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Leiam esse excelente texto!!:CARTA ABERTA À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF Excelentíssima Sra. Dilma Vana Rousseff, Presidente da República Federativa do Brasil,Venho queixar-me das declarações de Vossa Excelência, que citava queixas de outras pessoas, em relação a falhas no atendimento médico. Consta no site veja.abril.br/blog/reinaldo/geral/dilma-volta-a-demonizar-os-medicos-brasileiros-acusando-os-de-negligentes-e-da-a-receita-os-brasileiros-nao-precisam-nem-de-hospitais-nem-de-postos-de-saude-mas-de-cubanos-que-possam-apalpa-los/ (acessado em 05 de Outubro de 2013), e em outros, que, em 02 de Outubro de 2013, em visita ao Rio Grande do Norte, Vossa Excelência teria declarado:“Uma pessoa me disse: ‘O médico não me toca’. Ela queria que o médico tocasse nela. Ela queria que o médico lhe tocasse, aquilo que a gente, pelo menos eu, meu médico sempre me apalpou, olhou o coração, olhou a garganta.”Excelência, a Medicina sempre teve entre seus pilares a Ética, o respeito à vida e o respeito ao Ser Humano. Se há desvios desses princípios, eles devem ser denunciados ao Conselho Regional de Medicina, ou serem alvo de queixa administrativa no Hospital, ou denúncia na Delegacia de Polícia ou na Delegacia do Consumidor. Em minha opinião, porém, é inadequado que um Chefe de Estado emita declarações em que a qualidade ruim de um indivíduo é atribuída a todos os outros da mesma classe. O Dicionário Houaiss nos dá como definição de “preconceito”: “sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio”.O poder que o chefe de uma nação possui sobre o ímpeto das massas pode ter consequências funestas. Nas décadas de 1930 e 1940, os discursos antissemitas de Adolf Hitler, em público e através da transmissão radiofônica, pavimentaram o caminho para que a população alemã se voltasse contra os judeus. Hoje, pessoas me criticam e me ofendem, mesmo sem me conhecer, quando sabem que sou médico.Usando-se o mesmo estilo da vossa frase, poder-se-ia construir o seguinte texto, no Brasil, após o escândalo do “Mensalão”, em que alguns membros de vosso partido foram condenados em última instância:“Uma pessoa me disse: ʻO político não é honestoʼ. Ela queria que o ocupante de cargo público não comprasse apoio político, aquilo que o representante da gente, pelo menos o meu, sempre respeitou o povo e o erário público”Da mesma forma que os médicos que trabalham corretamente sentiram-se moralmente ofendidos por Vossa Excelência não ter direcionado a queixa ao indivíduo específico que supostamente trabalhou de forma incorreta, os integrantes de partidos não envolvidos nos crimes cometidos por João Paulo Cunha, José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares (e outros petistas) podem sentir-se injuriados ao serem incluídos na situação que foi comprovada pelo Supremo Tribunal Federal.Em sendo a vontade de Vossa Excelência melhorar a qualidade da saúde pública brasileira, sugiro:- Em primeiro lugar, ater-se firmemente às metas definidas para a gestão. Quando Vossa Excelência assumiu o governo, anunciou, para 2011, a construção de 2.174 Unidades Básicas de Saúde e de 125 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Já no início de 2012, então, deveria ter sido emitida, pelo menos, uma nota à imprensa reafirmando o compromisso com os números-alvo, reconhecendo o fracasso em alcançá-los e explicando quais modificações seriam feitas na gestão para encontrar um rumo para o sucesso. Da mesma maneira, penso eu, deve ser tratado o recente anúncio pelo IBGE do aumento no analfabetismo registrado de 2011 para 2012, na gestão de Vossa Excelência, retrocesso que consta em: noticias.terra.br/educacao/ibge-analfabetismo-cresce-pela-primeira-vez-desde-1998,e5e1e55448c51410VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html, (acessado em 06/10/2013).- Em segundo lugar, entregar essas metas a um profissional sem ligação a partido político, selecionado apenas pelo currículo e que esteja ciente de que a permanência dele no cargo depende do alcance desses objetivos. O atual Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não se encaixa já no quesito de “não ter ligação a partido político”, o que atrapalha os outros quesitos. Consta em pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Padilha (acesso em 06/10/2013) que ele entrou como membro do Diretório Estadual do PT de São Paulo em 1991. Em havendo uma indicação partidária Ministro, os membros do partido pressionam pela manutenção do correligionário no cargo independentemente do resultado do seu trabalho. Tendo a saúde prioridade do governo de Vossa Excelência, a militância do vosso partido, se patriótica, deve apoiá-la na decisão de um Ministério 100% técnico.- Por último, visar a qualidade dos recursos humanos do SUS (e também a qualidade da infra-estrutura), e não simplesmente a quantidade. Quando Vossa Excelência tratou-se de linfoma no Hospital Sírio-Libanês (apesar do SUS do Estado de São Paulo, governado pelo PSDB, oferecer um excelente acompanhamento oncológico) viu a importância de médicos da melhor qualidade possível. Os empecilhos para a interiorização dos profissionais são conhecidos. O principal é a falta de vínculo trabalhista no Programa de Saúde da Família. Se uma médica nessa situação engravida, não tem direito ao Auxílio-Maternidade. Se um profissional é demitido por perseguição política (o que é comum) fica sem as garantias da carteira assinada e vê-se obrigado a mudar para uma localidade onde não é conhecido e, portanto, não tem clientela. Os Promotores, Juízes, Policiais Federais, Delegados de Polícia, etc, com Plano de Cargos, Carreiras e Salários, atuam nas pequenas cidades. Por que não organizar do mesmo modo para os médicos? Além disso, o PROVAB já vinha gradualmente atraindo médicos para o interior, pelas vantagens na seleção para a Residência Médica. Por que o atropelo do Programa Mais Médicos? Por que não dialogar com a classe médica? Por que não ter, como estão pedindo os médicos do Brasil, para TODOS, o mesmo grau de exigência de qualidade do tratamento do seu câncer? Por que valorizar profissionais estrangeiros sem análise da competência enquanto se desvaloriza os nacionais? É para seguir a linha de Lula, que teve reação estranhamente pequena à expropriação das refinarias da Petrobras na Bolívia por Evo Morales e permitiu (idem no governo de Vossa Excelência) aumentos absurdos no preço da energia de Itaipu comprada ao Paraguai?Sem mais para o momento e torcendo para que o Brasil reencontre um caminho digno para o seu povo, desejo a Vossa Excelência sucesso na condução do Executivo Nacional. Arthur Jorge de Vasconcelos Ribeiro arthurjorge_ribeiro@hotmailTexto escrito em 06/10/2013. Permitida a transcrição deste texto em qualquer meio, desde que na íntegra e com citação do autor
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 03:17:48 +0000

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