaga: Terei eu chegado a realizar o meu ideal? Terei eu corrido atrás do vento? ou semeado para outros colherem? Aqui é que a sabedoria mostra a sua superioridade à estultícia. O sábio espera e raciocina; o estulto se atira a qualquer solução, e resolve que tudo é vaidade, que não adianta ser laborioso, trabalhador, pois os estultos aí estão na sua frente, vistosos, deslumbrados, enquanto ele, o sábio, vai ficando para trás. Daí a pergunta: De que vale a diligência, o labor fecundo, o dia-a-dia no campo da observação e do trabalho? Quantos naufragam porque não tiveram tempo para esperar, pois o tempo de segar ainda não tinha chegado (v. 2). Não apenas esse fracasso, mas a ideia de que breve chega à morte, e tudo quanto fez para quem vai ficar? Se não houver aquele senso, basta a cada dia o seu mal, o homem desespera e se acaba. Existe certa dificuldade que poderíamos chamar de paradoxo referente à sabedoria. Sabedoria significa olhar para a frente e para cima; mas o tolo olha para baixo e quer comer agora o que ontem plantou. Não tem o Instinto da formiga; é como se diz do gafanhoto, que só quer devorar as plantas e nada mais. Então a diferença entre o sábio e o insensato é esta: um sabe esperar, e o outro, desesperar. 2. Evitando a falsa prosperidade e o ativismo. Deus tem um plano eterno que inclui os propósitos e atividades de toda pessoa na terra. O crente deve entregar-se a Deus como sacrifício vivo, deixar que o Espírito Santo leve a efeito o plano de Deus em sua vida e ter cuidado para não se afastar da vontade de Deus, e assim perder a oportunidade quanto ao propósito divino para a sua vida (ver Rm 12.1,2. s). O dilema entre a sabedoria e a loucura é de difícil resolução. O homem natural está desprovido dos apetrechos necessários a uma boa solução. Não tem a sabedoria que vem do alto (I Cor. 2:7) e vale-se apenas da sabedoria aqui embaixo. Sem aquela sabedoria é difícil encontrar o caminho a seguir, uma inteligência natural para saber que hoje é hoje e amanhã é amanhã. A confusão resulta em muitas dores e fracassos. A incredulidade na providência divina e nos seus desígnios para a vida humana faz do homem um tolo, um incapaz de conjugar os seus problemas e procurar no seu intrincado o que lhe deve interessar. O xadrez com tantas pedrinhas a serem jogadas, torna muito difícil uma solução tantas vezes. Pedras pretas e brancas: quais as que servem? Se deixássemos a tarefa ao Criador, àquele que sabe distinguir o certo do errado, então teríamos muitas soluções sábias; quantas vezes, porém, nos esquecemos dessa existência! CONCLUSÃO: No dia-a-dia, precisamos ter a disponibilidade interior de valorizar as atividades que realizamos e as que outras pessoas realizam por nós. Se o trabalho de um gari, por exemplo, for melhor valorizado, automaticamente ele o fará com mais alegria, cumprirá seus horários e verá grande sentido em suas atividades. Assim acontece com todas as outras formas de trabalho. Isso é viver cronos (tempo medido pelo relógio, calendário, rotina. É o tempo determinado dentro de um limite) transformado em Kairos (o momento certo, oportuno. Refere-se a um aspecto qualitativo do tempo). Sentir a vida mesmo nas tensões provocadas por tantos afazeres. Aprender a conviver com os ruídos de uma vida, muitas vezes mecânica, porque quando estamos bem, as coisas vão bem e o tempo, seja medido por um sentimento ou por um minuto é um instante que não volta a se repetir. Como muito bem disse Rubem Alves: “O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração”. Pensemos nisso [e tenhamos um cronos recheado de Kairos.]. MARCELO JESUS.
Posted on: Sat, 30 Nov 2013 22:25:14 +0000

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