Lembre-se de que o alcoolismo é uma doença incurável, progressiva e fatal É sabido que muitas pessoas não podem comer determinados alimentos – ostras, morangos, ovos, pepinos, açúcar ou qualquer outra coisa – sem que isso lhes provoque muito mal estar ou faça com que fiquem muito doentes. Uma pessoa que tenha uma alergia alimentar deste tipo pode viver num estado de permanente autopiedade, queixando-se a tudo e a todos da sua privação injusta e lamuriando-se constantemente por não poder, ou não lhe ser permitido, comer uma determinada coisa deliciosa. É evidente que, embora possamos sentir-nos enganados, não é prudente ignorarmos a nossa própria estrutura fisiológica. Se ignorarmos as nossas limitações, poderemos sofrer sérias consequências ou vir a padecer de graves doenças. Para nos mantermos saudáveis e razoavelmente felizes, temos de aprender a viver com o organismo que temos. Um dos novos hábitos mentais que um alcoólico em recuperação pode desenvolver, é uma percepção calma de si mesmo, como alguém que precisa de evitar substâncias quÃmicas (o álcool e outras drogas que o substituem) se quiser manter-se de boa saúde. Temos, como prova, os dias em que nós próprios bebÃamos, que totalizam centenas de milhares de anos de consumo de álcool, tanto por homens como por mulheres, e que equivalem a uma enorme quantidade de bebida. Sabemos que, à medida que passavam os anos de bebedeiras, os nossos problemas relacionados com a bebida agravavam-se continuamente. O alcoolismo é progressivo. É claro que muitos de nós passámos por perÃodos em que, durante meses ou mesmo anos, pensávamos por vezes que a nossa maneira de beber parecia ter-se normalizado. ParecÃamos ser capazes de manter um elevado consumo de álcool com bastante segurança. Ou então passávamos por perÃodos sem beber, a não ser com umas bebedeiras ocasionais à noite e, tanto quanto conseguÃamos aperceber-nos, a nossa maneira de beber não se agravava de um modo perceptÃvel. Não acontecia nada de horrÃvel ou de dramático. Contudo, agora podemos ver que, nesse perÃodo, fosse ele curto ou longo, o nosso problema alcoólico só se agravava de um modo inevitável. Alguns médicos, peritos em alcoolismo, dizem-nos que não há dúvida de que o alcoolismo se agrava progressivamente à medida que uma pessoa envelhece. (Você conhece alguém que não esteja a envelhecer?). Estamos também convencidos de que, depois das inúmeras tentativas que fizemos para provar o contrário, o alcoolismo é incurável – tal como tantas outras doenças. Não pode "curar-se" no sentido de que não podemos mudar a constituição quÃmica do nosso organismo e voltarmos a ser os bebedores sociais moderados e normais, que tantos de nós parecÃamos ser em jovens. Como alguns de nós o descrevemos, é tão possÃvel voltar ao nosso estado inicial como é possÃvel transformar de novo um "pickle" num legume cru. Nenhum medicamento ou tratamento psicológico jamais "curou" o nosso alcoolismo. Além disso, depois de vermos milhares e milhares de alcoólicos que não pararam de beber, ficámos profundamente convencidos de que o alcoolismo é uma doença fatal. Não só temos visto muitos alcoólicos beberem até à morte – a morrerem durante os sintomas de "privação" de delirium tremens (D.T.) ou de convulsões, ou de cirrose hepática em consequência do álcool – como também sabemos que muitas mortes, que não são atribuÃdas oficialmente ao alcoolismo, são com efeito uma consequência disso mesmo. Muitas vezes, quando um desastre de automóvel, uma morte por afogamento, um suicÃdio, um homicÃdio, uma trombose, um fogo, uma pneumonia, um enfarte são considerados como causa imediata de morte, o facto é que o consumo excessivo de álcool foi na realidade a verdadeira causa dessa condição ou acontecimento fatal. Certamente, a maioria de nós em A.A. sentÃamo-nos muito distantes de um tal destino quando bebÃamos. E, provavelmente, a maioria de nós nunca chegou mesmo a estar próximo das horrÃveis fases finais do alcoolismo crónico. Porém, apercebemo-nos de que poderÃamos lá chegar se continuássemos a beber. Quando se toma um autocarro com destino a uma cidade que fica a milhares de quilómetros de distância, é aà mesmo que se vai parar a não ser que se saia antes e se tome outra direcção. Muito bem! Então que fazer quando você
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 10:00:22 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015