Lutar pelo Piso? Necessário, direito. Lutar pelas promoções? Direito, mas precisa repensar a Carreira, está defasada. Lutar por mais verbas para a educação? Direito e sempre esteve no topo das pautas, pois dialoga com a comunidade. Lutar contra o Politécnico? Retrocesso! Como uma categoria coloca na pauta de reivindicações posição contra uma reforma que tem referências nas teorias que sempre nos impulsionaram por uma escola diferente e que ampliou o tempo para estudos interdisciplinares? Não é justamente o objetivo do ENEM e do Novo Ensino Médio? É verdade, o governo impôs que a escola iria mudar! Também impôs que professor para reprovar terá que rebolar! Acabou a ditadura da caneta, a velha arma de quem "não se garante". Mas o governo definiu como seria a aplicação prática do politécnico? A própria escola deveria montar sua proposta, que poderia ser, inclusive, a preparação interdisciplinar para o ENEM, visto que inúmeros temas podem/devem ser tratados de forma ampla, por diferentes interpretações e ciências. O que fizeram os professores e escolas com esta liberdade (oportunidade)? Coisas interessantes foram realizadas e outras vergonhosas, por isso entendo o descontentamento dos estudantes. O pior desta história são alguns profissionais que não querem mudar a escola, sua prática, e para isso se utilizam de adolescentes como escudo. Aproveitam e reforçam o senso comum, o discurso quantitativo, onde "mais períodos disto ou daquilo" é significado de ensino melhor (como se o aumento da carga horária total não fizesse parte da proposta). Mais aulas para ensinar o quê e como? Mais uma vez fragmentado? Vou repetir o que já ponderei em outras postagens: carga horária maior não é garantia de ensino melhor! Se fosse tão simples não existiriam taxas tão elevadas de reprovação, em especial matemática e física, mas também na língua portuguesa. Mesmo em turmas com alunos considerados regulares. Matemática, ao lado do português, é a disciplina com maior carga horária nas escolas ao longo do Fundamental e do Ensino Médio. Como justificar os altíssimos índices nacionais e estaduais de reprovação em disciplinas com cargas horárias tão grandes? Óbvio, culpa do governo e dos alunos que não estudam (os mesmos que, ironicamente, estão defendendo o "direito" dos professores continuarem trabalhando igual e reforçando o poder de reprovação destes). A estudantada não entende o que está acontecendo e faltam elementos para reconhecer a oportunidade histórica que está sendo perdida.
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 05:32:13 +0000
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