MAL-ESTAR NA SALA. Recordei-me hoje de um fato ocorrido comigo há alguns anos que, embora aparentemente engraçado, poderia ter tido um desfecho pouco agradável, senão trágico. Eu ministrava aula no curso presencial, preparatório para concurso. Sala lotada. Cerca de 250 alunos. Infelizmente, naquela manhã, eu acordei com uma forte indigestão (se é que vocês me entendem). Fui honesto com os meus alunos e, logo no início da aula, desabafei: “Amigos, minha barriga não está muito boa. Se eu precisar parar a aula e sair em disparada para o banheiro, vocês já sabem o motivo”. E aconteceu. Em determinado momento, a dinâmica intestinal falou mais alto. Pedi licença e parti apressado. Para minha surpresa, um aluno daquela sala, que sempre tirava dúvidas comigo, resolveu seguir-me até a porta do toalete. Fingi não perceber, imaginando que ele estivesse à procura de outro professor. Mas ele continuava me seguindo: “Pablito, Pablito!”. Eu respirei fundo, pensando, “Deus meu, não é possível...”. Mas ele insistia: “Pablito, Pablito!”. E o meu desespero aumentava. Quase na porta do toalete, o meu coração de professor falou mais alto e eu parei para ouvi-lo. Suando frio, olhei para ele e disse: “Pois não, meu amigo...”. A resposta me desarmou: “Pablito, você esqueceu o microfone de lapela, preso à sua camisa, ligado, a sala toda continua ouvindo você...”. Não quero nem imaginar o que aconteceria se eu entrasse no banheiro com aquele aparato... ficou a lição: como é bom ouvir o próximo. Pablito
Posted on: Wed, 09 Oct 2013 23:49:12 +0000
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