MARCELO CANELLAS, PAPO HISTÓRICO. Papo histórico? Sim, isso - TopicsExpress



          

MARCELO CANELLAS, PAPO HISTÓRICO. Papo histórico? Sim, isso mesmo. Não por tratar-se de um qualificado repórter da Rede Globo de Televisão. Mas por três outras razões: o seu apego ao Rio Grande do Sul e à sua Santa Maria da Boca do Monte. ( Nasceu em Passo Fundo, mas escolheu Santa Maria para viver); a qualidade de seu texto, ( estou lendo Províncias, Crônicas da alma interiorana); e a sua contagiante humildade! Marcelo Canellas rasgou elogios ao jornalista Luiz Antonio Caminha e disse que muito admirava os textos e a qualificação profissional deste seu colega. Eles são velhos amigos, e por isso mesmo participaram da mesa de debates, ( gravação especial) que também contou com as presenças de Pablo Rodrigues, Editor-Chefe do DIÁRIO POPULAR; e de Renato Luiz Mello Varotto. ( Canellas pediu licença para fotografar a mesa 13 HORAS, onde microfones, a bandeira do Vaticano, a história de 4 Papas, as fotos de Paulo Autran, Edson Celulari, Ary Fontoura, Fernanda Montenegro, Tancredo Neves, mais as capas do Losservatore Romano, além de algumas canecas de chá, misturavam-se aos 12 microfones que gravavam uma conversa elevada e ao mesmo tempo descontraída!) Ele ficou sabendo que o Debate da rádio UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS é o mais antigo do país, desde 6 de novembro de 1978. E falou-nos de seu grande amigo pelotense, ou melhor, fragatense, o jornalista Tim Lopes, assassinado no Morro do Alemão. Canellas chegou ao Salão Amarelo com o pessoal da Livraria Vanguarda para um papo de uns 10 minutos, que ao final das contas alcançou a marca de 45 minutos! O Especial MARCELO CANELLAS irá ao ar na próxima terça-feira. Trata-se de um premiado profissional de Tv, habituado a correr o mundo atrás da notícia, e que faz agora uma viagem para dentro de si mesmo, pelas províncias de sua alma gaúcha. Nesse itinerário, Marcelo Canellas faz da vida e de suas contradições a matéria poética de pequenas grandes histórias - crônicas afetivas sobre episódios que pulsam no cotidiano de todos nós. De suas 70 crônicas, publicadas em Províncias, o livro que está sendo lançado em todo o país, selecionamos um trecho de O Janeiro em que o Brasil me perdeu, texto este que lhe permitirá descobrir o talento, a sensibilidade e a grandeza humana do jornalista Marcelo Canellas. - Eu tenho o lastro interiorano de minha cidade, mas também as narinas abertas, os ouvidos atentos, os sentidos despertos para o que enxergo na face jovem de uma urbe sempre aberta ao novo, cosmopolita e inquieta, convidando-me para a festa da vida. Por isso celebro, brindo, bailo. Tenho o frescor do campus em meus modos, a avidez universitária do saber. Recebo, faceiro e agradecido, convite do conhecimento, as portas do desconhecido a me cortejar. Como eu não quereria viver? Então entro numa boite e não tenho mais voz, não tenho mais planos, não tenho saída. Rogo a todos os que andaram sobre os paralelepípedos da Rio Branco para me salvar. Quero correr e suplicar socorro a quem me possa acudir. A bênção, Carlos Scliar. A bênção, Raul Bopp. A bênção, velho Cezimbra Jacques, meu Prado Veppo. A bênção, Felippe dOliveira. Iberê Camargo, tu que estudaste no Liceu de Artes e Ofícios, ali bem perto de onde a primeira faísca espocou, a bênção. A bênção todos os artistas e poetas da Boca do Monte. Precisamos de vocês para explicar o sentido do inexplicável. Vocês, que tiveram tempo para luzir, expliquem-nos: por que temos de findar? Como posso adormecer se mal despertei para o mundo? Como posso abdicar se não brinquei o suficiente, não amei o bastante, deixei incompleto o edifício da minha história? Eu não choro só por mim, e tampouco meu pranto cai sozinho. Minha cidade é hoje o Brasil em luto. Minha juventude perdida é o meu país, perplexo e tonto, impotente a velar meu corpo. SANTA MARIA, rogai por nós.
Posted on: Sat, 26 Oct 2013 02:43:52 +0000

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