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MEU AMIGO CELULAR – ATIVIDADE DO CURSO EM-AÇÃO “Se não pode com o inimigo, junte-se a ele.” (Provérbio popular) Os desafios que as novas tecnologias invadem o cotidiano escolar provoca em nós educadores, indagações jamais pensadas outrora, Assim o que se percebe a cada dia são os mais variados “designers” de celulares. Os modelos mais novos e os mais antigos se misturam pelos sons de cada um que toca, treme ou apenas ilumina. Sem saber o que acontece diante de si, ele toca desejando que seu possuidor o atenda o mais rápido possível, ignorando quem está presente, para, então, saber o que se passa. Parece que o celular na sala de aula está a comunicar muito mais do que as ondas sonoras emitidas pelo aparelho e, ao mesmo tempo podem estar servindo de grandes possibilidades pedagógicas para discutirmos ética, conhecimento e a inclusão digital nas escolas. Sabemos que o toque do celular ou o envio de mensagens pode desviar a atenção dos alunos no momento de uma prova ou explicação; ou ainda que o telefone pode ser utilizado de forma inapropriada para a troca de informações durante uma avaliação ou para fazer piadas durante a explicação de um professor. No entanto, as possibilidades que estes aparelhos oferecem, como gravadores de som e imagem, envio de mensagens, agenda e tantas outras, podem contribuir para o enriquecimento e organização da vida escolar. Além disso, é um canal importante de comunicação que aproxima a família e amigos. Diante do exposto acima, para introduzir um trabalho, com uso do celular em sala de aula, os alunos da 1ª série A, do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães refletiram, analisando os seguintes textos: A VIDA SEM CELULAR O inevitável aconteceu: perdi meu celular. Estava no bolso da calça. Voltei do Rio de Janeiro, peguei um táxi no aeroporto. Deve ter caído no banco e não percebi. Tentei ligar para o meu próprio número. Deu caixa postal. Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativá-lo novamente. Meu quarto parece uma trincheira de guerra de tanto procurá-lo. Agora me rendo: sou um homem sem celular. O primeiro sentimento é de pânico. Como vou falar com meus amigos? Como vão me encontrar? Estou desconectado do mundo. Nunca botei minha agenda em um programa de computador, para simplesmente recarregá-la em um novo aparelho. Será árduo garimpar os números da família, amigos, contatos profissionais. E se alguém me ligar com um assunto importante? A insegurança é total. Reflito. Podem me achar pelo telefone fixo. Meus amigos me encontrarão, pois são meus amigos. Eu os buscarei, é óbvio. Então por que tanto terror? Há alguns anos - nem tantos assim – ninguém tinha celular. A implantação demorou por aqui, em relação a outros países. E a vida seguia. Se alguém precisasse falar comigo, deixava recado. Depois eu chamava de volta. Se estivesse aguardando um trabalho, por exemplo, eu ficava esperto. Ligava perguntando se havia novidades. Muitas coisas demoravam para acontecer. Mas as pessoas contavam com essa demora. Não era realmente ruim. Saía tranquilo, sem o risco de que me encontrassem a qualquer momento, por qualquer bobagem. A maior parte das pessoas vê urgência onde absolutamente não há. Ligam afobadas para fazer uma pergunta qualquer. Se não chamo de volta, até se ofendem. — Eu estava no cinema, depois fui jantar, bater papo. — É... Mas podia ter ligado! Como dizer que podia, mas não queria? Vejo motoristas de táxi tentando se desvencilhar de um telefonema. — Agora não posso falar, estou dirigindo. — Só mais uma coisinha... Fico apavorado no banco enquanto ele faz curvas e curvas, uma única mão no volante. Muita gente não consegue desligar mesmo quando se explica ser impossível falar. Dá um nervoso! A maioria dos chefes sente-se no direito de ligar para o subordinado a qualquer hora. Noites, fins de semana, tudo submergiu numa contínua atividade profissional. No relacionamento pessoal ocorre o mesmo. — Onde você está? Estou ouvindo uma farra aí atrás. — Vendo televisão! É um comercial de cerveja! Um amigo se recusa a ter celular. — Fico mais livre. Às vezes um colega de trabalho reclama: — Precisava falar com você, mas não te achei. — Não era para achar mesmo. Há quem desfrute o melhor. Conheço uma representante de vendas que trabalha na praia durante o verão. Enquanto torra ao sol, compra, vende, negocia. Mas, às vezes, quando está para fechar o negócio mais importante do mês, o aparelho fica fora de área. Ela quase enlouquece! Pois é. O celular costuma ficar fora de área nos momentos mais terríveis. Parece de propósito! Como em um recente acidente automobilístico que me aconteceu. Eu estava bem, mas precisava falar com a seguradora. O carro em uma rua movimentada. E o celular mudo! Quase pirei! E quando descarrega no melhor de um papo, ou, pior, no meio da briga, dando a impressão de que desliguei na cara? Na minha infância, não tinha nem telefone em casa. Agora não suporto a ideia de passar um dia desconectado. É incrível como o mundo moderno cria necessidades. Viver conectado virou vício. Talvez o dia a dia fosse mais calmo sem celular. Mas vou correndo comprar um novo! (CARRASCO, Walcyr. A vida sem celular. Veja São Paulo, São Paulo, n.2107) TORPEDOS - Moacyr Scliar Apesar do fracasso dos quatro vestibulandos que haviam tentado fraudar a prova mediante mensagens pelo celular, ela decidiu fazer a mesma coisa. Em primeiro lugar, porque morava numa cidade muito menor que o Rio, na qual as medidas de segurança não eram tão rigorosas. Depois, não recorreria a quadrilha nenhuma, coisa que, segundo imaginava, tornava a operação vulnerável. Em terceiro lugar, não tinha outra opção: não sabia quase nada, e era certo que seria reprovada. Por último, havia uma coincidência favorável: estava com o antebraço esquerdo engessado. Nada preocupante, e na verdade ela até poderia ter tirado o gesso, mas não o fizera e agora contava com um ótimo esconderijo para o celular. Quem mandaria o gabarito? O namorado, claro. Rapaz inteligente (já estava cursando a faculdade), ele só teria de perguntar as questões para alguém que tivesse terminado a prova e enviar o gabarito por torpedo. Quando ela fez a proposta ao rapaz, ele pareceu-lhe um tanto relutante, incomodado mesmo. E no dia do vestibular ela descobriu por quê. Quarenta minutos depois de iniciada a prova, ela recebeu o tão esperado torpedo. Para sua surpresa, não continha o gabarito, e sim uma mensagem: "Sinto muito, mas não posso continuar namorando uma pessoa tão desonesta. Considere terminada a nossa relação. PS: boa sorte no vestibular". Com o que ela foi obrigada a concluir: tão importante quanto o torpedo é aquele que dispara o torpedo.
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 01:02:13 +0000

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